“Assinei o contrato mais importante desta gestão até aqui. Foi a chegada da primeira empresa para a cidade na área industrial que estava abandonada desde 2008”
Na tarde de quarta-feira (14), estivemos no gabinete do Prefeito de Cosmópolis, Antonio Claudio Felisbino Junior, para uma entrevista sobre os ‘100 dias de Governo’. Acompanhe.
1. Em um vídeo recente feito pela Prefeitura, foi citado que esses foram os 100 dias mais difíceis de Cosmópolis. O que o Sr. tem a dizer sobre isso?
Realmente, foram difíceis. Assumimos a administração e, depois, com todo um planejamento, para o primeiro ano, primeiros 100 dias, primeiro semestre, nos deparamos com uma segunda onda da pandemia. Tivemos que mudar várias coisas e otimizar todos os recursos da Prefeitura para a área da saúde. Nós tínhamos uma programação para fazer, por exemplo, tapa-buracos, iniciar a obra do parque ecológico, a revitalização da praça da lagoa da Vila Cosmos… Tivemos que parar até algumas licitações que estavam em andamento para otimizarmos recursos para a área da saúde. Eu assumi com um orçamento já elaborado pelo governo anterior, que tinha previsões relacionadas à área da saúde e das outras áreas. Tivemos que fazer a realocação de recursos para estarmos focados 100% dos nossos recursos para a área da saúde.
Foram tempos em que tivemos que investir nisso. Até o vídeo fala que ‘foram 100 dias, mas não estamos comemorando, estamos relembrando’. Fizemos a adoção de mais 12 praças; conseguimos colocar em funcionamento o tratamento de esgoto que estava abandonado há muitos anos – estamos tratando 20% do esgoto da cidade; conseguimos inaugurar o Centro de Enfrentamento COVID-19 (CEC-19), com médicos, enfermeiros e técnicos; além dos 20 leitos disponíveis na Santa Casa, contratamos mais 10 leitos de enfermaria por 30 dias, agora são 30 leitos; aumentamos o repasse para a Santa Casa de R$ 150 mil para 250 mil somente para a área de COVID-19; conseguimos cadastrar nossas UTIs no Ministério da Saúde e teremos 5 novos leitos, somando 13 leitos de UTI no total.
Na semana passada, estive no Palácio do Governo, em São Paulo, e pedi para o Marcos Vignoli, que é Secretário do Desenvolvimento Regional, e o Governador, para enviar mais R$ 270 mil por mês para a saúde. Paralelo a isso, são as ações da saúde, como ‘vacina no braço, comida no prato’. A área social é muito afetada. Hoje, se a pessoa fica doente, não é só a COVID, ela também tem sintomas de depressão, ansiedade… Depois da pandemia, o mundo vai ser outro e o município de Cosmópolis também vai ser outro…
Neste momento, nossa preocupação também é o pós-pandemia, temos que nos preparar para termos vacina, quanto mais vier, melhor; tomar todos os cuidados necessários; temos que trabalhar, as aulas estão voltando, a vida tem que seguir. Com tudo isso, nós temos a menor taxa de óbitos e contaminados da região. Cosmópolis tem 73.474 habitantes. Hoje, estamos com 94 óbitos. Nossa taxa é de 0,12; Artur Nogueira é 0,14; Jaguariúna, 0,16; Nova Odessa, 0,18; Paulínia, 0,14; Engenheiro Coelho, 0,17.
Uma vida importa! Mas, não tem como a gente não falar da pandemia porque todo dia são anunciados números de casos, infectados, curados, vacinados, mortos… Não tem como não citar números, mas, os nossos índices são os menores da Região Metropolitana de Campinas. Estamos com uma retaguarda boa para atender os casos que foram infectados na pandemia. Mas as pessoas têm que se cuidar no trabalho, no comércio, no supermercado, onde elas forem. Hoje, todos os dados de médicos, infectologistas, mostram que esses cuidados com o uso de álcool em gel, lavando as mãos e o uso de máscara reduzem consideravelmente o número de contágio.
