O Dia Nacional do Motociclista é comemorado no dia 27 de julho. A data celebra todos os que, seja profissionalmente ou por hobbie, pilotam motocicletas. E para alertar os condutores com os cuidados da moto, a especialista Ana Paula de Queiroz explica como funciona um dos sistemas mais importantes da moto: o sistema de transmissão.
Primeiramente, o sistema de transmissão é responsável por transmitir a força gerada pelo propulsor à roda traseira e colocar a moto em movimento de maneira controlável. “São três os componentes da transmissão: corrente, coroa e pinhão”, informa a profissional. Além da corrente, existem também a correia-dentada e o eixo-cardã, menos comuns, que serão brevemente explicados.
A corrente é o item mais comum utilizado no sistema de transmissão. “Essa corrente é composta por duas engrenagens dentadas de metal e de uma corrente, que faz a ligação entre elas. Essas engrenagens, construídas em diversos tipos de metal (mais comuns aço e alumínio), se diferem na quantidade de dentes e em seu diâmetro”, informa ela. Já na parte da frente, próximo ao pedal, se encontra o pinhão, cuja função é transmitir a rotação do motor para a corrente, que pode ser de elos comuns ou com retentor. “A corrente, por sua vez, gira e move a engrenagem maior, na parte traseira, cuja força faz a roda traseira tracionar”, explica.
Como todos os componentes da moto, a corrente também tem uma vida útil, a qual Ana Paula afirma depender totalmente dos cuidados do motociclista. “O que define a vida-útil da corrente e de todo sistema será a limpeza e lubrificação periódicas desses itens, e também da manutenção da própria corrente”, observa ela.
A especialista explica que a limpeza pode ser feita em casa mesmo, e é bastante simples: primeiramente, é necessário ter óleo diesel e querosene para passar na corrente e limpá-la. “Essas substâncias tiram toda sujeira da corrente; depois de limpa, é preciso aplicar óleo ou algum tipo de lubrificante na corrente, para ela ficar macia”, afirma. Ela ressalta que essa limpeza deve ser feita quinzenalmente, ou uma vez por semana, se for bastante utilizada.
Além disso, ela alerta que é importante esticar a corrente quinzenalmente também. “Para esticar, é só ir até uma oficina especializada e pedir para esticar a corrente. Leva poucos minutos, e é muito importante para ela não ficar solta demais e correr o risco de soltar”, adverte Ana Paula. Contudo, se o uso da moto for severo, ela recomenda que a corrente seja verificada uma vez por semana.
A profissional afirma que é possível perceber quando a corrente está larga, porque ela faz uns estalos e sons diferentes. “É perigoso, até mesmo em alta velocidade, essa corrente se soltar e se prender na roda, o que pode gerar acidentes e gastos para o condutor”, alerta ela.
Outro sintoma perceptível de que o sistema está com desgaste é quando não é possível mais esticar a corrente, o que indica que seus dentes já estão muito finos.
A especialista aconselha que os motociclistas não passem óleo ou lubrificante nas correntes sem limpá-las. “Tem gente que passa somente óleo para lubrificar, sem limpar a corrente antes. Isso pode danificar a corrente mais rapidamente porque faz com que toda sujeira e poeira que já estão na corrente fiquem ainda mais grudadas e a desgastem mais rapidamente”, ressalta.
Outro fator que pode danificar mais rapidamente o sistema é deixar a relação muito seca. “Principalmente, para pessoas que andam com a moto em estrada de terra, manter a corrente sem lubrificação pode desgastar o item mais rapidamente”, explica Ana Paula.
A ligação entre o motor e a roda traseira pode ser feita por corrente, correia ou eixo cardã. Cada uma delas tem suas vantagens e desvantagens, servindo para propósitos diferentes.
O sistema de transmissão por correia é muito similar ao feito por corrente. A diferença é que troca-se o metal da coroa, pinhão e corrente, por polias e correia de material flexível. Já o eixo-cardã é uma transmissão bastante complexa, que exige bastante do motor para gerar potência.
Outros cuidados devem sempre ser tomados ao verificar algum sintoma diferente em sua motocicleta.