Sabemos que atividade física é importante e essencial para uma vida saudável, mas quando falamos sobre exercícios físicos para pessoas de mais idade, surge certo receio pelo estereótipo de serem “frágeis” ou “muito tarde para começar a se cuidar”. Contrariando essas lendas e em busca de uma vida melhor e saudável, os idosos recorrem ao Pilates.
Além de ser uma atividade divertida de se praticar, previne inúmeras doenças crônicas. É um método que beneficia o corpo num geral, considerando que também é uma ferramenta terapêutica. Mas não só previne doenças, como também facilita nas práticas de atividades corriqueiras que, com o tempo, começam a exigir ainda mais do condicionamento físico.
Normalmente, as pessoas que procuram o Pilates chegam aos estúdios com muitas dores em diversos locais do corpo. Antonia Santina Morais Salmistraro, mais conhecida como Santinha, de 70 anos, aluna das professoras Flavia Gabriela Ferreira e Camila Lorga Bertazzo, é um exemplo disso. Há três anos, a filha indicou o Pilates, já que ela sofria com dores recorrentes. Hoje em dia, as dores passaram e ela consegue seguir a vida sem limitações, com total autonomia, e recomenda a todos para que pratiquem. Outro exemplo foi de outra aluna, conforme a instrutora Flavia relata. “Ela não conseguia nem colocar uma peça de roupa, algo que fazia com facilidade e que, de uma hora para a outra, não conseguia mais, por conta da idade”, diz Flavia.
A modalidade é adaptável para quem a pratica, independente da idade, assim sempre respeitando os limites e capacidade de quem é adepto dessa atividade. O foco dos exercícios também muda, conforme as necessidades de cada um, o que deixa os praticantes ainda mais motivados, já que irão ganhar o tratamento necessário.
O maior público é o feminino; mesmo havendo exceções, ainda há muito preconceito dos homens com a prática de Pilates, mas como a professora Camila diz, o Pilates foi criado por um homem. O preconceito vem da ideia que o Pilates é um exercício leve e sem muito esforço, mas quem pratica sabe que é bem diferente. “Pilates é um conjunto,
ele trabalha o fortalecimento, mas, coordena junto com tudo isso respiração, alongamento, concentração e postura”, lembra a instrutora de Pilates Camila. O preconceito masculino com essa modalidade pode trazer muitos riscos, pois o homem não tem acesso a um exercício que pode promover muitos ganhos e melhorar diversas doenças, como Pilates.
Pilates não é indicado para a perda de peso. “O Pilates não é exatamente para isso. Ele melhora o condicionamento, a circulação, previne a osteoporose por conta do exercício, fortalecimento. Com a circulação melhorando, consegue-se nutrir melhor os tecidos e os órgãos”, explica Camila. O foco é, principalmente, na melhora de dores e possíveis doenças. Contudo, se aliado a outras atividades físicas, pode também ajudar na perda de peso.
O público de idosos tem aumentado e as instrutoras dizem que é por conta da indicação de médicos, por conhecidos dessas pessoas e pelo cuidado com a saúde que vem crescendo cada vez mais. As instrutoras garantem que não é moda, é saúde. Além dos benefícios já citados, elas concordam que o Pilates ajuda muito na socialização do idoso. Como existem aulas em grupos, ter contato com outras pessoas, conversar e dar risada pode ajudar também com a autoestima e evitar a depressão. Só o simples fato de o idoso sair de casa ajuda nesses fatores também.
O Pilates é recomendado desde a infância até a terceira idade, trazendo muitos benefícios, ajuda na melhora de doenças crônicas, regula a glicemia e o colesterol, já que faz com que o sangue circule de forma mais fluida. De fato, proporciona experiências boas para quem pratica. Pode ser praticado por obesos, gestant
es e pode ser uma opção de fisioterapia. Contrariando todos os mitos, o Pilates apresenta uma infinidade de opções, muitos benefícios, tanto no físico quanto na saúde, e também fornece muita oportunidade para os idosos continuarem ativos fisicamente e emocionalmente.