Aqui no Paço Municipal, na fase emergencial, ficamos com 50% da equipe presencial e 50% em home office. Agora, estamos fazendo o atendimento com senhas para diminuir a circulação. Tem o controle do isolamento social no site do governo do Estado (https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/isolamento/), e nós sempre ficamos com isolamento bom. Quando vamos para a rua, temos uma noção diferente, mas tem lugar que tem aglomeração maior; nós temos uma taxa de isolamento boa. Isso faz com que o contágio seja menor. Se nós não divulgamos o que está acontecendo, o número de óbitos, as pessoas tendem a relaxar; ficamos na situação de relaxar e de pânico. As duas situações são ruins. O pânico faz com que a pessoa ache que está com os sintomas, mas, na verdade, o psicológico ficou tão abalado que ela acha que está com a doença.
2. O senhor comentou que o importante não é ser ou estar prefeito de Cosmópolis, e sim, realizar e ser realizado como prefeito. O que engloba esta realização?
Engloba toda a questão do nosso programa de governo que nós apresentamos a toda população no ano passado. Sempre falo que todo mundo fica ansioso em realizar; não vejo a hora de começar a inaugurar obra; inaugurar escola; entregar uma UPA… Tudo tem um planejamento, uma programação. Por mais que isso nos cause ansiedade de realizar, é saber que, daqui três anos e meio – quatro anos passam rápido – vou deixar um legado de trabalho, deixar uma cidade limpa, com zeladoria, melhorar as entradas e saídas da cidade, tornando uma cidade convidativa, hospitaleira, com uma saúde boa, educação boa…
Hoje mesmo, visitei três escolas do ensino fundamental que estão se preparando para a volta às aulas. Quero deixar marcas de trabalho. Quero que Cosmópolis não seja lembrada por coisas negativas, mas, com coisas positivas. Precisamos melhorar o nosso sistema de monitoramento, segurança pública e por aí vai… Quando eu falo ‘estou prefeito’, quero deixar um legado de trabalho, de realizações. Eu tenho certeza que, nesses 100 dias, realizamos algumas coisas. Já começamos a ver um clima melhor na cidade… É que veio a segunda onda… Com tudo isso, podemos ver que as pequenas ações que vão acontecendo já estão mudando o dia-a-dia das pessoas. Isso eu não tenho dúvida que está acontecendo.
Temos muitos empreendimentos para vir para a cidade nos próximos anos, de empresas, fortalecimento do comércio, loteamentos novos… Não parece, mas, hoje, quando vem um projeto de loteamento, eu posso solicitar naquele loteamento que ele deve ser fechado… Eu posso ter uma área mais social, mas, em outra área, vai ter que ser condomínio fechado. Assim, vou reduzir a necessidade de ali apenas o poder público fazer a manutenção, limpeza pública, segurança…
Têm algumas coisas boas para acontecer na cidade com relação a loteamentos; nós temos contrapartida boa nisso. Conseguimos manter um público na cidade para que as pessoas não se mudem para Artur Nogueira, Holambra, mas que morem bem aqui. Nós temos gente pra isso. Temos que fazer com que os investimentos fiquem na cidade. Uma assinatura de uma diretriz que eu dou num projeto assim, muda completamente a cara da cidade; isso vai repercutir pelos próximos 10, 20 anos. Nessas coisas que devo ter cuidado para ter um projeto bem planejado e fazer com que esses novos investimentos, empreendimentos, fiquem aqui.
Naquela área onde era a antiga Coca-Cola, já têm empresas chegando lá. Sou otimista, tenho os pés no chão, sei até onde eu posso ir. Assinamos aqui dois consórcios para compra de vacina, do Cismetro e da FNP – Frente Nacional de Prefeitos. Sei que vou precisar de recursos do caixa para comprar, tirar de outra área… Sei que vai vir vacina do Governo. Mas tenho os pés no chão com relação à aquisição através da FNP. Se chegarem as vacinas na alfândega, no aeroporto, o Ministério pode requisitar todas as vacinas e não vir nada para o município. Esses dias, o que apareceu de gente aqui para vender vacina… de várias delas. Aí eu penso, espera aí, se o Governo Federal não está conseguindo comprar… Será que realmente é vacina ou é placebo? É preciso tomar um cuidado enorme.
A vacina vai chegar. Temos que manter os pés no chão. Tem muita gente atravessadora por aí. É complicado!
3. Claro que o senhor já sabia que herdaria uma cidade endividada. Mas, não ter CND (Certidão Negativa de Débitos) é mais agravante porque exclui Cosmópolis de receber recursos Federais. Qual a expectativa de saldar essa dívida federal e conseguir a CND novamente?
