Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres. Salmos 126:3
Não é possível identificar o autor desse salmo, mas podemos deduzir que ele esteve entre os cativos na Babilônia. Olha para o passado com gratidão pelo livramento, olha para o presente e reconhece a necessidade de uma intervenção de Deus e, por fim, olha para o futuro com a firme esperança de um futuro maravilhoso. Esse salmo é a descrição das nossas vidas, uma definição da nossa caminhada cristã. Olhando para o passado, sabemos que o povo de Israel foi escolhido por Deus. Deus os abençoou fazendo deles uma nação reconhecida e poderosa. Porém, depois de herdarem a terra que Deus havia prometido, eles se esqueceram de Deus e começaram a andar após outros deuses, descumprindo a promessa de fidelidade ao Deus que os trouxera até ali.
Deus enviou juízes, profetas, levantou reis piedosos, mas o povo não se arrependeu da desobediência. Deus, então, decide castigá-los, os retirando da terra que haviam herdado. A capital Jerusalém foi cercada e destruída pelos caldeus. Nabucodonosor matou homens, mulheres e crianças. O povo hebreu foi arrastado como animais para a Babilônia, um país distante, de ídolos e da feitiçaria. Permaneceram lá por setenta anos.
Após esse período, Deus teve misericórdia e lhes abriu a porta da prisão, quebrou-lhes os grilhões de ferro, e eles voltaram para a sua terra, reconstruíram o templo, resgataram seus sonhos e continuaram servindo ao Deus vivo. Apesar de terem ofendido a Deus. Deus promove uma libertação milagrosa para o povo através de uma intervenção poderosa. Algo muito além das suas expectativas, foi um sinal entre as nações e motivo de grande e exultação.
Nós também, quando olhamos para o passado, contemplamos uma obra grandiosa de Deus em nossas vidas. Através do sacrifício de Jesus, fomos libertos do pecado que nos mantinha cativos. Ele decretou a nossa liberdade. Hoje, somos livres.
Olhando para o presente, o Salmista reconhece que o presente exige um milagre urgente. As vitórias de ontem não são capazes de nos sustentar hoje. A vida do povo se tornou árida e sem vida como o deserto. Um período de sequidão havia tomado conta do mesmo povo que antes regozijava das bênçãos do Senhor. O salmista analisa a grave realidade em que estão vivendo. O passado foi de gloria, mas presente não lembra em nada os livramentos de outrora, portanto, ele clama: “Restaura Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”.
Deus pode fazer o deserto florescer. A sequidão espiritual pode acabar, rios de água viva podem fluir do seu interior, sua vida pode reverdecer e frutificar para a glória de Deus. Um avivamento glorioso pode visitar sua alma e fazer da sua vida um jardim florido.
Olhando para o futuro, quando olha para o futuro, o salmista nos ensina que apenas permanecer não é suficiente, é preciso frutificar. Na parte final do salmo, ele apresenta duas metáforas: A primeira é a chuva inesperada que irriga o deserto, transformando a paisagem morta em vida. A segunda é a semeadura, da qual dependerá os resultados. Os dois retratos são marcantes pois falam de renovação.
Se a chuva é uma dádiva gratuita do céu, a semeadura atribui papel importante ao homem na tarefa lenta e árdua de semear. Esse é um desafio pra nós. Se desejamos viver dias melhores, precisamos semear, ainda que com lágrimas, mas crer e semear a boa semente. A semeadura exige esforço e determinação. O semeador precisa persistir. Creia nas promessas e nos livramentos de Deus.
Edwil Vagner Borçatto – Pr. Local da Igreja Cristã da Trindade