O melhor remédio para a osteoporose é a prevenção

A osteoporose é uma doença do sistema esquelético caracterizada pela diminuição da massa óssea, que aumenta o risco de fraturas. Muitas pessoas ainda sofrem com essa doença, principalmente, por não preveni-la ou, simplesmente, por não pensarem a respeito.
“A osteoporose pode ser considerada uma doença silenciosa, pois, muitas pessoas podem ter a doença ou apresentar fraturas vertebrais assintomáticas e acabam tendo o diagnóstico já com um quadro mais avançado associado a dores articulares ou quando apresentam fraturas graves, como as de quadril”, alerta Leonardo Kowalesky, médico ortopedista.
O diagnóstico é feito pela avaliação da densidade óssea através da densitometria óssea, “porém, sempre associado a uma maior investigação clínica e laboratorial, com marcadores ósseos para identificarmos possíveis causas para a doença e disfunções metabólicas que devem ser corrigidas”, explica.

Densitometria
A densitometria deve ser realizada por todas as mulheres com mais de 65 anos ou todas as mulheres acima de 40 anos na transição menopausal e homens com mais de 70, assim como homens e mulheres acima de 50 anos com fatores de risco para desenvolvimento da doença, como tabagismo, abuso de álcool, uso prolongado de glicocorticóides, história familiar (existe um forte componente genético no risco para desenvolvimento da doença) e magreza (imc menor que 18,5). “Outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença são o sedentarismo e a falta de uma alimentação saudável com inadequado consumo de cálcio”, comenta.
Um dos fatores que estimula a formação óssea é a carga sobre o esqueleto. “A atividade física é muito importante na prevenção da doença. O programa ideal deve incluir exercícios aeróbios de baixo impacto, como caminhada, além de exercícios de fortalecimento muscular. Uma boa massa muscular reduz fragilidade e diminui quedas, reduzindo o risco de fraturas. Atividades de alto impacto, como corridas e modalidades que exijam saltos e quedas, vão estar indicadas nos pacientes ainda com uma boa saúde óssea e não mais naqueles que já apresentam sinais de fragilidade óssea”, explica o ortopedista, que acrescentar que “algumas especialidades médicas lidam com o tratamento da osteoporose, como a ortopedia, endocrinologia, geriatria e a ginecologia. E o paciente deve discutir seus sintomas com algum desses especialistas”, indica Leonardo.
“É importante lembrar que a prevenção é sempre o melhor caminho a ser seguido! Alguns hábitos de vida são muito importantes para ter ossos fortes, e devem iniciar desde a infância”, ressalta.
Esses hábitos são:
– Consumo adequado de cálcio: o mineral é fundamental para a formação e manutenção da massa óssea. Um adulto deve consumir cerca de 1000mg de cálcio por dia , o que equivale a 3-4 porções de derivados lácteos ao dia. Mas é importante destacar que as necessidades variam com a idade – adolescentes e idosos necessitam doses maiores e mulheres grávidas ou amamentando também devem consumir mais cálcio. A principal fonte de cálcio na dieta é o leite e seus derivados, como iogurtes e queijo, porém, nem sempre são a melhor opção por se tratarem de alimentos mais gordurosos.
“O cálcio também está presente nos vegetais e alimentos da cor verde escuro, como espinafre, agrião, brócolis e couve”, indica.
Uma opção quando o paciente realiza uma baixa ingestão de cálcio é o uso da suplementação do

Leonardo B. Kowalesky
Ortopedista e
Traumatologista
CRM 137295

nutriente. “Mas, destaco que esse uso deve sempre ser orientado pelo médico, pois, erros no consumo e suplementação podem levar a um maior risco de calcificação coronariana e infarto agudo do miocárdio. O ideal é sempre obter esse nutriente pela alimentação”, alerta Leonardo.

– Exposição solar: a vitamina D é sintetizada na pele pela absorção dos raios solares ultravioleta e sofre transformações no fígado e rins para tornar-se ativa. Uma exposição de pelo menos 20 minutos ao dia pode melhorar os estoques de vitamina D, que é um hormônio fundamental para a formação óssea, além de facilitar a absorção do cálcio pelo intestino. “Faça atividades ao ar livre desde sempre e estimule também essa prática nas crianças!” enfatiza.
“Dez milhões de brasileiros sofrem com osteoporose, 1 em cada 4 mulheres com mais de 50 anos desenvolve a doença. Ocorrem 2,4 milhões de fraturas por osteoporose ao ano no Brasil.Faça atividade física, tenha uma boa alimentação e previna-se!”, conclui o ortopedista.