Obesidade infantil e a pandemia

12 de fevereiro de 2021 Variedades Foto: Gazeta de Cosmópolis/TV Jaguari

Fisiologista alerta sobre a necessidade das crianças se exercitarem

Um assunto preocupante nesta pandemia: crianças com obesidade e níveis elevados de pressão arterial e de colesterol. Uma série de fatores interligados levou ao grande problema: a falta das aulas presenciais da escola, das brincadeiras no intervalo entre as aulas, da Educação Física escolar, da academia, dos parques, de espaço esportivo e de brincar no condomínio.
Nossa insistência, nesta pandemia, para que os nossos alunos façam exercícios em casa deveria ser passada também para as crianças, até porque são companhia e estímulo para os adultos. Mas isso foi feito, infelizmente, apenas por uma minoria inexpressiva. Pelos dados estatísticos, as crianças ganharam peso e as que foram examinadas estavam com níveis de pressão arterial acima da média para crianças e as dosagens do colesterol e até o índice glicêmico estavam acima do padrão para a idade.
Se a falta de movimento físico continuar e a isso se somar a falta de um tempo ao Sol, vamos ter problemas sérios de saúde. A quantidade de adolescentes obesos, hipertensos e com colesterol elevado e, mais para frente, adultos diabéticos pode ser o futuro dessa geração sedentária.
O Fisiologista do Exercício e Personal Trainer, Saulo Santos, faz um alerta “de tudo o que a garotada está vivenciando, é uma obrigação dos pais e responsáveis. Falta de exercícios, e rotina, e com erros nos hábitos de vida, como o sedentarismo estimulado pelas tentadoras mídias digitais, vão produzir adultos obesos e com doenças crônicas desmotivadoras para iniciar esportes ou exercícios físicos.
A preocupação ainda está abafada pela pandemia em si. Precisamos estimular a todos para a volta aos exercícios, corridas e esportes ao ar livre o quanto antes, com as medidas protetoras indicadas pelas autoridades sanitárias.

Nunca uma recomendação precisou tanto voltar a ser falada, e bem alto: “MEXA-SE!”

Exercício fisico
Embora em curto prazo o ganho de peso esteja associado a escolhas alimentares, Saulo reforça que as crianças precisam se manter ativas nesse período de confinamento. O Fisiologista recomenda que crianças de 1 a 5 anos tenham ao menos 180 minutos diários de atividades físicas variadas e de qualquer intensidade. Para aquelas entre 6 e 10 anos, o tempo recomendado é o mesmo. Porém, nessa faixa etária, é necessário dedicar ao menos 60 minutos para atividades de intensidade moderada a elevada.
Para as acima de 10 anos, ano mínimo 60 minutos todos os dias. Recomenda-se para estas crianças acima dos 10 anos sem aulas procurar atividades e exercícios em academias, studios e com personal trainer.
Independente da idade, segundo Saulo, a orientação é distribuir esses minutos ativos ao longo do dia e evitar que as crianças fiquem paradas ou sentadas por mais de uma hora seguida. Além disso, quanto mais elas se mexerem, superando inclusive o tempo mínimo recomendado, melhor.