O cristão e a política

Neste artigo, desejamos ver essa questão à luz da Bíblia. Qual deve ser a postura do cristão em relação às desigualdades sociais, fome, miséria, desemprego, violência urbana e tantos outros problemas que assolam nosso país e o mundo de hoje? Devemos agir ativamente na solução desses problemas ou não nos envolver diretamente com essas coisas? Primeiramente, devemos saber que a origem de todos esses problemas é o pecado. Todo esse caos existe porque o homem caiu e se afastou de Deus. O problema maior, originador de todos os demais, é o pecado. “Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.” (Rm. 7:20).
Portanto, nunca chegaremos à solução final de qualquer problema se não tratarmos com o pecado. Deus, mais do que qualquer um, sabe disso. Ele está preocupado em resolver o problema do pecado, e foi precisamente para isso que Cristo veio, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:23-24); Sabemos que o Senhor Jesus tem de vir duas vezes.
Em Sua primeira vinda, Ele tratou com o problema do pecado. Ele não cuidou de nenhum problema social ou político. Ele não Se envolveu com a política, nem quando foi provocado a isso. Seu único alvo era salvar o homem. Sua primeira vinda foi para resolver os problemas espirituais, não os materiais. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Coríntios 5:21); “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10).
Isso não quer dizer que Ele ignora a situação de nossa sociedade e todas as questões sociais que existiam naquele tempo e hoje. Ele tratará dessas coisas em Sua segunda vinda. Ele cuidará do sistema político e de todas as questões envolvendo o governo humano. Os problemas envolvendo governos e nossa sociedade simplesmente não têm solução. Todas essas coisas passarão quando forem inaugurados novo céu e nova terra. O Senhor cuidará disso, no tempo determinado, em Sua segunda vinda.
“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” (Apocalipse 21:1). Devemos conhecer a obra de Deus e concentrarmos nela. Devemos fazer o que Deus está fazendo. Ele está preocupado em salvar os homens. Esta também deve ser a nossa preocupação. Sua obra deve ser a nossa obra. “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele enviou.” (João 6:29). Mas e quanto às milhões de pessoas que não têm o que comer, as injustiças sociais, o desemprego, a criminalidade, a corrupção? Não devemos nos importar com isso e unicamente nos preocupar com o evangelho?
Não estou aqui pregando que devemos nos tornar insensíveis ao que acontece ao nosso redor! A situação que o mundo atravessa hoje é lastimável, mas se quisermos dar uma solução cabal para isso, precisamos pregar o evangelho. Uma vez que o homem é salvo, todos os problemas relacionados a ele são resolvidos. Um homem salvo espontaneamente é um benefício para a sociedade.
Entretanto, esse resultado é apenas o fruto indireto. O que nos preocupa primordialmente é o resultado espiritual, pois o físico definitivamente será cuidado. Quando cuidamos de indivíduos, a sociedade como um todo colherá os benefícios. Veja o exemplo de Zaqueu, um chefe dos publicanos que, após crer no Senhor e ser iluminado, mudou completamente suas atitudes, até mesmo devolvendo quatro vezes mais aquilo que havia tirado de outros injustamente (Lc. 19: 2,8-9).

Eduardo F. Rocha
Igreja em Cosmópolis
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