A Psicologia, com muita propriedade, apresenta, estruturadamente, as Fases do Desenvolvimento Humano: Infância, Adolescência, Juventude, Adulta e Velhice. Sob esta estrutura básica, a sociedade, de modo geral, organiza-se estipulando leis, limites, censura e convida, promove, divulga eventos, premia ou reúne pessoas. Estas fases, via de regra, estão ilustradas em forma de “escada” (com degraus progressivos) ou por pirâmide, apresentando a Infância no primeiro degrau ou na base da pirâmide e a velhice no topo, no último degrau. Pessoalmente gosto da ideia de acrescentar a esta sequência um novo patamar. A meu ver, o grande desafio da vida humana não é a “Velhice”, mas a MATURIDADE, valendo também para a vida cristã e a vida comunitária/eclesial.
A humanidade nos tempos bíblicos já tinha também uma compreensão e estruturação dos Períodos da Vida, tanto que o Apóstolo Paulo compara as fases da vida humana com as fases da vida cristã e, por extensão, com as fases da vida da igreja. A Igreja de Corinto, por exemplo, no parecer de Paulo, dava mostra de não ter um desenvolvimento regular e equilibrado e, bem por isso, muito distante da desejada e necessária MATURIDADE. “Tive de falar com vocês como se vocês fossem crianças na fé cristã” (1 Coríntios 3.1), assim ele se se dirige à Comunidade em carta. “Tive de alimentá-los com leite e não com comida forte, pois vocês não estavam prontos. E ainda não estão prontos…” (v.2).
MATURIDADE ou “o que caracteriza” a personalidade madura, é uma questão crucial para a Psicologia do Desenvolvimento e essencial para a compreensão do alvo da vida cristã e do testemunho da Igreja de Jesus Cristo. “Maturus vem da própria natureza e refere-se à evolução que chega ao fim previsto. Amadurecer é progredir em direção a uma meta. Se atinge ao amadurecimento pessoal ao orientar a vida segundo o sentido de sua existência, a partir da aceitação consciente dos limites e da aceitação consciente das disposições.” Autor@s da Psicologia do Desenvolvimento afirmam que “o aspecto fundamental deste AMADURECIMENTO é a aceitação das limitações e das possibilidades tanto da realidade interna quanto externa.
Nossa sociedade atual (com suas tecnologias, conhecimentos, descobrimentos), está conseguindo ampliar a longevidade e isso é muito bom e agrada o Deus da vida. Mas a MATURIDADE ainda está longe de ser alcançada. Nossas cidades, nosso país, o mundo, nossas igrejas estão repletas de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, mas CARENTES DE PESSOAS MADURAS. O Salmo 112 (NTLH) nos dá mostra do que vem ser uma pessoa MADURA. Sua vida reflete justiça, equidade, solidariedade, honestidade, generosidade, benignidade, misericórdia, fé e confiança, serenidade, harmonia das funções que supõem autogoverno, visão global e objetiva do mundo, autoconfiança, temor a Deus e prazer em obedecer aos Seus mandamentos. Estas, sim, são as bases de distinção da “carnalidade” e da MATURIDADE. Divisões e preterências não condizem com a vida cristã MADURA. Mas, sim, acolhimento e inclusão. “Pois se vocês se deixam levar por instintos egoístas, se entre vocês há invejas e brigas, e se comportam como qualquer um”, “não posso falar com vocês como a pessoas MADURAS na fé, mas apenas a uma gente fraca, como a crianças em Cristo.” (1 Coríntios 3. 1-3 – Bíblia Ed. Pastoral). Você aceita este desafio de busca da MATURIDADE?