Desde o primeiro dia que nós assumimos aqui, eu chamei o Jurídico, a Secretaria de Finanças, nós fizemos umas três audiências com a Receita Federal, pedi a intermediação do Deputado Carlos Sampaio. Ele marcou pra gente com o Delegado da Receita Federal. Nós entramos com várias medidas administrativas. Nós herdamos R$ 109 milhões de dívida do governo anterior; são R$ 33 milhões só com o INSS e é o que está barrando a nossa CND… As outras dívidas são fundadas e estão parceladas. Eu tenho que parcelar os R$ 33 milhões. Hoje, pela Receita Federal, eu poderia parcelar em 60 vezes. Mas, são mais de R$ 500 mil para cada parcela, nós não temos caixa para isso.
Então, duas coisas podem acontecer. Nós fizemos um pedido na Receita Federal de um parcelamento especial, em 240, 300 meses. Isso nos foi negado. Agora, entramos na Justiça Federal pedindo liminar para termos a CND. Estive em Brasília, este ano, por duas vezes, mais uma vez no ano passado, pedi recursos do Governo Federal, emendas federais, emendas parlamentares, e só pode vir a impositiva; por convênio, já não posso assinar. Foquei nesses 100 dias nas emendas estaduais, porque podemos receber; pedi as federais, mas, pedi a impositiva, não as voluntárias porque das voluntárias não conseguimos assinar convênio. Mesmo assim, estou trabalhando para liberar a CND. Então entramos na justiça, fizemos o pedido e, acho que no dia 08, vamos despachar com o juiz. Estou esperando a liminar. Se ele não conceder a liminar, vou recorrer para Brasília. Nós judicializamos esta dívida.
Outra coisa é que o Governo Federal sempre baixa uma Medida Provisória para parcelamentos especiais. Em 2017, na outra gestão, o Governo Federal abriu e alguns municípios aderiram. Fiz o pedido para a Frente Nacional dos Prefeitos, que tem como presidente o Jonas Donizette, para fazermos um pleito junto aos prefeitos para que a possamos fazer este parcelamento especial.
Então, estamos com duas possibilidades hoje para assinar convênio: Justiça Federal e MP – esperando a Medida Provisória do Governo Federal para fazer o parcelamento. Senão, não recebemos. Já temos um crédito liberado no Banco do Brasil para compra de veículos. Estamos precisando de veículos. Hoje, temos que alugar veículos para fazer cata-galho, reformas, limpeza de praça, terraplenagem nas estradas rurais. Alguns equipamentos são importantes para locação e outros são importantes para compra.
Também temos uma linha de crédito de R$ 5 milhões no Banco do Brasil para compra de equipamentos, mas, não conseguimos porque está travado. Ainda temos três convênios da Caixa em andamento para recap (recapeamento). Este eu consigo fazer porque já foi dada entrada antes de ter o problema da CND. Mas, para os que vierem daqui para frente, eu preciso ter a CND.
4. Cosmópolis tem, hoje, 14 áreas disponíveis para receber empresas no entorno da SP 332 e SP 133. E também houve uma licitação da área industrial pertencente à Prefeitura. Qual a expectativa de novas empresas se instalarem em Cosmópolis?
Na sexta-feira passada (09), eu assinei o contrato mais importante desta gestão até aqui. Foi a chegada da primeira empresa para a cidade na área industrial que estava abandonada desde 2008, perto da rodovia SP 332, no sentido Artur Nogueira, junto à área de transbordo do Consab. São 68 mil m2. Fizemos a concorrência pública e já tem a empresa que vai se instalar. Estamos começando a fazer a planta esta semana e esta empresa vai gerar, só neste ano, 150 empregos. Vai ser a primeira empresa, o contrato mais importante que eu assinei. É isso que eu falo sobre legado, trabalho, me dá uma satisfação muito grande. Foi a primeira! Vai fazer toda parte de barracão, infraestrutura… Ela trabalha com geradores de energia, coleta seletiva, eventos para empresas grandes, como a Copa do Mundo, Olimpíadas. Está saindo de São Paulo e vindo para Cosmópolis. É uma boa notícia para o cosmopolense. Além de gerar empregos, vai gerar arrecadação, que é importante para o município.
