O ‘tal’ do leite fraco

Olá, leitora do Ser Mulher! Que bom que você está aqui novamente! Em nosso primeiro “encontro” por aqui, falamos sobre o segredo da amamentação: a autoestima da nutriz. No fim do texto, disse que falaríamos sobre o leite fraco. Mas, afinal, existe ou não leite fraco?

Antes de tudo, vamos responder à pergunta: NÃO EXISTE LEITE FRACO. Vamos listar juntas as principais propriedades do leite materno:

– Contém todos os nutrientes essenciais: O leite materno contém todos os nutrientes em quantidade e qualidade, inclusive, água, necessários para propiciar o crescimento e desenvolvimento do bebê.

– É facilmente digerido e absorvido: O leite materno fornece à criança uma nutrição exclusiva de alta qualidade nos seis primeiros meses de vida.

– Protege contra infecções e alergias: É a qualidade mais forte do leite materno. O colostro e, posteriormente, o leite maduro permitem a adaptação do recém-nascido à vida extrauterina, protegendo a mucosa intestinal contra a invasão e o crescimento de alguns microrganismos patogênicos.

– Reduz a mortalidade: A amamentação exclusiva é a melhor forma de proteger o recém-nascido das enfermidades infecciosas agudas e crônicas, principalmente, intestinais (como as diarreias) e respiratórias.

– Protege a parede intestinal do bebê: O leite materno possui imunoglobulinas que forram a mucosa intestinal do bebê, impedindo a aderência de bactérias, vírus, parasitas e neutralizando toxinas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o leite humano “é muito mais do que uma simples coleção de nutrientes; é uma substância viva de grande complexidade biológica, ativamente protetora e imunologicamente moduladora… uma verdadeira prescrição médica da natureza”.

A cor do leite materno

Muitas mulheres se preocupam com o aspecto de seu leite. Acham que, por ser transparente em algumas ocasiões, o leite é fraco e não sustenta a criança. Por isso, é importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e também com a dieta da mãe.

O leite do início da mamada – o chamado leite anterior – pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. Porém, ele é muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína. E o leite do final da mamada – o chamado leite posterior – é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe.

Mas, você pode estar pensando: “Como não existe leite fraco se meu bebê não engorda e não cresce adequadamente?”. Se já chegamos à conclusão juntas que não existe leite fraco, então outros fatores devem estar relacionados ao desenvolvimento do seu bebê, certo? Existem diversas dificuldades na amamentação, tema que vamos falar em nosso próximo “encontro”. Vou listar algumas aqui: falta de apoio, pega incorreta, bicos planos ou invertidos (dificultam a amamentação, mas é possível amamentar), rachaduras ou fissuras no seio, retenção do leite, mastite, crises transitórias do aleitamento e outros.

Agora vamos fazer um combinado? Toda vez que alguém falar sobre “leite fraco”, vamos dar uma informação de qualidade a essa pessoa? Juntas nós vamos conseguir mudar a ideia predominante – e errada – de que existe leite fraco. Conto com vocês!

Por Bruna Genaro Leite,
Jornalista e Consultora de Amamentação
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