Prática de esportes com cães surte efeito direto no comportamento do animal

“O ideal é buscar um adestramento lento, respeitando os limites do animal. Não trabalhamos com nenhum tipo de punição. Deve haver  incentivo,
não obrigação”

A prática de exercícios físicos não é importante apenas para o bem-estar do ser humano. Animais, em especial cães domésticos, também podem sentir grande vantagem quando introduzidos no mundo de atividades físicas.
Além dos benefícios na saúde, o animal sofre grande melhoria no comportamento, quando passa a dedicar sua energia para exercícios.
O adestrador de cães e ex-policial militar, Renato Mariano, explica que desenvolver a prática esportiva em cachorros surte efeitos diretos na forma como o animal se comporta perante visitas e dentro de casa. “Por queimar energias, o cão torna-se mais sossegado e menos bagunceiro”.
Um dos esportes recomendado pelo adestrador é o Agility, técnica muito utilizada para treino de cães em órgãos como a Polícia Militar. “Trata-se de uma dinâmica de corrida e desvio de obstáculos”.
Para a adaptação do animal no esporte, é necessário que ele esteja fora do período de vacinação e risco, que corresponde aos 8 primeiros meses. “Durante este período, o dono pode sair para passear com o cachorro, observando se ele possui interesse em pegar ou correr atrás de algo. Comece com bolinhas e brinquedos”, aconselha.

Outros esportes
Antes da escolha da atividade, o dono deve atentar-se não só para o próprio perfil, mas para o perfil de seu companheiro também. “O esporte deve corresponder ao porte e condições do animal, por isso, sempre avaliamos a personalidade do dono”.
Segundo Renato, todos os cães são adaptáveis, sendo vira-latas ou cachorros de raça. “O ideal é buscar um adestramento lento, respeitando os limites do animal. Não trabalhamos com nenhum tipo de punição. Deve haver incentivo, não obrigação”, comenta.
Um exemplo é o futebol. Donos que desejam aderir a prática com seus animais devem atentar-se para o limite do cachorro. É importante que o mesmo dê liberdade ao bichinho de estimação, para que se adapte à bola e inicie o jogo por conta própria até entender a funcionalidade de sua prática. “Sobre todas as coisas, elogie! E em um raio de 3 segundos, já que é o tempo necessário para o cão relacionar o bom tratamento com o ato realizado”.
Já para quem prefere corrida, o ideal é que seja realizada com cães de porte médio e de boa estatura física. “A alimentação deve ser bem balanceada e tranquila”, alerta.
A temperatura também é um fator a ser refletido. Animais de pelagem maior devem evitar o contato com o sol por muitas horas, assim como cães braquicefálicos (focinho curto) não possuem condições de realizar atividades muito intensas, como corrida ou agility. “Jamais descuide da água e da alimentação do animal”, conclui.