Apaixonado pela cultura brasileira, o americano Michael Trent encontrou na Cidade Universo um novo lar
Michael Andrew Trent nasceu em Flushing, Queens, Nova York, e cresceu em LongIsland, uma pequena cidade americana, com cinema, boliche e lojas, mas sem a natureza abundante que ele encontraria mais tarde em Cosmópolis. “Quando visitei o Brasil pela primeira vez, em 2002, fiquei encantado com tudo: o povo, a comida, a música, a feira, a arquitetura e as praias”, conta. Durante essa visita, ele também conheceu Cosmópolis, terra natal de Ruy, seu parceiro, e imediatamente sentiu uma conexão especial com a cidade e a natureza ao redor. “Me apaixonei pela Usina, pelos dias passados na represa e pela simplicidade do lugar”, explica.
Anos depois, os planos mudaram, e Michael e Ruy decidiram construir uma casa em Cosmópolis. Com a aposentadoria da chefe de Michael e o aumento do custo de vida em Nova York, o casal optou por fazer do Brasil sua nova casa. “Eu amava Nova York, mas buscava uma vida mais tranquila e simples”, afirma.
Entretanto, a adaptação não foi tão simples como ele imaginava. “Já adorava a comida, então achei que seria fácil, mas precisei me ajustar aos ingredientes limitados nos supermercados locais e aprender a ter paciência com as filas”, comenta. “Nos EUA, sinto que é mais agitado, todos estão sempre com pressa. Aqui, precisei aprender a esperar”. Ele também se surpreendeu com os cachorros de rua e com o barulho constante de motos e carros de propaganda, detalhes com os quais ainda está se adaptando.
Michael trouxe consigo uma paixão pela arte, especialmente pela criação de cartões personalizados, que fazia para amigos e familiares nos EUA. Contudo, ao chegar ao Brasil, percebeu que os brasileiros não têm o hábito de enviar cartões. “Nos EUA, recebemos muitos cartões em ocasiões especiais, e uma mensagem de texto nunca vai ter o mesmo valor que um cartão feito à mão”, explica. Inspirado pela vibrante cultura brasileira, ele encontrou uma nova forma de se expressar artisticamente: a criação de álbuns artesanais. “Quero que as pessoas valorizem as memórias, imprimam fotos e guardem em álbuns feitos com carinho”, explica. Ele agora ensina essa prática em centros culturais e clubes de fotografia, incentivando seus alunos a preservar momentos importantes de suas vidas.
Além de artista, Michael é professor de inglês e atua principalmente com alunos que já possuem algum domínio do idioma, ajudando-os a desenvolver confiança e fluência. “Ensinar inglês aqui no Brasil tem sido uma experiência de troca; aprendo expressões e gírias em português, enquanto descubro nuances do inglês que nunca tinha notado”, observa. Recentemente, ele também incorporou aulas de culinária americana em seu ensino, ensinando seus alunos a fazer sobremesas típicas dos EUA, como brownies e bolos.
Mas sua vida em Cosmópolis tem encontrado desafios recentes. A instalação de um pedágio na rodovia Zeferino Vaz impactou diretamente seu trabalho, dificultando o acesso de alunos de Campinas e cidades vizinhas ao seu estúdio. “O pedágio foi o último prego no caixão de Cosmópolis. Precisamos pagar uma taxa toda vez que saímos e voltamos para a cidade. Isso desanima muita gente de vir até aqui”, lamenta o artista.
“Independentemente de onde eu estiver, sempre terei minha arte no YouTube, no Instagram e no blog, e sempre estarei ensinando”, finaliza, reforçando seu compromisso com a criatividade.
Conheça um pouco das mídiassociais de Michael https://linktr.ee/worldofmichaeltrent