Um movimento que vem ganhando proporções grandes é o feminismo, que se deve, principalmente, à internet, aonde mulheres vêm relatando diariamente suas lutas e conquistas.
Antigamente, mulheres não podiam votar, não podiam estudar e somente serviam para a reprodução, cuidados domésticos e para satisfazer o seu marido. Contudo, ao passar dos anos, isso foi mudando e os direitos iguais foram exigidos e, aos poucos, conquistados.
Mesmo depois de tantos anos se passando e tanta evolução, ainda há muito preconceito envolvido com esse movimento, o que acarreta muitas polêmicas e discussões.
A professora e jornalista Tatiana Catelli, conhecida como Tati, conta que conheceu esse movimento tardiamente, somente na faculdade, mas que, desde sempre, o movimentou caminhou com ela. “Eu nem conhecia o significado da palavra, mas, não aceitava não ter os mesmos direitos que o meu irmão ou amigo da escola por ser menina”, relata Tatiana.
Muitos motivos fazem as mulheres entrarem para o movimento e se intitularem feministas. Muitas vezes, o preconceito é só por ser do sexo feminino, como conta Tatiana “O que me levou ao movimento foi devido ao mercado de trabalho. Fiquei inconformada de ser questionada nos processos seletivos sobre a maternidade e sobre o que eu faria com o meu filho. A condição da mulher no mercado de trabalho melhorou muito nos últimos anos por conta do feminismo ter colocado em pauta essas questões, de como os homens conseguem melhores posições, ganham mais e não são interpelados a responderem sobre sua responsabilidade com os filhos”, diz Tati.
É importante ressaltar que o feminismo não se resume às mulheres querendo ser mais que os homens, e sim, ter os mesmos direitos que os homens. Mesmo depois de tanta luta, as mulheres ainda sofrem muito só pelo fato de serem mulheres. Uma pesquisa do IBGE mostra que apenas 37,8% das posições de liderança são ocupadas por mulheres em 2016. Isso ocorre, conforme já foi comentando pela jornalista, “pelo fato das mulheres terem filhos e também por acharem que elas não têm capacidade, mesmo que apresentem nível de formação superior aos homens, entre outros fatores socioculturais”.
Como todo movimento que ganha visibilidade, o feminismo e as feministas sofrem muitos preconceitos e são atacadas. É possível ver isso na internet, qualquer assunto que envolva feminismo acaba em confusão. A jornalista conta que já sofreu preconceitos. “Muitas pessoas não entendem o que é feminismo, que é uma luta por igualdade e não um discurso vazio que quer fazer a mulher ser mais que o homem. As pessoas não entendem e te tratam como uma radical”.
Como professora, Tati diz que tenta mostrar aos alunos que a luta das mulheres tem motivo para existir. “Na história, sempre fomos subjulgadas e alvos de exclusão e violência. A luta do feminismo busca mexer na ferida e colocar em pauta para que percebamos o tanto que é preciso mudar. Mostro dados de feminicídio, histórias cruéis e tristes. Se não fosse o feminismo para mostrar, fatos como esses entrariam em estatísticas sem discussão. Hoje, podemos debater para mudar essa realidade”.
Para as mulheres, esse movimento é muito importante, pois, mostra o quanto é importante lutar por seus direitos e, principalmente, mostra que ambos os gêneros são iguais e devem receber os mesmos tratamentos. “O feminismo é um movimento muito importante. Aqueles ou aquelas que acham que não, estão desinformados. As mulheres, hoje, conquistaram direitos por conta de muita luta, porque o feminismo põe em pauta a desigualdade entre homens e mulheres que ainda persiste na nossa sociedade. Precisamos de movimentos assim, que escancaram nossas mazelas e nos permitam mudar o que é necessário”, conclui.