Por ocasião do nascimento de Jesus, Satanás compreendeu que viera alguém, divinamente comissionado, para lhe disputar o domínio. Tremeu ante a mensagem dos anjos que atestava a autoridade do recém-nascido Rei. Satanás bem sabia a posição ocupada por Cristo no Céu, como o Amado do Pai. Que o Filho de Deus viesse à Terra como homem, encheu-o de assombro e apreensão. Não podia decifrar o mistério desse grande sacrifício. Seu coração egoísta não compreendia tal amor pela humanidade iludida. A glória e a paz do Céu, e a alegria da comunhão com Deus não eram senão fracamente percebidas pelos seres humanos; mas Lúcifer, o querubim cobridor, as conhecia muito bem. Desde que perdera o Céu, estava decidido a vingar-se levando outros a partilhar de sua queda. Ele faria isso induzindo-os a desvalorizar as coisas celestiais e a pôr o coração nas terrestres. […]
A imagem de Deus era manifestada em Cristo, e, nos conselhos de Satanás, se decidiu que Jesus fosse vencido. Não viera ainda ao mundo algum ser humano que escapasse ao poder do enganador. Foram-Lhe colocadas no encalço as forças da confederação do mal, empenhando-se contra Ele, no intuito de, se possível, vencê-Lo.
Na ocasião do batismo de Cristo, Satanás estava entre os expectadores. Viu a glória do Pai cobrir o Filho. Ouviu a voz de Jeová testificando da divindade de Jesus. Desde o pecado de Adão, a humanidade estivera cortada da comunhão direta com Deus; a comunicação entre o Céu e a Terra fizera-se por meio de Cristo; mas, agora que Jesus viera “em semelhança de carne pecaminosa” (Rm 8:3), o próprio Pai falou. Antes, comunicava-Se com a humanidade por intermédio de Cristo; agora, o fazia em Cristo. Satanás esperava que, devido ao aborrecimento de Deus pelo pecado, haveria eterna separação entre o Céu e a Terra. No entanto, a ligação entre Deus e o ser humano havia sido restaurada.
Satanás viu que, ou venceria, ou seria vencido. Os resultados do conflito envolviam algo muito importante para ser ele confiado aos anjos confederados. Ele próprio devia dirigir em pessoa o conflito. Todas as forças da apostasia se puseram a postos contra o Filho de Deus. Cristo Se tornou o alvo de todas as armas do mal (O Desejado de Todas as Nações, p. 115, 116).
Meditações Matinais
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