O mês de setembro é marcado por diversas campanhas a fim de combater o índice de suicídios
Suicídio é considerado um problema de saúde pública por estar entre as principais causas de óbito no mundo. No
Brasil, a cada 45 minutos, uma pessoa morre por suicídio e muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se o comportamento que antecede o ato de tirar a própria vida fosse identificado. As causas do suicídio são variadas e costumam estar relacionadas a transtornos psíquicos de personalidade, de humor, de ansiedade, como a depressão, borderline, bipolaridade, o abuso de substâncias (drogas), entre outros.
Fatores como bullying, luto e separações afetivas, problemas no trabalho, conflitos familiares ou em relações amorosas, dificuldades financeiras (dívidas), existência de doenças crônicas ou terminais podem ser gatilhos na origem a ideações e comportamentos suicidas.
Antes das pessoas tirarem a própria vida, elas apresentam alterações em seus comportamentos, que estão sinalizando um sofrimento profundo e indicam que algo não vai bem. Por exemplo, mudanças de humor, pessoas que antes eram ativas tornam-se depressivas sem razão aparente. Falas otimistas são trocadas por frases pessimistas demonstrando desejo de desistência, desesperança, que não vale a pena lutar e seguir em frente. Podem também perder o interesse em atividades antes prazerosas, ficam sem energia para o dia a dia, e tomar decisões frente aos problemas que antes eram facilmente resolvidos começam a apresentar dificuldades.
Nem sempre a pessoa fala abertamente que quer morrer ou se matar. Às vezes, vem em forma de “não aguento mais essa vida”, “gostaria de dormir para sempre”, ou “dormir e não mais acordar”. A pessoa encontra-se em sofrimento psíquico e não consegue verbalizar o que a está fazendo sofrer.
Muitas vezes, sente vergonha do problema, sente-se fracassado, ou até teme não ser compreendido ou invalidado o seu sofrer, como ouvir “isso não é nada”, “tudo passa”, “não pense assim”. Para as outras pessoas, os motivos de seu sofrimento podem realmente serem facilmente resolvidos ou encarados de outra maneira, mas, para essa pessoa não é dessa forma. Isso porque cada pessoa é única, e possuem uma maneira de sentir o mundo e as coisas que acontecem de forma singular.
Outros sinais de comportamentos suicidas são o isolamento social. Pode ocorrer o afastamento da família e dos amigos, deixar de comparecer na escola, trabalho, na igreja, em atividades esportivo-físicas que antes participava. Também pode ser identificado abuso de substâncias alcoólicas, medicamentos ou outras substâncias psicoativas.
Amigos, companheiros e familiares muitas vezes se perguntam como não perceberam que havia algo errado e até se culpam por não terem feito nada para impedir esse trágico final. É necessário, então, o conhecimento sobre o tema suicídio, é preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto. Só dessa forma será possível as pessoas identificarem os comportamentos e saberem o que fazer para poder ajudar essa pessoa.
A pessoa que está em uma crise suicida se percebe sem saída, sozinha e isolada. Se alguém, amigo ou familiar se aproxima e pergunta “tem algo que posso fazer para te ajudar?”, pode ser a abertura que a pessoa precisava para poder falar. Ouvi-la pode fazer toda a diferença, mas, ouvir sem fazer críticas ou tentar dar conselhos, apenas ser o “ombro amigo”, não se preocupar em saber as palavras certas a falar nesse momento, estar presente e ouvir já é uma grande ajuda. Logo mais, saber então como agir, principalmente a quem encaminhar essa pessoa para um tratamento que é com um profissional médico ou psicológico.
Outros pontos importantes é que em caso de alto risco de suicídio, a hospitalização é indicada. Que a pessoa permaneça em ambiente seguro (limitar acesso a armas, remover objetos como medicamentos, material cortante, lençóis, etc.), e é essencial que o tratamento possa ser estendido a familiares.
Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), 90% dos suicídios podem ser prevenidos.
Por conta dessa afirmação, desde o ano de 2015, existe no Brasil um movimento anual em que as pessoas dão maior ênfase ao tema. As ações ocorrem o ano todo e a ênfase é no mês de setembro porque no dia 10 é comemorado o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Trata-se do “Setembro Amarelo” que é uma campanha de prevenção que tem como intuito alertar a população para esse fenômeno que retira a vida de milhões de pessoas em todo o mundo e que pode ser evitado, especialmente por meio do apoio psicológico para esses que atentam contra a própria vida. O lema dessa campanha é “falar sobre o suicídio é a melhor solução”. O conhecimento muitas vezes é “libertador”.