A campanha Outubro Rosa é importante para alertar sobre a prevenção de câncer de mama nas mulheres e, no mundo dos animais, também não é diferente, pois, a incidência da doença vem crescendo, com o aumento da expectativa de vida.
A médica veterinária Dra. Shirley Favião explica a importância da prevenção nos animais. “Os animais de estimação, cães e gatos, têm adquirido um papel valioso na vida das pessoas como animais de companhia e, por isso, é necessário cuidar”.
Segundo Dra. Shirley, para os animais, não existe o auto-exame de prevenção, mas, os tutores devem fazer o exame em seus cães e gatos, podendo ser no momento do banho ou da brincadeira. “Os tutores irão apalpar os mamilos, observando se existem nódulos; cores diferenciadas, ou seja, uma pele avermelhada; se tem secreções, caso a fêmea não estiver amamentando; e ta
mbém lambedura intermitentemente”, esclarece.
Além desse exame primário, a castração da fêmea é fundamental para ajudar na prevenção para o surgimento da doença. “A realidade popular ainda é não castrar os animais, mas, sabemos que eles têm predisposição a serem acometidos por tumores mamários pela ação hormonal, que é produzida pelos ovários”.
Por isso, quanto mais cedo as fêmeas forem castradas, menor será a chance delas apresentarem tumores de mamas no futuro. “Há vários estudos que comprovam que a incidência de tumores mamários em fêmeas castradas antes do primeiro cio é de 0,5% e entre o primeiro e o segundo cio essa porcentagem sobe um pouco para 8%, mas, ainda assim é pouco baixo”.
De acordo com Dra. Shirley, também não existe nenhuma raça ou espécie com predisposição. “Tanto gatas quanto cadelas estão predispostas a desenvolver tumores de mama”.
Nódulos
De acordo com a veterinária, nem todo nódulo é câncer. Existem casos de tumores benignos, cistos e gorduras. Caso o proprietário detectar alguma alteração, o animal deverá ser encaminhado a um veterinário ou um oncologista, para fazer o exame mais específico.
Na confirmação de que se trata de um tumor, o veterinário tomará as providências para estadiar, ou seja, estudar para saber se esse nódulo é maligno ou benigno.
A veterinária explica a diferença: “Se for benigno, o tumor se concentra apenas no lugar aonde foi encontrado; mas, se for maligno, é chamado de câncer e pode haver metástase, ou seja, se propagar, através da corrente sanguínea e linfática, para outros órgãos, como pulmão, baço, fígado, rins, por exemplo”.
Tratamento
O tratamento nas fêmeas que apresentam nódulos mamários malignos terá que, um dia, serem submetidas à mastectomia, ou seja, a retirada das mamas. Após isso, farão os exames laboratoriais, dependendo do caso, podem passar pela quimioterapia.
Dra. Shirley ressalta que, quanto mais cedo for o diagnóstico da doença, maior a chance de cura. “Serão ainda maiores os períodos sem a doença, proporcionando, assim, melhores condições de vida”.