O segredo do sucesso da amamentação

Leitora da coluna “Ser Mulher”, prazer em conhecê-la. Meu nome é Bruna Genaro Leite, sou jornalista, consultora de amamentação e mãe. É com muita alegria que estou aqui para compartilhar com você temas importantes sobre amamentação e gestação. Você pode não estar grávida, mas se você deseja um dia ser mãe, recomendo a leitura. Se você não quer, que tal emprestar seu jornal para uma amiga, vizinha ou parente que esteja grávida? Vamos nos ver várias vezes por aqui. Depois de apresentadas, vamos ao tema desta edição: o sucesso da amamentação.
O primeiro passo para uma amamentação de sucesso é a mulher confiar em si mesma e no leite que ela produz. Muitas são as influências externas que querem fazer essa mulher desacreditar de si mesma. O desincentivo da amamentação, muitas vezes, vem como forma de “conselho”: “mas esse bebê chora demais, seu leite não sustenta”; “sem bico não tem como amamentar”; “amamentar dói muito”; “dá um chazinho pro bebê, ele está com cólica”; as opiniões não têm fim.

Ter uma autoestima alta é fundamental para construção de uma boa relação com o ato de amamentar

É realmente difícil para uma mulher vencer toda essa carga negativa que a sociedade joga em seus ombros sobre a amamentação. Por isso, a grande chave para o sucesso é a mulher investir na sua autoestima e se informar.
Mas, afinal, o que é autoestima? É a avaliação que damos de nós mesmos. Está baseada em crenças, emoções, experiências, educação, e, sobretudo, no tipo de relação na qual crescemos. Retornamos à primeira infância e experiências iniciais da vida.
Ao dar o peito para o bebê, uma mulher está dando mais do que um produto fisiológico: está dando a si mesma. O leite se torna o símbolo de seu ser, ou melhor, do valor que ela dá ao seu ser, de como ela se vê, do que pensa de si, do que foi condicionada a pensar de si, do que acredita ser capaz. Portanto, na amamentação, as questões ligadas à autoestima da mãe são de grande importância no sucesso ou não da experiência.
Autoestima é um aspecto da personalidade que está vinculado ao grau de aceitação e de amor que uma pessoa dá a si mesma e/ou que recebeu das relações significativas de sua vida. Aprendemos quem somos a partir da relação com nossos pais.
A identidade da criança se desenvolve no espelho que seus pais lhe devolvem. Genitores que têm paciência com os filhos, que acreditam em suas capacidades, que lhes dão seu espaço e tempos transmitem aos mesmos autoconfiança e aceitação. A criança crescerá acreditando em si mesma. Pais distantes e impacientes, ocupados e desatentos, farão a criança se sentir indesejada, um fardo e um acidente que não oferece nada de interessante para seus pais. Logo, ela não é ninguém que valha a pena.

Por Bruna Genaro Leite,
Jornalista e Consultora de Amamentação
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Assim, acontece que na hora de oferecer o peito, fonte do alimento que nasce das entranhas da mulher, de seu sangue e de sua verdade corporal, eis que a nutriz insegura vem à tona. A prova dos nove é que seu bebê cresça e o pediatra confirme com números e avaliações que ela foi capaz de manter seu filho em saúde e em vida. Pois nada menos que a vida do bebê é o que está em jogo. Se em tantos momentos da vida é possível mascarar e desviar o confronto direto com a própria autoestima, na hora da mamada não dá. A verdade está bem na nossa frente: o bebê está de boca aberta agarrando o peito e sugando com satisfação ou está berrando de fome?A campainha de alarme que um bebê faminto agita nos ouvidos de sua mãe, faz despencar qualquer estrutura psíquica que não esteja solidamente edificada sobre bases reais de autoestima.
Nesta atmosfera emocional, a dificuldade de o bebê agarrar o peito, que pode ser consequência de simples mau posicionamento, é interpretada inconscientemente como um sinal de rejeição por parte do bebê. Num nível simbólico e afetivo, entende-se que o bebê não mama o peito da mãe por que “a rejeita” ou “não gosta de seu leite”. O mesmo poderia acontecer ao contrário. A crença positiva em si mesma gera a crença positiva no próprio leite e na própria capacidade de nutriz.
Na próxima vez que nos vermos por aqui, vamos falar mais sobre o tal “leite fraco”. Por enquanto, guarde essas informações: Você é capaz de alimentar seu filho. Seu corpo está gerando/gerou um bebê, ele sabe o que faz. Assim também seu corpo será capaz de produzir o melhor alimento para o seu bebê: o leite materno. Confie em você. Se olhe no espelho e repita até você acreditar: Eu sou capaz de amamentar meu bebê! Vai dar certo, aliás, já deu.