Pessoas com autismo na comunidade LGBTQIAPN+

Elas também amam, têm sexualidade e identidade de gênero, de forma plural

Em meio à vasta tapeçaria de identidades que compõem a comunidade LGBTQIAPN+, há um recorte muitas vezes negligenciado, mas igualmente importante: as pessoas com autismo. Reconhecer e celebrar a presença de pessoas com autismo dentro de nossa comunidade é essencial para uma inclusão verdadeiramente abrangente, afinal essas pessoas também amam, têm sexualidade e identidade de gênero, de forma plural.

Para muitas pessoas LGBTQIAPN+ com autismo, a jornada de autodescoberta e aceitação pode ser ainda mais complexa, pois são muitas as interseccionalidades atravessando estes indivíduos.

Juh Brilliant Escritor, pedagogo e fotógrafo @juh_brilliant

Juh Brilliant
Escritor, pedagogo e fotógrafo
@juh_brilliant

As características únicas de pessoas do espectro autista, como, por exemplo, sensibilidades sensoriais e dificuldades de comunicação ou socialização, podem influenciar profundamente a forma como essas pessoas experimentam sua identidade de gênero e sexualidade durante suas vidas. Porém na promoção de uma real inclusão, faz-se crucial que a comunidade LGBTQIAPN+ e a sociedade como um todo, claro, se esforcem para compreender e apoiar as necessidades das pessoas com autismo, tornando suas jornadas menos espinhosas pela não compreensão do outro. Isso inclui a criação de ambientes acessíveis e acolhedores, bem como o fornecimento de recursos e serviços que considerem as especificidades do espectro autista, e também o letramento social sobre o espectro autista de pessoas que não estejam nele.

Ao celebrarmos a diversidade da comunidade LGBTQIAPN+, devemos lembrar que ela inclui pessoas de todas as origens e experiências, incluindo aquelas que vivem no espectro autista, e que somente através do reconhecimento e da valorização de todas as vivências LGBTQIPAN+ é que verdadeiramente alcançaremos o status de comunidade, no sentido literal da palavra, que refere-se a um agrupamento de pessoas que compartilham de algo em comum – no nosso caso, uma sociedade justa, sem preconceitos, plural e verdadeiramente amorosa e acolhedora.

Neste dia 02 de abril, passamos pelo Dia Mundial da Conscientização Sobre o Autismo, data que propõe informar cada vez mais a população, difundindo o conhecimento e, assim, diminuindo o estigma, o preconceito e a discriminação que essa população sofre cotidianamente.
Ao finalizar este artigo, informo que um laudo multidisciplinar é necessário para que se feche um diagnóstico sobre algum indivíduo ser ou não uma pessoa com autismo e, que, os transtornos do espectro autista (TEAs) são diversos, e, algumas pessoas com TEAs vivem independentemente, e outras não, precisando de supervisão/acompanhamento constante durante a vida.

Assistir: Atypical – Netflix (Classificação indicativa: 14 anos).