Nelson Matsunaga se despede das atividades

Depois de um longo tempo inativo, sem frequentar as páginas de “Gazeta de Cosmopolis”, volto a dialogar com meus e seus leitores. Não poderia me furtar dessa ocasião, ao mesmo tempo que despeço da jornada comercial, varejista e também de prestador de serviços. Descontinuidade tem como sinônimos: interrupção, variação, suspensão, irregularidade, intermitência. Desde os idos de 1984, quando ainda era “turneiro”, na Replan, até hoje tenho dedicado à atividade comercial; e ao aposentar, no final dos anos dois mil, na virada do século, é que tenho dedicado exclusivamente à arte de vender imagens, alegrias, ansiedade, muitas vezes frustrações.
Em 1984, houve um incêndio nos limites da “tubovia”, na Vila Socó, em Cubatão – SP, onde morreram mais de 90 pessoas. O nosso grupo I estava trabalhando, de madrugada, a famosa zero-hora. A central de operações de bombeamento de Barueri-SP nos solicitou que parássemos o bombeamento de combustíveis. A informação era de que tinha problemas na “baixada”; soubemos somente em casa pelo noticiário da TV. Em 1993, fomos protagonistas também de um incêndio no tanque 4725 de óleo diesel. Isso já no grupo V, também no turno do zero hora. Uma nuvem negra tomou conta da região. Por que falo isso? Para relembrar fatos que cruzaram nossa trajetória como petroleiros. Houve outros fatos também que testemunhamos, que são muitos.
Mas, voltemos os primórdios na arte de fotografia e, como comerciante, fui ter conhecimento do digital em 1986 e numa feira de materiais fotográficos em Curitiba-PR, trambolho de equipamento, caro, sem definição como é hoje. Na época, a Kodak, detentora da maior indústria de produtos fotográficos, não acreditou nos computadores pessoais, como a IBM, e muito menos no digital. A Sony, precursora e inovadora e demais da indústria japonesa saíram na frente. Lembram-se do Walkmam, da Sony?
Trouxemos o sistema Polaroid para identificação e, em seguida, sistema Sony para fotos de identificação. Melhorou a qualidade das fotos. Câmeras profissionais eram caríssimas. Depois, popularizou com vendas a créditos em dez vezes… mas, cada inovação tem seu tempo, parou-se de vender as digitais de bolso, era porque os celulares estavam aperfeiçoando as respectivas câmeras. Até a Nikon, que produzia câmeras, na Zona Franca de Manaus, para toda a América Latina, fechou.
Dessa maneira, participamos da era analógica de mais de 150 anos, para o digital, na área da fotografia. E história tem que estar escrita pelo menos, pois, a transmissão oral somente não perdura para sempre. Desde o começo, trabalhamos com cópias de documentos, cujo sinônimo é xerox, marca de um produto. Uma máxima que sempre disse, aos clientes, ‘tu chegaste a melhor loja de três por quatro, de xerox e de plastificação de documentos’. E assim o nome Magnun ficou na boca do povo.
Magnun é nome de tipo de garrafa para vinhos europeus que cabem 1,5 litro e há também o double magnun, de três litros. Só foi trocado o “m” pelo “n” para registra no INPI, na época. Só para não bater com Magnun, era uma agência de fotografias na França. Só coloquei esse nome, pois, a pronúncia parecia “grande”, “magnífico” etc. e tal.
Por isso, hoje, se perguntarem pelo Nelson, muitas pessoas vão torcer o nariz, mas, se pronunciar Magnun, todos ou quase, vão lembrar.
Lembram-se da duplicação da SP-332? Estávamos acompanhando, que aliás foi uma luta árdua da população cosmopolense, nogueirense e conchalense.
Um fato que marca nossa trajetória é conhecer uma médica cubana, que trabalhou no “Programa Mais Médicos”, que tem amor por Cosmópolis, que está trazendo familiares para morar. Disse a ela que és uma vencedora.
E cada um de nós somos vencedores. Pois, muitas pessoas não atentam para um fato que acontece na vida de qualquer ser humano, numa fecundação de um óvulo com um espermatozóide. Milhões disputando a primazia, e você é resultado dessa fecundação. Você foi o único!
Por isso, é crime quando uma pessoa, pai, mãe, irmão, gerente, pastor, professor ou qualquer pessoa em nível de superioridade, impinge de que “não és capaz”, “não vai dar em nada”, “não vais conseguir” etc. e tal. A nossa vida é feita de percalços, mas, também com vitórias.
Por isso, não espere aposentar para dizer que vai trabalhar no voluntariado, para ajudar creches, animais, meio ambiente. Vai fazendo com armas que possui, vontade e entusiasmo que já possui. Não espere chegar o verão para começar a malhar.
Estamos saindo da rotina de 10h, de balcão comercial, por isso, a descontinuidade, mas, atividades junto às entidades filantrópicas, entidades de classe ou junto aos Conselhos Municipais não cessarão. Afinal, se pararmos por completo, desfaleceremos.
Aos clientes, amigos, fornecedores, um Feliz Natal e um 2020 melhor, trabalhando, estudando, desejando sucesso, com afinco, mas, não esquecendo do Aniversariante, que é Jesus Cristo.
Nelson Matsunaga