As grávidas costumam apresentar mudanças típicas e visíveis na pele, nos cabelos, no corpo, no comportamento, na evacuação, dentre outras. Nos dias quentes, essas mudanças tendem a ser mais salientes e exigem muito cuidado por parte da mulher em seu dia-a-dia.
De acordo com o Ginecologista Dr. Nivaldo Baron, a pele é uma estrutura em que costuma ter o teor de água reduzido, comprometendo sua hidratação e oleosidade. “A gestante que tem uma pele muito oleosa, com acne, acaba se beneficiando com esse ressecamento da pele. A fim de hidratar a pele, a primeira solução deve ser feita via oral, ingerindo muita água, o que é benéfico tanto para a própria mãe, quanto para o bebê. Para complementar, pode ser feita a hidratação através de cremes específicos, aplicados externamente”, aconselha.
Como a pele é uma estrutura exposta aos raios ultravioleta, a gestante deve se atentar com a proteção. “Dependendo da quantidade de melanina que a pele da mulher tem, e se for uma pele mais clara, ela estará mais sujeita aos efeitos dessa irradiação e aos riscos que expõe, principalmente, ao câncer de pele”, adverte o profissional.
De acordo com o especialista, as grávidas têm um número maior de pigmentação em algumas áreas do corpo. “Uma delas é nas ‘maçãs’ do rosto, onde surge uma pigmentação que parece o desenho de uma asa de borboleta, chamada de cloasma gravídico. O abdômen é outro lugar bastante pigmentado nas gestantes, além das áreas relacionadas à parte estrógeno dependente do corpo, que são mamilos, axilas e área genital. Existe também uma linha, que vai do umbigo até a área da vulva, chamada linha negra, que escurece mais na gestação”, informa.
Por conta disso, a exposição ao sol agrava ainda mais a pigmentação normal que as grávidas sofrem. “É claro que isso depende do organismo de cada mulher, mas, é melhor evitar, protegendo sempre a pele exposta com filtro solar. É importante lembrar que o protetor solar deve ser renovado de acordo com as indicações do produto”, explica Dr. Nivaldo.
O cabelo da mulher também sofre ressecamento com a gestação, por conta de alterações hormonais. “As mulheres que têm cabelos oleosos se beneficiam deste fator. Porém, as que possuem cabelos mistos e mais secos, precisam hidratar com cremes específicos externos e, é claro, muito líquido”, recomenda o Ginecologista.
O especialista informa que, por causa da alteração no sistema imune que a grávida sofre por causa da alteração hormonal, ela tem uma imunidade menor, e está mais sujeita a ter infecções. “Na gravidez, a infecção mais comum que a acompanha é a infecção urinária. Hábitos como prender a urina favorecem a infecção. O recomendado é: se a grávida sentir vontade de urinar, deve fazê-lo imediatamente. E, mais uma vez, ela deve beber muita água para filtrar um volume maior no rim. Assim, menores são as chances de proliferarem bactérias ali dentro”, explica.
Inclusive, o Ginecologista diz que a grávida está mais sujeita a infecções de pele, por causa da ação dos microorganismos aos quais ela entra em contato. “Por essa razão, é importante tentar ter uma alimentação equilibrada e uma boa alimentação para melhorar o sistema imune. Em casos de infecções, deve ser feito acompanhamento médico rígido. O profissional irá receitar antibióticos para curar a infecção”, afirma.
Outra infecção também comum é a vaginite, que é um corrimento causado por um fungo, cientificamente chamado candida albicans, ou “candidíase”. “O fungo está presente na pele, na água, na roupa, no solo, e a gestante convive o tempo todo com ele. Por estar com a imunidade mais baixa, a mulher fica mais sujeita a esta infecção. Como a vagina é um meio que tem umidade e calor, o fungo entra e prolifera, o que gera candidíase”, explica o profissional.
De acordo com o Ginecologista, usar roupas justas, grossas e de tecido sintético, favorece o aparecimento da candidíase. “Tudo o que esquenta e abafa a região da vagina deve ser evitado. Um hábito comum das mulheres é ficar com o biquíni molhado na praia ou na piscina por muito tempo, e isso leva a diversos tipos de infecção”, adverte.
O especialista recomenda que a grávida use roupas mais leves, principalmente, no verão. “Nos seis meses iniciais de gravidez, é comum acontecer a hipotensão postural, que é a queda de pressão quando nos levantamos abruptamente. Dessa forma, ao ficar muito tempo exposta em ambiente quente, sentindo calor, ou ficar sentada ou em pé por um longo período, pode acontecer uma queda de pressão, e a gestante pode se sentir mal, e até mesmo cair e se machucar. Outra vestimenta importante é em relação aos calçados, que devem ser sempre confortáveis. As articulações ficam mais frouxas na gravidez porque ficam inchadas, e a grávida perde um pouco da estabilidade e dos reflexos. É comum que a visão fique dificultada pelo tamanho da barriga, o que aumenta as chances de ela cair e ter fraturas. Deve-se evitar o uso de salto alto porque a mulher fica mais sujeita à queda durante a gestação”, informa.
Caso a gestante tenha que passar muito tempo sentada, é aconselhado que ela fique um pouco em pé e se movimente. “O útero comprime o retorno venoso e o sangue fica mais tempo parado, favorecendo o risco de inchaço ou trombo nas veias. O trombo é a dificuldade da circulação sanguínea”, explica Dr. Nivaldo. Caso a situação seja a contrária, em que a mulher precise ficar muito tempo em pé, é importante sentar-se um pouco e elevar as pernas.
Muitas mães pensam em viajar para fazer as compras do enxoval dos filhos e aproveitar a gravidez com passeios. Porém, o especialista recomenda que as viagens de avião sejam evitadas. “As companhias aéreas permitem, muitas vezes, que a gestante embarque em até 32 semanas de gravidez, com autorização médica. Após este período, eles não aceitam mais”, afirma. Mesmo que seja de carro, também é bom evitar viagens muito longas.