Atualmente, vivemos em uma realidade marcada pela tecnologia, onde, facilmente, encontramos crianças de 2 anos já utilizando tablets e smartphones para jogar ou assistir desenhos. Pesquisas apontam que 97% das crianças brasileiras, entre 6 e 9 anos, usam a internet e têm perfil no Facebook, porém, apenas 14% conseguem amarrar os sapatos sozinhas.Atualmente, vivemos em uma realidade marcada pela tecnologia, onde, facilmente, encontramos crianças de 2 anos já utilizando tablets e smartphones para jogar ou assistir desenhos. Pesquisas apontam que 97% das crianças brasileiras, entre 6 e 9 anos, usam a internet e têm perfil no Facebook, porém, apenas 14% conseguem amarrar os sapatos sozinhas.Em tempos mais remotos, as crianças passavam o dia na rua, brincando com os amigos. Hoje em dia, é cada vez mais comum vermos as crianças, na maior parte do tempo, dentro de casa. Em partes, essa mudança é decorrência do quesito “segurança”, mas, a tecnologia também tem sua contribuição. Na contemporaneidade, além da televisão, vídeo games de última geração e computadores são outros bons motivos que seguram as crianças no conforto e segurança de casa.A Neuropsicopedagoga Andrea Melanda esclarece que muitos estudos têm sido realizados e vários apontam consequências graves do contato excessivo da tecnologia, principalmente, em crianças menores de 12 anos, prejudicando seu desenvolvimento e aprendizado. A tecnologia realmente faz mal à criança, causando problemas como déficit de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade, ansiedade, dificuldade de concentração e problemas em lidar com sentimentos, como a raiva, privação do sono, além do risco de dependência por tecnologia, problemas como a obesidade, pois, a criança passa a fazer menos atividade física – são alguns dos malefícios pelo uso inadequado da tecnologia na infância.“Claro que as crianças não podem viver alheias à tecnologia, mas, recomendam-se limites para essa exposição”, informa Andrea.
Como lidar com a tecnologia?
O ideal é que, apenas depois dos 2 anos, as crianças comecem a ter contato com esses aparelhos e por tempo limitado. Até os 5 anos, é aconselhável ficarem, no máximo, 1 hora diante das telas (incluindo a televisão). O tempo aumenta para 2 horas para crianças de 6 a 12 anos e, para 3 horas, a partir dos 13 anos. Além da preocupação com o tempo de exposição, os pais também devem estar em alerta com o que as crianças acessam, precisam estar sempre cientes dos prejuízos e benefícios das mídias eletrônicas e optarem por escolhas positivas para seus filhos. “Porém, de nada adianta os pais limitarem o tempo de exposição dos filhos, se os próprios não dão exemplos e são dependentes da tecnologia”.
Cyberbulling
Além dos problemas no desenvolvimento, outro problema que vem crescendo, justamente porque os jovens estão cada vez mais conectados à tecnologia, é o cyberbullying. É uma situação nova em comparação com o bullying tradicional. Cyberbullying são práticas de agressão moral, organizadas por grupos, contra determinada pessoa via internet. “Para agredir de forma virtual não é necessário ser o mais forte, pertencer a um determinado grupo ou ter coragem de se manifestar em público, é só ter acesso a um celular ou internet, pois, o agressor age na sombra”, explica a Neuropsicopedagoga. Normalmente, o agressor cria um perfil falso ou ainda rouba a senha de outra pessoa para ridicularizar, assediar ou perseguir alguém. Esta prática pode trazer consequências graves, como morte ou suicídio de alguém. Para evitar o perigo de manipulação dos jovens na internet, a orientação e vigilância dos pais torna-se fundamental porque previne que eles sejam vítimas de agressores que buscam alvos fáceis.
Mal-uso de Redes Sociais
Além de todos esses problemas, ainda se encontra o risco do vício pelas redes sociais. À medida que as pessoas passam a se interessar mais pela internet do que pela vida pessoal, acaba se tornando algo realmente perigoso. Uma saída para saber lidar com toda essa tecnologia e tentações é estabelecer períodos offline diários para toda a família. “A melhor solução é utilizar com consciência. Desse modo, usando racionalmente, é possível usufruir dos benefícios da internet e ficar longe dos malefícios”, finaliza Andrea.
