Na hora de adquirir um automóvel, são inúmeros os questionamentos do comprador: qual modelo e cor escolher, qual o valor de entrada a oferecer para que as parcelas caibam no orçamento, e a melhor opção é comprar carro 0 km ou seminovo? Em primeiro lugar, o cliente precisa se planejar financeiramente e, em seguida, escolher o modelo que melhor atenderá suas necessidades. Só então ele pode escolher entre adquirir um carro novo ou seminovo.
De acordo com o comerciante Antônio Affonso, também conhecido como “Toninho”, a melhor escolha de carro dependerá do perfil do cliente. “Se o cliente for daqueles que gosta de trocar de carro anual ou periodicamente, ou seja, que não pretende ficar com o mesmo carro por muito tempo, o ideal é adquirir o seminovo. O pensamento é simples: se você comprar um carro 0 km e vendê-lo depois de um ano, seu valor de venda irá cair muito, e o proprietário sairá no prejuízo; o que não ocorre com o seminovo, que não sofre muita desvalorização no valor de mercado”, explica ele.
Por outro lado, para o comprador que pretende “sossegar” com o mesmo carro durante um tempo maior de cinco anos, a aquisição do 0 km vale a pena. “Ele vai apresentar bem menos danos e problemas de manutenção – ou seja, no fim das contas, o proprietário vai gastar somente com revisões”, informa o profissional. Além disso, o veículo fica mais “com a cara” de seu dono, cujos hábitos e costumes diários ajudam a moldar as funções do veículo.
Toninho afirma que a procura por carros seminovos aumentou bastante em comparação com os 0 km, reflexo da crise econômica em que está passando o País. “As vendas não necessariamente aumentaram, mas a procura pelo seminovo aumentou. As pessoas já estão pensando lá na frente, o futuro: se precisarem vender por algum motivo, não irão perder tanto quanto perderiam ao vender um 0 km. Além disso, o valor para aquisição de um seminovo é bem menor”, ressalta.
O especialista ainda conta que existem casos de pessoas que querem trocar de carro, porém, não querem investir na troca. “Muito pelo contrário: muitas dessas pessoas querem lucrar ao vender seu carro, o que chamamos de ‘troca com troco’. O cliente vende seu veículo e compra um de três a cinco anos mais velho, para que, assim, consiga lucrar com a venda. Isso tem acontecido com bastante frequência”, nota ele.
São considerados seminovos carros de até seis anos atrás. Abaixo disso, com mais de 10 anos, Toninho adverte que o risco é maior por causa dos problemas de manutenção. “Porém, apenas a idade do carro não pode definir se ele está ou não em boas condições. É preciso estudar o histórico do carro, ou seja, como foi seu uso com o passar do tempo, para que possamos dar garantia de qualidade total ao comprador”, informa.
Outro indicador que costuma ser levado muito em consideração é a quilometragem que o veículo apresenta na hora de comprar. A maioria das pessoas pensa que quanto menos quilômetros rodados, melhor será a qualidade do carro – o que pode ser um equívoco. “Um carro que apresenta baixa quilometragem, mas que rodou na cidade, tem muito mais propensão a danos do que aquele que tem uma quilometragem maior, porém, foi usado na estrada”, indica o especialista.
Para adquirir um seminovo, as formas de financiamento são as mesmas dos 0 km – porém, o que muda são as taxas de juros, que ficam menores quanto mais novo for o carro. “Carros de 2013 a 2016 têm as taxas praticamente iguais as dos carros novos. A taxa também depende muito da entrada dada. Outra coisa que os bancos e financiadoras levam em consideração é o CPF do comprador, como se fosse o histórico da pessoa”, informa Toninho. “Esse histórico se chama score, e ele vai verificar se o comprador já adquiriu algum automóvel anteriormente e se pagou tudo certo. Se for o primeiro financiamento do cliente, as taxas podem subir um pouco, por representarem um ‘risco’ para essas empresas”, explica.
Já para os carros mais antigos, como os fabricados antes de 2004, Toninho diz que as taxas de juros são exorbitantes, e que muitas financiadoras e bancos não trabalham com financiamentos desse tipo.