Fora estas 14 áreas que estão cadastradas pela Secretaria de Indústria e Comércio, junto com Investe São Paulo e Desenvolve São Paulo, como ocorreu com a Fitesa, que procurou uma área na cidade, fez o cadastro e aqui está uma grande empresa. Estas áreas estão disponíveis para venda; estão cadastradas para as empresas que queiram vir para o interior, para uma região que vai crescer, localizada próxima da Bandeirantes, Anhanguera, Aeroporto de Viracopos, Porto de Santos. Temos uma parte de logística muito boa, nossa região é rica, nossa cidade está estrategicamente numa região muito bem localizada. Vamos apresentar essas áreas para as empresas que têm interesse. Do mesmo jeito que eu visitei escolas hoje, também vou visitar empresas. Concomitantemente a isso, eu encaminhei para a Câmara Municipal um Projeto de Lei de incentivos fiscais e foi aprovado ontem (13). Isso é uma grande marca da administração para que a gente dê também isenção de IPTU, valor mínimo de ISSQN (2%), para ser atrativo de empresas.
5. O senhor pediu para que cada Secretaria estabelecesse metas, inclusive, baseadas no plano de governo da campanha eleitoral. Cite algumas boas notícias que as Secretarias já realizaram de concreto nesses 100 dias.
Na Secretaria de Educação, este ano, já estive duas vezes com o Ministro da Educação, e dei entrada em pedido de recurso do MEC (Ministério da Educação) e também no FNDE (Funda Nacional de Desenvolvimento da Educação) para duas escolas. Já estamos trabalhando para liberar a creche do Cosmópolis I, que está abandonada faz algum tempo. Vamos mudá-la de classe III para classe I, uma creche um pouco menor para aquela região. Também demos entrada no projeto da URCA, que tem um projeto, está em andamento. Estamos fazendo a licitação para o laboratório de informática em todas as escolas. Nós tivemos uma perda significativa na educação porque os alunos ficaram sem laboratório bem na pandemia. Ensino remoto não é fácil e, se tivesse um laboratório, ajudaria. Estamos licitando o kit de material escolar e gostaríamos de entregar antes do início das aulas. Se não for, será próximo porque até preparar um processo licitatório, leva um tempo.
Compramos equipamentos permanentes de proteção individual para os professores e os profissionais da educação voltarem com segurança. A boa notícia é que os professores e os profissionais da área da educação estão sendo imunizados. A vacina começou com idade a partir de 47 anos e, assim, gradativamente, eles vão sendo imunizados. Tenho um cuidado especial pela educação porque estamos falando de 9.000 vidas, crianças que estarão lá expostas. Nós vamos voltar de maneira híbrida, com 35% da capacidade, com ensino remoto. É preciso voltar. Nós tivemos uma perda significativa por não haver aula, que vai repercutir nos Idebs (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nos próximos anos, não só aqui, mas, no Brasil todo.
Nós visitamos seis escolas. Toda semana, estou visitando algumas escolas até por conta da volta às aulas. A Secretaria de Educação tem uma preocupação muito grande com isso, foi feita uma reunião do Conselho Municipal de Educação. Cosmópolis foi o município que mais postergou a volta às aulas através de Decreto – para 27 de abril. Hoje, visitando a escola Cecília Meireles, a diretora me disse que têm alguns professores que têm alguma comorbidade e não vão voltar; outros vão voltar. Já na escola Felício Marmo, 100% vão voltar. É um momento difícil. Têm algumas professoras que têm atestados que as impedem de voltar, mesmo sendo vacinadas.
As escolas particulares já voltaram e as estaduais estão voltando, seguindo a determinação do Estado. Nós não vamos intervir nisso.
Na saúde, foi inaugurado o Centro de Enfrentamento COVID-19, com médicos, enfermeiras e técnicos, que fazem a avaliação da pessoa sintomática. O objetivo é desafogar o hospital. Estive fazendo visitas ao hospital, inclusive, na UTI. Pedi que colocassem uma tenda lá fora para evitar a aglomeração.
A Santa Casa é um hospital privado, mas, sobrevive com os recursos do SUS que nós repassamos fundo a fundo para leitos de enfermaria, UTI, além daqueles leitos contratados. Estamos repassando, ao mês, mais de R$ 1,6 milhão hoje. Quando eu assumi, era R$ 1,1 milhão. Foram mais de R$ 500 mil por mês de aumento no repasse.
