Psicóloga alerta sobre o aumento dos vícios em apostas e jogos eletrônicos e apresenta caminhos para o tratamento e a recuperação
Sou Elisângela Galdino, graduada pela Universidade Paulista Unip de Limeira SP. Coordenadora do projeto Florescer, clinica social que tem como missão atender a toda comunidade com valor acessível a todos. Tenho pós-graduação em Psicopedagogia, Avaliação Psicológica, Orientação profissional, Terapia ABA. Atualmente curso especialização em Terapia Cognitivo Comportamental TCC. Abordagem que escolhi para conduzir as sessões de psicoterapia e assim compreender e auxiliar as pessoas na diminuição de sofrimentos emocionais.
Meu trabalho é realizado na cidade de Artur Nogueira e Cosmópolis SP desde 2018. Atualmente venho percebendo um aumento significativo em demandas relacionadas ao vício, a febre do momento BETS (site de apostas). O vício em jogos, como o próprio nome já sugere, está relacionado à dependência total de jogos, sejam eles eletrônicos ou de azar. Isso significa que a pessoa encontra uma enorme dificuldade em estabelecer limites no uso desses jogos.
Com os avanços das tecnologias e a avalanche de modernidade que têm tomado conta da rotina das pessoas, muitos vícios e dependências acabam sendo desenvolvidos. Nesses casos, a pessoa enfrenta diversos problemas cognitivos, desorganização da rotina, desalinhamento de relações, dificuldade de comunicação, entre outros mais graves, como: transtorno de ansiedade ou até mesmo depressão.
O vício pode acontecer de maneira acobertada: inicialmente, a pessoa é inserida naquele espaço (salas de jogos online, máquinas de sorte, apostas e afins) e começa a “pegar gosto pela coisa”. Aos poucos, as apostas e o tempo gasto começam a ser muito maiores, e começa a sentir falta de jogar constantemente. A adrenalina, as possibilidades de obter o grande ganho, as expectativas e toda a sua energia começam a aumentar em relação aos jogos e passa a investir muito mais neles. Mais dinheiro, mais tempo, mais atenção, energia e força de vontade.
O grande problema é que as outras áreas da vida começam a perder força, recebendo uma atenção mínima: o trabalho fica de lado, as relações não são mais as mesmas, o dinheiro começa a diminuir, pois passa a gastar muito mais, o tempo de sono se altera e assim por diante! Tudo vai se acumulando até chegar em algum limite, seja ele emocional ou físico.
Recebo, no meu consultório, pacientes totalmente desestabilizados, vulneráveis e, em muitos casos, com dívidas impagáveis. A Psicoterapia focada no vício em jogos eletrônicos e de azar traça e analisa o perfil do jogador com objetivo de chegar na raiz do problema, garantindo um tratamento seguro, personalizado e efetivo. Outra forma eficaz de lidar com o vício em jogos é participar de grupos de apoio, onde pode encontrar maior suporte na narrativa de pessoas que enfrentam o mesmo problema em seu cotidiano.
Recentemente, no ano de 2022, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu formalmente que o vício em jogos eletrônicos e de azar configura uma doença. Isso porque seus sintomas e sinais são extremamente reconhecíveis e tóxicos para aqueles que convivem com eles, além do fato de ter existido uma onda gigantesca do problema após a quarentena da Covid-19.
Se você tem ou conhece alguém que tenha problemas com jogo, saiba que existe tratamento. Muitas pessoas têm conseguido se recuperar, e com certeza você ou seu familiar, amigo, conhecido também consegue. Não desista da vida, Não desista de você. Volte a se sentir vivo para desfrutar do melhor desta Terra. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO.
Para o suporte no tratamento, os jogadores compulsivos podem contar com ajuda do JÁ (Jogadores Anônimos) com reuniões on-line e presencial. Esta organização possui em sua literatura um material exclusivo para enfrentamento desse tipo de vicio, altamente eficaz.