“Quem tem entendimento controla sua raiva; quem se ira facilmente demonstra grande insensatez.” Provérbios 14:29
Crianças geralmente são imediatistas. E muitos adultos também!
Na verdade, nascemos imaturos emocionalmente e nosso crescimento emocional vai acontecendo ao longo da vida com as oportunidades que nos são dadas.
Nascemos querendo o colo na hora que desejamos, o leite na hora que choramos, o brinquedo no momento em que achamos apropriado.
No processo de educação dos filhos, nossos atos precisam ser, na grande maioria das vezes, intencionais, e não apenas automáticos e impensados, porque precisamos usar as situações para ensinar constantemente aos nossos filhos lições sobre a vida, sobre as emoções, sobre os outros, sobre nós mesmos.
Hoje em dia, com meus dois filhos, uma menina de sete anos e bebê de 3 meses, considero que a impaciência é ainda mais frequente em crianças e adultos por causa, em grande parte, da tecnologia que nos oferece tudo no momento em que desejamos. Antigamente – eu tenho 40 anos -, se estivéssemos na rua e quiséssemos ligar para alguém, precisaríamos chegar em casa para usar o telefone fixo, ou encontrar um orelhão na rua para utilizá-lo.
Hoje, ligo no momento em que quiser. Vejo as notícias no momento em que quiser. Escrevo um e-mail ou uma mensagem no carro, no banheiro, andando pelo corredor do trabalho, na fila do supermercado. Tudo é rápido, quase instantâneo. No entanto, os processos mais importantes da vida não acontecem nesta velocidade.
Não nos recuperamos de uma dor emocional em 30 segundos, não resolvemos um impasse em um relacionamento em 4 minutos, não estamos preparados para uma prova na escola ou no vestibular ou na faculdade se passarmos os olhos durante 1 minuto no caderno de atividades ou no livro acadêmico.
Precisamos de horas, de dias, e isso envolve esforço e espera.
Algumas vezes, quando vou ao supermercado com meus filhos, eu os coloco no carrinho e eles me pedem o celular para verem vídeos, enquanto faço as compras. No entanto, muitas vezes, não deixo justamente para que eles aprendam, além de em outros momentos e oportunidades, a desenvolver paciência.
Às vezes, eu falo: “Hoje, vocês vão me ajudar a encontrar onde estão os itens que precisamos comprar!”
Inicialmente, eles reclamam, e algumas vezes inclusive permaneceram irritadiços durante a minha jornada no mercado.
Mas, aprendizado envolve também lidar com o tédio, com a espera e com o fato de não receber algo que gostaria muito.
Meu filha, quando começa a ficar com fome, e eu ainda estou preparando o almoço na cozinha, vem perto de mim e, fazendo uma grande chantagem através do choro, me pede para começar a dar petiscos para ela. Pede uma fruta, um tomate, uma colher de arroz, uma azeitona… e algumas vezes digo não intencionalmente para que ele aprenda a esperar pelo almoço, mesmo que tenha que lidar com a fome por mais 5 minutos.
A paciência nos torna mais resilientes, mais capazes de lidar com frustrações e mais impelidos a resistir em momentos em que não poderemos desistir.
Experimente, no dia a dia com seu filho, proporcionar a ele momentos em que ele exercite lidar com a espera.
Experimente, você ser paciente.
Isto contribuirá para que vocês se fortaleçam e desenvolvam, também, o fruto do Espírito.
Pr. Adriano Vargas
Cosmópolis Central
@cosmopoliscentral