A imponente estrutura em treliça jaz 8 metros acima do rio e garante uma belíssima paisagem, refletida nas águas
A história de Cosmópolis está arraigada na Fazenda Funil. No final do século XIX, proprietários de terra e grandes produtores da nossa região (entre eles o Barão Geraldo de Resende) sentiram que havia a grande necessidade de criar uma estrada de ferro que ligasse suas propriedades até um grande centro urbano em expansão, Campinas.
Em 1890, a Companhia Carril Agrícola Funilense foi inaugurada. Partia do centro de Campinas, chegando na estação final, em Cosmópolis. Essa estação recebeu o nome de Barão Geraldo de Resende e era onde atualmente fica a Praça do Coreto. Posteriormente, a estrada de ferro foi ampliada até Conchal, chegando a ter 93 km de extensão. Tinha o objetivo de atender o Núcleo Campos Salles, distribuir produtos agrícolas, transportar maquinário, colonos e novas tecnologias.
Acompanhando a história de Campinas, a estrada de ferro se desenvolveu onde antes eram trechos percorridos por bandeirantes, tropeiros e viajantes. Os trens foram essenciais para o desenvolvimento não só da metrópole como de uma série de cidades, como Paulínia, Cosmópolis, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal.
Em Cosmópolis, foi construída uma ponte de ferro, que passa por cima do Rio Jaguari. Foi fundamentada com tecnologia britânica e fazia parte do percurso da ferrovia. A magnífica estrutura de ferro sustentou por anos os trens, que trouxeram tanto desenvolvimento para a nossa região.
No início da década de 1960, a Companhia Funilense foi estatizada e incorporada pela Estrada de Ferro Sorocabana, quando passou a ter o nome de Ramal Pádua Salles. Pouco tempo depois, seus trilhos foram retirados e a maioria das edificações foi demolida.
Com sua desativação, a estrada passa a ser presente apenas no imaginário e na memória dos habitantes das cidades por onde passou, deixando um grande legado cultural entre os primeiros habitantes das colônias.
Depois da desativação, a ponte de ferro foi adaptada para a passagem de automóveis. Nos dias de hoje, após ter passado por algumas reformas, é bastante utilizada pela Usina Ester, pelos moradores da região, por veículos que buscam uma alterativa de ligação entre Paulínia e Cosmópolis.
Com aproximadamente 6 metros de altura e 48 metros de comprimento, a imponente estrutura em treliça jaz 8 metros acima do rio e garante uma belíssima paisagem, refletida nas águas do rio.
Amantes da natureza, ciclistas e também praticantes de trekking são visitantes frequentes da Ponte de Ferro, que hoje traz a ligação entre o nosso passado e o presente.
Surgindo através da mata ciliar, transmite grande sensação de contato com a natureza. O cenário se completa com o som suave das águas passando, formando a correnteza entre as pedras do rio.
Texto: Letícia Atmann Frungilo
Secretaria de Cultura e Turismo de Cosmópolis
Facebook: Turismo Cosmópolis