A campanha Outubro Rosa é realizada no Brasil e em diversos outros países, com o objetivo de conscientizar mulheres sobre a prevenção, detecção precoce e tratamento dessa doença que acomete cerca de 50 a cada 100 mil mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
O Ginecologista Dr. Rodrigo de Angelis explica como são feitos os processos de tratamento desse câncer e afirma que, hoje em dia, o sucesso do tratamento desses casos vem aumentando significativamente. “Se a doença for detectada em estágio inicial, a chance de cura chega a 90%; para que isso ocorra, o ideal é que o diagnóstico e tratamento sejam adequados”, informa.
Para que o tratamento seja eficaz, outros fatores, além da detecção precoce, devem ser levados em conta. “A mamografia, a visita ao ginecologista e o autoexame são fundamentais, sendo a mamografia o principal exame para o diagnóstico, detectando a doença em estágios inicias e tumores não palpáveis ao exame físico. Outros fatores importantes para o tratamento, além do estágio em que é detectado, é o tipo do tumor e o perfil da paciente (ou histórico de saúde)”, esclarece o especialista.
O profissional explica que o tratamento do câncer de mama varia de acordo com o grau de desenvolvimento do tumor, podendo ser feito através de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. “Outros fatores que podem influenciar na escolha do tratamento são as características do tumor e características da mulher, se ela já entrou na menopausa e se existem outras doenças ou não, por exemplo”, cita ele.
Já o tipo de cirurgia varia de acordo com o tamanho do tumor, sendo que a mastectomia radical, na qual a mama é retirada completamente, só é utilizada nos casos mais graves. “Nos outros casos, geralmente, é apenas removida a parte da mama onde se encontra o tumor, sendo conhecida como mastectomia parcial ou quadrantectomia. A retirada de ambas as mamas, chamada de mastectomia bilateral, normalmente, ocorre quando as duas mamas estão com tumor ou até em casos em que se retira a segunda mama como profilaxia (prevenção) da doença, justamente para evitar o desenvolvimento de um novo câncer na outra mama”, afirma Dr. Rodrigo.
O especialista também informa que, em alguns casos específicos, além da cirurgia ou até mesmo antes, existe a necessidade de radioterapia e quimioterapia, atreladas ao tratamento hormonal.
“A recuperação pós-retirada da mama inclui o uso de remédios para aliviar a dor, a execução do curativo e a realização de exercícios, para que o braço do lado operado se mantenha móvel e com força, pois é comum retirar a mama e as ínguas da axila. Geralmente, a maioria das mulheres que faz mastectomia, ou quadrantectomia, tem uma boa recuperação”, observa o Ginecologista.
Cada tipo de tratamento ao câncer pode causar alguns tipos de efeitos colaterais. O Ginecologista cita os mais frequentes na quimioterapia:
• Perda de cabelo;
• Feridas na boca;
• Perda ou aumento de apetite;
• Náuseas e vômitos;
• Hematomas ou hemorragias;
• Fadiga;
• Mal-estar ou cansaço;
• Aumento da sensibilidade da pele em contato com o sol.
No processo de radioterapia, o especialista informa que o efeito mais comum é a queimadura da pele na área irradiada, semelhante a uma queimadura solar grave. “A pele fica avermelhada ou escurecida, pode ocorrer coceira, dor local, descamação. Esses efeitos tendem a melhorar ao longo de várias semanas ou até meses após o término da radioterapia. Outros efeitos colaterais são fadiga e desconforto na axila”, indica ele.
Sabemos que a retirada da mama pode afetar psicologicamente as mulheres que se submetem a esse processo, podendo levar a quadros depressivos. “A cirurgia da mama, seja ela uma quadrantectomia ou uma mastectomia, causa uma alteração significativa no órgão, que, na grande maioria dos casos, pode e deve ser amenizada. Neste contexto, exceto em casos em que a quadrantectomia é muito pequena em relação ao tamanho da mama, ou em casos em que a mulher manifesta não querer se submeter à reconstrução mamária, se faz necessária uma intervenção cirúrgica plástica. Frequentemente, o profissional que faz o componente oncológico (mastologista, cirurgião oncológico) não é o mesmo que faz a parte plástica da cirurgia (cirurgia plástica). Toda paciente deve conversar com o mastologista a respeito da reconstrução mamária, mesmo antes de proceder com qualquer cirurgia oncológica. Existem serviços do SUS em que são feitas as cirurgias reconstrutoras gratuitamente”, afirma Dr. Rodrigo.
O INCA também confirma que há o serviço gratuito para a reconstrução da mama através do Sistema Único de Saúde (SUS).