Professor é formador de cidadãos para o futuro

Dia 15 de outubro é comemorado, em todo Brasil, o Dia do Professor. Todo mundo tem, em suas lembranças, pelo menos um professor que marcou sua infância; outros ainda têm um carinho profundo por algum professor.

O professor tem papel fundamental porque vai formar cidadãos que construirão a nossa sociedade, afirma a Psicóloga Patrícia Poletti. “Crianças e adolescentes precisam de modelo para formarem sua personalidade e se tornarem cidadãos conscientes e autônomos; depois dos pais, são os professores que fornecem esse modelo. É o professor o responsável por despertar o interesse pelo conhecimento, pelo aprendizado, pelo gosto por ser alguém em nossos descendentes”, ressalta.

Nos últimos 40 anos, a Educação passou por diversas transformações e desafios, o que trouxe grande impacto no papel do professor. “Hoje, o saber cultural e social do aluno também deve ser levado em consideração no processo de aprendizagem. Por isso, cada sala de aula tem suas diferenças, porque cada aluno deve ser levado em conta em sua subjetividade, e tudo isso precisa ser usado pelo professor para ensinar. Atualmente, a tecnologia também faz parte do dia a dia na sala de aula, e, com isso, o professor precisa aprender a usá-la a seu favor, para que ela não se torne uma inimiga”, indica a especialista.

Patrícia observa que, mesmo sendo a profissão mais importante em nossa sociedade, é uma das menos valorizadas por nossos governantes. “Salários baixos e falta de infra-estrutura são uma das principais reclamações de nossos professores, bem como a indisciplina que tem se agravado cada vez mais, chegando, em alguns casos, a agressões contra professores”, lamenta.

A Psicóloga conta que, no consultório em que atende, muitos professores a procuram por estarem doentes. “Todo o estresse e a situação de desrespeito que alguns professores passam no dia a dia podem provocar inúmeros transtornos psíquicos, como a depressão, síndrome do pânico e transtornos relacionados ao estresse”, explica ela.

Patrícia Poletti Psicóloga CRP: 06/85002 Clínica Miareli - 3812.1345

Patrícia Poletti
Psicóloga
CRP: 06/85002
Clínica Miareli – 3812.1345

Sabemos que não é só o professor que precisa se mobilizar dentro da sala de aula para que haja mais respeito e disciplina por parte dos alunos. “Isso também é uma problemática estrutural e, por isso, precisa ser parte do planejamento escolar como um todo, envolvendo coordenação, secretaria etc. Contudo, sabemos que o jovem, hoje em dia, está cada vez mais informado, tem acesso rápido à informações, através de redes sociais e da internet. Por isso, levar em conta que o aluno também tem um conhecimento sobre o mundo e que pode ser usado para o aprendizado, ajuda a conquistar e agregá-los ao processo de aprendizagem, bem como o uso de tecnologias”, aconselha a profissional.

O professor enfrenta não só essas dificuldades, mas também aquelas indiretas, que são “impostas” pelos pais. “Uma das problemáticas que são levadas para a escola é a transferência de papéis e funções. A escola é responsável pelo aprendizado de conhecimentos e cidadania, mas isso não é só dela. Os pais são parte fundamental nisso e não deve ser só da escola. São os pais responsáveis por ensinar a criança as regras, os ‘nãos’, os limites… porém, o que vemos é que isso é deixado para a escola resolver. O professor não deve substituir pai e mãe. Bem como pai e mãe não devem delegar ao professor responsabilidades que são deles”, alerta Patrícia.

Muitos professores, porém, são levados a aceitar essas funções de ‘pai’ e ‘mãe’ na sala de aula, e até mesmo de ‘amigo’ do aluno. “Quando um professor se torna ‘amigo’, ou exerce papel de pai ou mãe, precisamos entender que isso não é saudável para a criança ou adolescente, pois, se o professor conseguiu ocupar este papel, é porque tem alguém deixando de cumprir o seu. Professor deve ser acolhedor, carinhoso, cuidadoso, afetuoso, mas nunca deixar seu lugar de ‘mestre’”, finaliza a Psicóloga.