A nova política de reajustes da Petrobras está chamando atenção dos motoristas e donos de postos de combustíveis. Com essa nova política, a estatal passou a reajustar com maior frequência o valor dos combustíveis e, em alguns casos, passando a alterar diariamente.
Os reajustes nos preços do diesel e gasolina comercializados nas refinarias foram aprovados pela diretoria executiva da Petrobras em janeiro. Mas, os novos reajustes passaram a vigorar a partir de julho.
Entretanto, o que parece bom para o consumidor, principalmente, por conta das frequentes alterações, na prática, não tem sido fácil de administrar por parte dos proprietários de postos de combustíveis.
Um dos administradores de dois postos da cidade conta que não consegue repassar todas as alterações divulgadas pela estatal. Ele explica que algumas variações acontecem na casa dos milhonésimos de centavos, o que para o consumidor final e para os postos não representam grande mudança até o momento. “ Às vezes, um reajuste desses, em uma carga de cinco mil litros, não impacta nem em R$ 5,00. Com isso, não tenho como repassar o novo valor para o consumidor. Se o consumidor encher o tanque com o valor dessa variação, possivelmente, sentirá uma diferença de, no máximo, R$ 0,001”.
Sendo assim, ele conta que as variações podem impactar só para aqueles que comercializam milhões de litros.
O administrador afirma que ainda será preciso esperar o fechamento do mês para calcular a diferença que essas variações irão causar. “Para saber se em um mês teremos lucro ou prejuízo, temos que esperar fechar o balanço do mês, para depois quantificar isso e repassar para o consumidor”.
A visão dele é de que as distribuidoras repassarão os valores dos aumentos integralmente aos postos.
A maioria das distribuidoras recompuseram suas margens de lucro já há algum tempo, algo que os postos ainda não conseguiram.
Além dos custos de fornecedor, os postos contam também com custos diversos (Ibama, ANP, Cetesb, impostos e etc.), inclusive, alguns serviços oferecidos gratuitamente. Esses são fatores que podem encarecer o preço do combustível.
O administrador conta que já está operando com margem de lucro abaixo do necessário, mesmo antes da nova política entrar em vigor. Entretanto, ele afirma que “não há como os postos variarem diariamente, assim como a Petrobras, pois, trabalhamos na casa dos milésimos enquanto a Petrobras na casa dos milhões. A bomba de combustível é um equipamento delicado, não é recomendável mexer muito nela. Quanto mais mexer, mais manutenção será necessária e, com isso, os custos aumentam”.
“É impossível repassar, de imediato, a redução para o consumidor”, disse o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap), Flávio Campos, ao jornal Correio Popular na semana passada. Segundo ele, para não ter perdas, alguns empresários ligam quase que todo dia para as distribuidoras para acompanhar o preço.
Segundo a Petrobras informou ao jornal campineiro, “a decisão de rever os preços dos combustíveis em intervalos mais curtos foi tomada por causa do grande aumento das importações, o que forçou a necessidade de ajustes para garantir a competitividade no mercado interno, além das variações nos preços internacionais de petróleo e fretes”.
Ainda segundo a Petrobras, os novos preços continuarão mantendo uma margem positiva em relação à paridade internacional. A estatal lembrou ainda que a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e, por isso, os reajustes nas refinarias podem ou não chegar ao preço final para o consumidor.
O administrador lembra que os motoristas não devem se guiar somente pelo preço do combustível, é importante analisar também os benefícios oferecidos e a qualidade dos produtos e serviços que cada posto oferece.
Aumento dos impostos
O Governo Federal anunciou, na quarta-feira, 19, que poderá aumentar alíquota do Pis / Cofins sobre a gasolina.
O aumento tem como objetivo ajudar a arrecadação federal e tentar cumprir a meta fiscal para 2017.