Já estamos fazendo um levantamento para ter uma nova farmácia municipal, em local melhor, separado, com remédios desde os mais comuns e também de alto custo.
Foram feitos mais de 18 mil testes de COVID-19. Não está em falta. Tem demorado o resultado, mas, por conta da demanda do laboratório, principalmente, aquele que vai para o Instituto Adolfo Lutz. Estamos trabalhando com testes eficazes, o SWAB, que sai em 15 minutos, mas, não está faltando. É muito importante a iniciativa privada como um todo fazer também.
Nós somos o SUS. Se você for para os Estados Unidos, tudo é pago na saúde.
Na Promoção Social, nossas demandas foram grandes. De janeiro até março, foram entregues 1.160 cestas; com a arrecadação da campanha ‘vacina no braço, comida no prato’ e outras doações, são mais 113 cestas. Atendemos uma média de 450 famílias, totalizando 1.273 cestas até agora. Temos 1.661 famílias beneficiadas com Bolsa-família e 4.252 famílias cadastradas até a data de quarta (14).
Sobre serviços públicos, intensificamos a operação tapa-buracos. Foram mais de 500 toneladas de asfalto. Choveu muito neste período, mas, estamos atendendo.
A parte de limpeza pública é um desafio porque temos que locar maquinários. Com a fase emergencial, tivemos que afastar as pessoas com mais de 60 anos e isso compromete a demanda de trabalho.
As estradas rurais, como do Uirapuru, Nova Campinas, também foram contempladas com manutenção e melhorias. Ainda falta uma parte, no Campos Sales, próximo da Escola Alemã, mas, uma boa parte das estradas rurais já foi atendida.
Sobre parques e jardins, até o final do mandato, eu quero deixar Cosmópolis igual Holambra. A grama cresce um pouquinho e já corta. Quero ter um contrato bom, com paisagista – só com o servidor não dá – para ter um padrão de conservação de parques e jardins, vias públicas, limpeza pública.
Também vou ter que fazer algumas reformas administrativas para reduzir custos.
Sobre a Secretaria de Indústria e Comércio, além do que já comentamos, foram 24 áreas contatadas, 11 áreas visitadas. Foram muitas ofertas de empregos: 106 vagas; 378 currículos encaminhados; demanda boa de contratação.
Já na EMEB Milton Frungilo, foram ministrados cursos de qualificação. Agora, está em andamento o curso de ‘Desenhista Mecânico’, logo estaremos fazendo a formatura destas turmas. A escola estava parada há um tempo, sem funcionar.
Na Secretaria de Meio Ambiente, ainda tem a Semana da Água, que ficou um pouco prejudicada por causa da pandemia.
Na Secretaria de Cultura, continua o planejamento de projetos, que também está com andamento prejudicado por causa da pandemia.
Na Secretaria de Esportes, acontece o mesmo.
Na Secretaria de Segurança Pública, o pessoal trabalhou muito. Nós tivemos as barreiras sanitárias, feitas junto com a Saúde. A Secretaria de Segurança impediu a realização de mais de 10 festas clandestinas. Realizamos a parte de bloqueio nas entradas e saídas da cidade, com bloqueio e toque de recolher após às 20h.
O Departamento de Trânsito está fazendo a sinalização horizontal e, agora, estamos fazendo licitação para fazer as placas verticais, mudar a sinalização da cidade para ficar melhor, evitar acidentes. Temos muitas lombadas na cidade; se pudermos melhorar a sinalização e reduzir a velocidade, seria o ideal.
Quero aproveitar para fazer um agradecimento aos comerciantes para a manutenção de oito viaturas da Polícia Municipal que estavam paradas e colocamos para funcionar.
Um outro problema sério que tivemos foi que perdemos o convênio com a Polícia Federal porque o governo anterior não fez a capacitação da Polícia Municipal para fazer o treinamento para tiro e tudo mais. Corremos atrás disso e estamos realizando cursos de aperfeiçoamento da Polícia Municipal para que o pessoal volte logo a ter o convênio com o porte de arma autorizado.
Aquisição de equipamentos eletrônicos, novo rádio de comunicação, WhatsApp corporativo institucional, aplicativo Viva Mulher – importante para denúncias de violência doméstica, que foi lançado, mas, ainda está em desenvolvimento. Quando a mulher sofre algum tipo de violência, ela só aperta um botão no celular e a Polícia Municipal já vai saber onde ela está, inclusive, a localização. Infelizmente, a violência contra a mulher ainda é grande e aumentou mais em tempos de pandemia.
