Jesus sempre foi e será incomparável. Ele estava com Deus na criação do mundo. Ele existia antes de Se encarnar como um ser humano. Na Terra, Ele revelou a natureza e o caráter do Pai como um Deus de amor. Ele lia o coração das pessoas. Curou os doentes, libertou os encarcerados de espírito e defendeu os marginalizados e humildes. Por onde Ele passava, não havia como não percebê-Lo. Cada partícula desse mundo sabia quem Ele era.
A natureza, os animais, as doenças, os demônios e até mesmo a morte obedeciam as Suas ordens. Todos se submeteram ao Deus revestido em pele humana.
Entretanto, Jesus não Se tornou uma pedra para salvar pedras, não Se tornou um pássaro para salvar pássaros, também não Se tornou uma árvore para salvar a floresta. Ele Se tornou um de nós para nos redimir. Contudo, por mais estranho que possa parecer, nossa raça resistiu e negou Seu amor e Sua oferta de salvação. O impensável aconteceu. Aqueles a quem Ele veio salvar O desprezaram e dEle não fizeram caso (Isaías 53:3).
Pelo relato dos evangelhos, somos informados de que o mar era subjugado, as doenças desapareciam, os demônios ficavam apavorados e a morte não tinha força alguma diante do Senhor Jesus. Só a nossa raça desobedeceu, desprezou e crucificou o Autor da vida. Ele foi traído por um amigo próximo, abandonado por seguidores, Sua morte foi premeditada pelos líderes religiosos e o governador lavou as mãos ao condená-Lo.
Antes de crucificarem Jesus, cuspiram nEle. A intenção não era de causar dor, mas humilhar e rebaixar a pessoa de Cristo. Aquele que usou a saliva para abrir os olhos do cego (João 9:6) foi cuspido por aqueles que não enxergaram o amor Divino manifestado nEle. Espancaram e torturaram Jesus para que depois fosse morto entre ladrões, como se fosse um deles. A despeito de tudo, para espanto dos incrédulos, Jesus de Nazaré ressuscitou e provou que Ele era quem afirmava ser: Emanuel, Deus conosco. Ele ressurgiu da morte e tem todo o poder para perdoar, salvar e restaurar todos que clamam por Seu nome. Isso O torna ímpar e incomparável.
A questão que atravessa os séculos e chega até nós é: por que deixar o Céu e habitar entre seres humanos? Por que trocar a eternidade por uma vila em Nazaré? Por que abandonar as glórias celestiais por uma carpintaria? A resposta a essas perguntas sempre nos constrange. Temos dificuldade em entender que todo o sacrifício de Jesus foi por nossa causa. A Bíblia declara que Cristo veio à Terra na plenitude dos tempos (Gálatas 4:4). Ele nasceu no tempo determinado pelas profecias para cumprir o plano da redenção. O cenário era de grande perturbação. O povo judeu vivia na iminência de uma insurreição contra Roma. As pessoas estavam céticas quanto à religião por causa de seus maus líderes. Ou seja, nesse aspecto, a plenitude dos tempos significava o pior momento, quando a tensão social, cultural e religiosa desfavorecia qualquer movimento de restauração espiritual.
Esse foi o contexto do nascimento e do ministério de Jesus Cristo. Ele veio em uma época em que o templo estava corrompido pela prática do comércio em vez de promover a salvação dos pecadores. Os líderes religiosos se odiavam e lutavam entre si por status e poder. O povo estava perdido na ignorância e no formalismo religioso. Será que há alguma semelhança com os nossos dias? Diante da iminente volta de Jesus, o quadro não parece muito diferente. Muitos veem a eternidade e a volta de Jesus como uma oportunidade de lucro e prosperidade. O interesse pela verdade e o estudo da Palavra de Deus são substituídos por experiências emocionais, músicas envolventes e orações clamorosas que as pessoas escutam, mas não entendem.
Tudo isso está bem distante do que Cristo ensinou. O discurso de Cristo era impressionante. Ele não era um pregador da comodidade, mas da adversidade. Hoje, os pregadores mais populares são aqueles que proclamam a felicidade dos crentes. Jesus, porém, estava preocupado com a santidade dos fiéis. Enquanto líderes religiosos dos nossos dias estão interessados em converter pessoas ricas, das quais possam obter lucro, Jesus manda não ajuntar tesouros aqui na Terra (Mateus 6:19-21).
Em oposição ao acúmulo de bens, Ele diz: “Vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-Me” (Mateus 19:21). Nem todos percebem ao ler a Bíblia, mas a fala de Jesus sempre foi impopular. Ele afirmou: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lucas 9:62). Um pouco mais à frente, no mesmo evangelho, colocou toda a humanidade contra a parede quando disse: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lucas 16:13).
Extraído da Revista Esperança Viva
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Igreja Adventista do 7º Dia