Passar pelo trabalho de parto faz parte da natureza do corpo feminino, é o ápice da feminilidade
O período de gestação envolve muitas mudanças: o corpo, a mente, a rotina, a disposição. Além disso, as preparações para a chegada de um bebê ocupam a cabeça dos pais. Mas, certamente, algo ainda mais importante sempre está nas rodas de conversas da gestante: “você vai querer cesárea ou parto normal?”. A melhor resposta deveria ser: um parto com respeito.
Um parto com respeito envolve os desejos da gestante baseados nas evidências científicas mais atuais. Certamente o parto normal é a melhor opção para 85% das gestações. Apenas 15% das gestações vão de fato precisar terminar na cirurgia cesariana, de acordo com a OMS. Segundo o estudo Nascer no Brasil, da Fiocruz, cerca de 70% das mulheres desejam ter parto normal no início da gestação, mas, durante o pré natal são desencorajadas por um sistema cesarista (o Brasil é o segundo país no mundo com maior número de cesáreas).
Pesquisando “respeito” no dicionário temos a definição “ato ou efeito de respeitar-se”. Aí te pergunto, passar por uma cirurgia de médio porte sem necessidade é respeitar você, mulher, e seu bebê (que nem disse que está pronto para nascer)? Sendo assim, um parto com respeito está diretamente ligado ao parto normal. Parir é fisiológico. Passar pelo trabalho de parto faz parte da natureza do corpo feminino, é o ápice da feminilidade. Parte do que de fato nos faz mulheres é a capacidade de parir.
Então, como posso ter um parto com respeito, fisiológico? Se preparando para ele. Entendendo como seu corpo funciona, como você e seu bebê vão trabalhar de forma orquestrada no dia do nascimento. Muito mais vale essa preparação na gestação para conquistar uma boa experiência de parto do que um enxoval cheio de itens que você nunca vai usar.
Você, mulher, tem o direito e o dever de saber como seu corpo vai trabalhar no dia do parto. Você precisa dedicar tempo estudando, lendo, pesquisando e tendo pessoas do seu lado que entendam a importância de respeitar esse processo. O parto é comparado a um portal em que o bebê e você irão passar. Dali em diante a vida de vocês nunca mais será a mesma. As emoções, sentimentos e sensações que acontecem no momento do parto são únicas e ficam marcados para sempre na mulher e no bebê.
Sempre digo pros casais que acompanho que quando um bebê nasce é como se o sagrado tocasse a terra por alguns instantes. Parir é especial, é possível e real. Que ninguém roube de você a alegria de passar pelo processo que é sentir seu corpo funcionando de forma saudável, seu bebê informando a hora certa de vir ao mundo, você passando pela dor da vida para trazer luz a um bebê. Parir é sagrado.
O parto normal e respeitoso traz inúmeros benefícios para a mãe: dor somente durante o trabalho de parto, andar precoce, recuperação rápida, perda de peso mais rápida, descida do leite de forma adequada. Para o bebê: é a primeira vacinação ao passar pelo canal vaginal, vínculo mais fácil com a mãe, nascer no tempo certo, terminar de amadurecer os pulmões no nascimento, contato pele a pele na primeira hora de vida.
Muitas mulheres chegam até mim e dizem: “não sei se vou conseguir parir”. E eu sempre respondo: “se você fosse homem, eu também duvidaria, mas você é mulher, nasceu pra isso”. Entender que meu corpo foi feito por um Deus inteligente e desenhado com o objetivo de dar a vida faz toda a diferença na forma de pensar sobre o parto normal.
Além de ajudar famílias a se prepararem para a chegada do bebê, também sou voluntária em um grupo que auxilia mulheres a entenderem, estudarem e aceitarem a maternagem de forma leve. O projeto se chama Vidas Fecundas que tem como objetivo sermos fecundas em tudo que colocarmos a mão no lar, com os filhos e maridos. Realizamos encontros online e presenciais mensais para tratar de temas como: maternidade, vida no lar, abandono do feminismo, vida de casados, vida cristã. As mulheres que desejarem participar podem me mandar mensagem no Instagram ou whatsapp. Que juntas possamos entender nosso papel como mulheres assim como Deus deseja.