Nosso veículo serpenteava ao descer pela estrada estreita, obscurecida pelo nevoeiro e pela chuva, e com um barro tão profundo que senti medo de ficarmos atolados. Por que eu tive que ir a essa remota parte de Papua-Nova Guiné a fim de partilhar a Palavra de Deus? Estive a ponto de perder a direção da minha vida ao longo dos dois últimos anos. Uma prostração pós-divórcio causara a perda da fé e da esperança de que Deus tivesse algum plano bom para mim. Mesmo assim, quando me pediram que fosse ajudar pessoas nessas áreas remotas e frequentemente perigosas, Deus renovou minha fé em Suas promessas bíblicas.
Agora, viajava por áreas onde nenhuma estrada nova fora construída nos últimos 30 anos. Muitas pessoas não se aventuravam a sair de suas vilas, por falta de transporte. Eu sorria diante dos gritos de “mulher branca!”, quando as pessoas entreviam meu rosto espiando pela janela do veículo. Eu sabia que Deus havia me conduzido até ali por uma razão. Na primeira noite, dormi sobre um colchão fininho, no chão de um quarto em que mal podia acomodar minha pequena mala ao lado da cama. Jantei na cozinha onde o alimento era preparado sobre um fogão à lenha.
Ao me levantar, logo ao romper do dia, e me dirigir ao rio a fim de tomar banho em uma água de correnteza rápida, duas mulheres me acompanharam Pareciam empolgadas por eu estar ali para tomar banho com elas ao alvorecer, e logo fiquei sabendo o porquê. Ao desfrutarmos o revigorante friozinho do rio, elas disseram que haviam orado por alguém que viesse e lhes contasse a respeito de Deus. As duas contaram os sonhos que tiveram – um, muitos anos antes, e o outro, durante o ano anterior – no qual elas me viram chegar a sua vila. Por meio dos sonhos, elas souberam que eu ficaria na casa da família pastoral e lhes falaria na igreja. A mulher que contava seu sonho, o mais recente, disse: “Não acreditei no anjo do meu sonho, porque nenhuma mulher branca viria para esta região remota a fim de viver como nós vivemos. Acreditei somente quando eu a vi sair do veículo, ontem.”
Ouvi, espantada, essas duas dedicadas guerreiras da oração. Relembrei o passado da minha vida e me maravilhei diante de um Deus, que, a despeito do meu divórcio, dos dias escuros, da perda da fé, ainda tinha planos – não para me fazer mal, mas planos para dar-me esperança e um futuro. Mais tarde, enquanto viajava de volta para minha casa, soube que nunca mais duvidaria de Seu amor e de Sua direção para minha vida