“A epicondilite medial se caracteriza pelo processo inflamatório e degenerativo da origem dos tendões flexores do antebraço. Esses tendões são aqueles responsáveis pela flexão, ou seja, para dobrar o punho e os dedos.
A epicondilite medial causa dor na parte medial (ou interna) do cotovelo. A dor pode irradiar para o antebraço, mas tem seu ponto mais doloroso próximo ao osso medial do cotovelo (epicondilo medial).
A doença corre em aproximadamente 0,5% da população geral em idade produtiva e apresenta maior prevalência na faixa etária de 45 a 55 anos. A maioria dos pacientes (75%) apresenta sintomas no membro superior dominante.
O que causa a epicondilite medial?
A causa principal da epicondilite medial é a sobrecarga repetitiva dos músculos flexores do antebraço.
Diversos esportes e atividades podem gerar essa sobrecarga, como o golfe, o tênis e a musculação. Um evento único traumático também pode gerar a epicondilite. Atividades de trabalho que necessitam de movimentação repetitiva dos flexores também estão associadas à epicondilite medial.
Em algumas casos, pode estar associada à instabilidade medial do cotovelo, que ocorre em praticantes de esportes de arremesso que realizem o movimento em valgo de modo repetitivo, que pode causar lesões nos ligamentos mediais do cotovelo.
O tratamento da epicondilite é não-operatório e deve ser ajustado às atividades de cada paciente e, como princípios gerais, baseia-se no controle da dor, na reabilitação da musculatura acometida e na prevenção. Apresenta uma taxa de sucesso de 88 a 96%.
Para o controle da dor, diversas medidas podem ser indicadas pelo médico, como o uso de medicações anti-inflamatórias orais e tópicas, órteses e imobilizações e terapias como a fisioterapia ou a acupuntura.
Infiltrações também podem ser indicadas caso as medidas prévias não sejam eficazes, mas apresentam alguns riscos e não são realizadas de rotina. A reabilitação baseia-se no alongamento da musculatura flexora, que quando realizado com ativação da musculatura antagonista pode ser mais eficaz, e no fortalecimento (para a fase mais tardia).
Após a recuperação da fase aguda dolorosa, a prevenção deve ser realizada, evitando novas crises e recidiva da dor. Alongamento e fortalecimento devem ser realizados de maneira padronizada e frequente”.
Por Dra. Renata de Senna Kowalesky, CRM 140.080, e Dr. Leonardo Kowalesky,
CRM 137.295