Por enquanto, o aplicativo é somente para medidas protetivas. Quando a mulher é agredida, sofre violência doméstica, mas, ela é dona de casa, não tem para onde ir. Se ela não tiver uma casa de apoio pra ir naquele momento, um jurídico, até uma outra mulher atendendo-a numa delegacia, não avança para um caso de denúncia.
Mais uma pessoa será disponibilizada para trabalhar na fiscalização do Código de Postura, como construção de calçada, muro, descarte irregular de lixo em terrenos baldios. Nós vamos multar. Primeiro, o proprietário será notificado; depois, será multado.
Na Secretaria de Água e Esgoto, já inauguramos o tratamento de esgoto, com 20% da capacidade; temos caixas d’água que estão com vazamento; fizemos a instalação de 3 caixas d’água de 5 mil litros na comunidade da área verde no Uirapuru; reforma do emissário tronco de esgoto com as obras para captação do trecho do emissário. Teremos que fazer a ligação dos ramais de esgoto. Também vamos reformar duas caixas d’água que já estão em processo licitatório; conseguimos um recurso com uma ação judicial e vão entrar R$ 1.500.000,00 para fazer a contrapartida. As reformas serão da caixa d’água do Beto Spana e do Cidade Alta.
Também começamos a fazer o estudo para o desassoreamento e dragagem da represa. Em parceira com a Usina Ester, nós pedimos a outorga para retirar água do Rio Jaguari. Já temos outorga para retirar do Pirapitingui. Quando retiramos a água do Jaguari, estava sendo utilizada uma bomba de óleo diesel no gerador de energia. Com a parceria, a Usina vai fazer toda a parte de energia elétrica neste trecho e teremos uma diminuição muito grande de valores.
Se tivermos qualquer problema com abastecimento de água, vamos captar água do Jaguari e levar para o Pirapitingui. Isso já vai ser feito e tenho certeza que não vai faltar água. Em alguns pontos da cidade, ainda falta água porque a pressão não está tão grande e tem que consertar algumas caixas d’água que estão abandonadas há alguns anos.
Sobre a autarquia, eu sou contra a privatização da água. É um bem nosso e não deve ser privatizado e eu não privatizarei. Agora, ter um outro CNPJ… Por exemplo, hoje, com a falta da CND, se tivesse uma autarquia e ela tivesse a CND dela ok, poderia captar recursos através de uma autarquia. O INSS é uma autarquia, têm bancos que eram uma autarquia e depois se tornaram sociedade de economia mista. Têm várias áreas que o cidadão já convive com autarquia que ele nem sabe, ou seja, do Estado, ou Federal.
Vou mandar para a Câmara um projeto para criar uma autarquia para que tenhamos recursos próprios para isso. Não vai ter aumento de arrecadação, inclusive, vamos criar uma tarifa social para evitar o desperdício e a cobrança. Hoje, Cosmópolis, tem uma porcentagem grande de pessoas que não pagam água. De 30 a 40% da população não pagam água e não se cobra. Isso é um absurdo. Não é o fato de criar a autarquia, mas é o fato de ter um serviço, uma secretaria especializada nisso. Com a criação, é feita uma especialização naquilo, com um jurídico próprio, financeiro próprio, uma arrecadação própria, tudo se torna próprio. Dentro desta reforma, vamos ter que fazer uma reforma administrativa pra não perdermos recursos do Tesouro de uma maneira geral. O recurso que for arrecadado com água e esgoto terá que ser investido em água e esgoto. Hoje, o que é arrecadado com água e esgoto, vai para educação, folha de pagamento, saúde, para outras áreas. Então, nunca vamos ter investimentos nesta área se nós não tivermos um CNPJ próprio, por isso, sou favorável a isso. Vamos criar, com a Câmara aprovando, um serviço especializado nisso.
Faltou água no passado, têm alguns pontos na cidade onde ainda falta, faltam investimentos… Com a autarquia, eu consigo recursos do FEHIDRO, do DAE São Paulo, para ter outorga mais rápido, de emendas parlamentares e tudo mais.
Tem um estudo, vamos fazer audiência pública, debater com a sociedade, com os vereadores e mostrar as alternativas.
