Nessa época do ano, os freios oxidam causando maior deterioração
Com os altos índices de chuva, é preciso verificar o sistema de freios, pois, a má condição desse sistema pode acarretar em acidentes ou grandes prejuízos para o bolso dos motoristas. Esses danos variam desde oxidação até desgaste natural dos componentes, acelerados por conta da umidade.
Os danos não ocorrem somente quando o veículo estiver em movimento. O mecânico Adriel Azevedo explica que, após rodar com o veículo na chuva e efetuar a parada, quando acionado o freio de mão, pode ocorrer a oxidação e travamento da roda. Ele afirma que essa ocorrência é frequente e, em casos extremos, é necessário até mesmo desmontar o sistema de freio.
Clima
Outros componentes do freio podem ter sua vida útil menor por conta do clima. Exemplo é o sistema de fluido de freio, que se deteriora pela umidade e pelo super aquecimento. O mecânico explica que “como nosso clima é muito quente, a dissipação de calor não é tão precisa. Então, o sistema acaba trabalhando sempre em super aquecimento, o que deteriora o fluido”. Além disso, “ a umidade, em contato com o fluido, pode fazer com que ele perca as características do óleo”.
A umidade também deteriora a pastilha, o disco e as lonas. Ela gera oxidação nos tambores e discos, o que causa um atrito maior, gastando o sistema mais rapidamente.
Desgastes dos componentes
O item que mais se desgasta é o fluido de freio porque o óleo que compõe esse fluido perde as propriedades. Deve ser feita a troca desse componente a cada 12 meses ou a cada 40 mil quilômetros, mas, isso depende do manual do proprietário, que varia de acordo com o modelo. Adriel explica que “pelo clima que temos na nossa região, temos observado bastante que, com um ano, o sistema de fluido já se deteriora”.
Em seguida, o item que mais se desgasta é a pastilha de freio, que, em média, dura 20.000 km a 30.000 km. A recomendação do fabricante de freio é que a troca da pastilha seja feita juntamente com a troca do disco de freio.
Com maior durabilidade, a lona também deve ser verificada a cada 60.000 km ou até 100.000 km. Ela se situa, normalmente, na atualidade, no freio a tambor traseiro.
Sintomas de troca
Adriel explica que o primeiro sintoma da necessidade da troca é o ruído e o pedal também perde precisão. Ele ainda lembra que “se o proprietário percebeu o ruído, já é bom verificar. Se não verificar, com o tempo, vai perceber que o pedal vai começar a abaixar e aí já é um caso mais extremo, significa que já está no fim”. Consequentemente, quando chega a este ponto, pode ocorrer a queda no nível do fluido de freio.
Existem sistemas de alarmes na pastilha de freio, que acionam um aviso no painel de que é necessária a troca. O aviso é acionado quando a pastilha chega ao limite de desgaste de 2 milímetros. Porém, esse sistema é disponível para carros com valores mais elevados.
Existem veículos que contam com sistema de alarme através de ruído. Esse aviso fica por conta de uma chama que, quando o desgaste chega a dois milímetros, a chapa passa a pegar no disco, ocasionando ruído estridente. Entretanto, os veículos populares não contam com esse sistema. Então, é necessário realizar a verificação do disco e pastilha.
A falta da troca dos discos e pastilhas pode danificar a pinça de freio porque ela começa a trabalhar de forma inadequada, passando a estragar, o que acarretará em prejuízos maiores para o bolso do proprietário, além de prejudicar a segurança. Deve-se ficar atento aos alarmes da pastilha de freio, porque, caso o proprietário continue a utilizar o veículo sem trocá-los, a pinça pode desmontar.
Freio de mão
Acionado no sistema de rodas traseiros, ele é feito, normalmente, à base de cabo de aço. O mecânico comenta que são raros problemas nesse sistema, porém, é necessário fazer a regulagem preventiva do freio traseiro, recomendada a cada 10.000 km. A falta dessa regulagem pode diminuir bastante a durabilidade do sistema.
Valores
Os valores dos componentes variam de acordo com a linha e modelo do veículo. Para os veículos populares, a pastilha de freio custa em torno de R$ 40 a R$ 80 o jogo. Já o par de disco fica em torno de R$ 120 a R$ 240. A sapata de freio é em torno de R$ 70 a R$ 120. O tambor de freio varia, em média, de R$ 120 a R$ 250; e o mais barato desses é o fluido de freio, que custa de R$ 15 a R$ 20, mas, também varia de acordo com a linha do óleo (DOT 3, 4 e 5.1). Já nas linhas de luxo, os valores dos componentes podem variar ainda mais.
Como funciona o sistema de freio
O sistema de freio tem um acionamento mecânico, através do pé do condutor. Esse sistema converte a carga do pé em um sistema hidráulico, ali amplia-se a força do pedal e essa é transmitida para o servo mestre, onde está depositado o fluido de freio hidráulico. Esse fluido é direcionado para as rodas, nas pinças e cilindros. Essa força é amplificada nas rodas e ali é feito o contato com pastilhas e lonas, onde ocorre a frenagem do veículo.
O mau funcionamento do sistema de freios pode prejudicar a segurança do motorista e dos demais.