Outubro Rosa: especialista compartilha a importância da conscientização

O câncer de mama é uma doença altamente incidente e representa na população feminina o tipo de câncer mais diagnosticado

Dra. Talita Giuzio
CRM 151.792
Mastologia / Ginecologia
Atendimentos Total Clínicas / Medclin
Consultório Campinas (19) 3231-0183

Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero.
A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
Para apreciarmos a dimensão e relevância dos estudos em câncer de mama em diferentes áreas de atuação, faremos uma breve exposição epidemiológica da doença. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são atualmente consideradas a principal causa de morte no mundo e é esperado que o câncer lidere essa estatística, sendo considerada uma barreira para o aumento da expectativa de vida (Bray et al., 2018). A incidência de câncer e mortalidade específica pela doença tem aumentado em todos os países. O envelhecimento e o aumento populacional são fatores que explicam essa estatística, assim como a prevalência e distribuição dos fatores de risco (Bray et al., 2018).
A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2018 era de que fossem diagnosticados 18.1 milhões de casos de câncer e que fossem registradas 9.5 milhões de mortes relacionadas à doença, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma (Bray et al., 2018).

Câncer de Mama
O câncer de mama é uma doença altamente incidente e representa na população feminina o tipo de câncer mais diagnosticado, liderando as taxas de mortalidade por câncer dependente nesse grupo (Bray et al., 2018). Em 2012, foi a quinta causa de morte por câncer em geral e a causa mais frequente de morte por câncer na população feminina. No Brasil, são estimados aproximadamente 60.000 casos novos por ano, com uma taxa de incidência em torno de 56,2 casos por 100.000 mulheres (Ferlay et al., 2015). Representa, portanto, um grande desafio para o diagnóstico e o tratamento adequados.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil, sendo seguido pelo câncer de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. Sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos de idade. A estimativa é de 66.280 casos novos por ano, com 18.295 mortes relacionadas à doença para o ano de 2020 (INCA, acesso em 07/03/2021).

Incidência
A incidência dessa doença depende de alguns fatores. A hereditariedade e o fator genético, incluindo a história familiar de câncer de mama e/ou ovário e as mutações genéticas (BRCA1, BRCA2 e outras mutações que aumentam a suscetibilidade ao câncer de mama) representam cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de mama. Os fatores não hereditários são mais prevalentes e relacionados à incidência crescente em países com elevado índice de desenvolvimento humano e em países emergentes. São fatores relacionados: etnia, ciclo menstrual (menarca precoce e menopausa tardia), vida reprodutiva (nuligesta, idade materna avançada na primeira gestação e poucas gestações), ingestão de hormônios exógenos (pílulas contraceptivas e reposição hormonal na menopausa), perfil alimentar, ingestão abusiva de álcool, consumo excessivo de lípides e antropometria (obesidade e distribuição de gordura corporal), lesões de alto risco na mama e antecedente pessoal de radioterapia torácica. Em contrapartida, o aleitamento materno prolongado e a prática de atividade física são conhecidos como fatores protetores (Bray et al., 2018; Ferlay et al., 2015) .
A predisposição genética é um fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer de mama. Como já mencionado, o câncer de mama hereditário tem prevalência em torno de 5 a 10% dos diagnósticos. Essa prevalência aumenta para 10 a 20% no subgrupo triplo negativo (Parkes et al.).
Visto o exposto, enxergamos a dimensão da importância da prevenção e de manter hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.

Referências:
Bray, F., Ferlay, J., Soerjomataram, I., Siegel, R. L., Torre, L. A., & Jemal, A. (2018). Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: A Cancer Journal for Clinicians, 68(6), 394–424. https://doi.org/10.3322/caac.21492
Câncer de mama. (2022, 26 de setembro). INCA – Instituto Nacional de Câncer. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
Ferlay, J., Soerjomataram, I., Dikshit, R., Eser, S., Mathers, C., Rebelo, M., Parkin, D. M., Forman, D., & Bray, F. (2014). Cancer incidence and mortality worldwide: Sources, methods and major patterns in GLOBOCAN 2012. International Journal of Cancer, 136(5), E359—E386. https://doi.org/10.1002/ijc.29210
Parkes, A., Arun, B. K., & Litton, J. K. (2017). Systemic Treatment Strategies for Patients with Hereditary Breast Cancer Syndromes. The Oncologist, 22(6), 655–666. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2016-0430