6. Atrás de um grande homem, sempre há uma grande mulher. Como está o trabalho da primeira dama Isabel junto ao Fundo Social de Solidariedade?
A Isabel não está atrás, ela está ao lado. Uma grande mulher ao meu lado. Ela tem se dedicado bastante, fica preocupada com muitas coisas da cidade. Além de cuidar de casa, ser dentista, ela trabalha em Campinas, viaja durante a semana… ela se preocupa bastante. Minha maior alegria, esta semana, foi vê-la indo com a Bia Dória (primeira dama do Governo do Estado e Presidente do Fundo Social de Solidariedade), dizendo que Cosmópolis foi contemplada com 600 cestas básicas. Às vezes, costumo dizer a ela que se preocupe com a campanha dos alimentos e agasalhos, que já está bom demais.
Devido a pandemia, muitas coisas que poderiam acontecer não estão acontecendo, como o trabalho com as ‘moças’ da terceira idade. Ela está bem esperançosa e, na medida do possível, tem feito o que é necessário, neste momento, como mulher que está ao meu lado.
7. Dentre as etapas profissionais ao longo de sua carreira, o senhor foi funcionário de comércio nas Lojas Cem e também comerciante do restaurante de sua família. Em sua opinião, isso ajudou quando se solidarizou com os comerciantes que estão sendo afetados pela pandemia?
Não tenha dúvida. Eu penso assim. Quando estou aqui na cadeira de prefeito, eu tenho que olhar como um todo, mas, minha vida começou no comércio. Além disso, meu primeiro emprego foi no Supermercado Remaro, com 15 anos; depois, trabalhei na Antenas Roca; depois na Trian; Lojas Cem; depois no restaurante da família, o Tentação – que delícia que foi trabalhar no restaurante. Tenho uma ligação forte com o comércio. Minha família, uma boa parte é da área de comerciantes.
Hoje, eu falo, é a ’vacina no braço, comida no prato’. Não tem como olhar uma pandemia e olhar só para a saúde, é importante olhar para a saúde, respeitar os protocolos, manter o distanciamento. É difícil conciliar, às vezes, com a parte do comércio aberto. É tudo uma questão de conscientização. Eu sempre falo, todo mundo deve respeitar o distanciamento, saber fazer as suas compras, sejam elas através do sistema delivery, drive-thru ou take away; mercado não é shopping, vá sozinho, não leve a família inteira. Eu entendo que ninguém agüenta ficar em casa, não é fácil.
Resumindo, nós temos duas crises, uma sanitária e uma social. O pai de família precisa comer, ele paga seu imposto e tudo mais, ou a mãe de família, quantas famílias são representadas por uma mulher e que tem ali uma loja… Claro que, quando eu estou aqui, eu pego toda bagagem que eu tive como comerciante, como advogado, como gestor e tudo mais para tomar decisões, mas, tomo sempre as decisões olhando como um todo. Nós temos os melhores indicadores da região na área da pandemia e isso se deve a um conjunto de medidas, taxa de isolamento… Pode parecer um contrassenso para alguns, pode parecer que estamos fechando os olhos para algumas coisas, mas, não é isso. Nós estamos tomando medidas efetivas. Eu acho que as pessoas têm que se cuidar, fazer o isolamento social e também têm que trabalhar.
8. Prefeito Junior, por favor, deixe suas considerações finais.
Tem um versículo bíblico que eu gosto muito que fala assim: ‘Até aqui nos ajudou o Senhor’. Agradeço a Deus por ter me ajudado até aqui, neste desafio que é administrar Cosmópolis. Foram 100 dias de luta. Quero fazer um agradecimento especial aos funcionários da saúde que estão na linha de frente, que não medem esforços, estão lá na vacinação, no hospital, nas UBS’s, desde o auxiliar de limpeza até o médico; todos estão trabalhando bastante, cansados, estressados, mas, estão lá na linha de frente. É um pessoal que encara muito a profissão com vocação e isso faz a diferença. Aqui, eu encaro como vocação também de ser gestor, de gostar das pessoas, gostar de gente, de ver a vida das pessoas melhorar.
Fico feliz por esses 100 dias, que foram de lutas e também de conquistas. Agradeço a Deus por este momento. Vamos seguir em frente. Tenho certeza que nós estamos plantando muita coisa agora e vamos colher muita coisa boa no futuro”.