Programa de estágio do Uber, que está na reta final das inscrições, segue com recorde de candidatos devido à tecnologia desenvolvida para recrutamento

Faltando apenas 3 dias para encerrar, o processo de estágio do Uber, que está na reta final das inscrições segue com recorde, com mais de 3 mil candidaturas. Número alto quando se considera que é a primeira vez que a empresa abre estágio no Brasil. As inscrições ficam abertas até o dia 16 de agosto. Tal sucesso se deve ao fato de terem sido escolhidos para encabeçar a primeira fase do processo, dois chatbots: Fernanda, no Brasil, e Oscar, no México.

Os personagens escolhidos para personificar os bots que analisam os candidatos são carismáticos, jovens, e colaboradores reais da empresa, o que permite atrair ainda mais a identificação dos participantes. Fernanda foi escolhida porque era de interesse da empresa de transporte promover a diversidade e ter no Brasil uma protagonista mulher. Já Oscar, foi eleito por ser jovem e possuir outras características de personalidade que o Uber quer atrair como: ser perseverante, respeitar as diferenças, ser correto e ter caráter no trabalho.

“Os chatbots usados em RH precisam ser diferentes, engajar o candidato já nos primeiros segundos do processo. Não basta colocar um robô que não cria conexão. Além disso, a inteligência artificial permite avaliar uma quantidade infinitamente maior de pessoas e em qualquer lugar do mundo, e, ainda, otimiza tempo de duração e de resposta dos processos seletivos”, diz Du Migliano, co-founder da 99jobs, consultoria responsável pela criação de toda a narrativa do processo seletivo.

Além de criar empatia com os candidatos, o papel dos chatbots é também apresentar a empresa, qual é o impacto que causa na sociedade, alguns gestores que terão contato no dia a dia, e um pouco das tarefas que serão desempenhadas, com o objetivo de atrair pessoas que tenham afinidade com a cultura organizacional, evitando surpresas desagradáveis depois da contratação.

Quanto mais clareza um candidato tiver sobre a empresa em que vai trabalhar, melhor para os dois. Para o candidato, em termos de expectativas, crescimento e realização profissional e para a empresa, em termos de aumento de produtividade e diminuição de turnover“, explica.

Além dos testes de lógica e inglês, na primeira etapa do processo seletivo, a recrutadora se encarregou de desenhar o teste de escala de crenças, que resultará em um matching cultural entre candidato e empresa. Depois disso, haverá a parte das dinâmicas e entrevistas presenciais.

A escala de crenças é a ferramenta que nos permite acurar ainda mais o processo. No caso do Uber, adaptamos os testes de acordo com as peculiaridades do mercado e do cotidiano de cada país“, conta Migliano, que salienta uma outra tendência que vem observando: “muitas empresas estão repensando a forma de como atrair os candidatos para que prestem seus processos seletivos. Isso porque os talentos que, antes não viam muitas alternativas fora das grandes empresas, hoje entenderam que devem ser valorizados e começam a buscar outras oportunidades de crescimento pessoal e profissional, no empreendedorismo, por exemplo”.

Ainda de acordo com o especialista, embora os chatbots conversem e interajam nesse trabalho de identificação e alinhamento de personalidades, em paralelo, há todo um sistema lendo esses currículos, filtrando as habilidades por meio de algoritmos criados especificamente para avaliar cada tipo de cargo e função, e encaminhando esses perfis para diferentes gestores da empresa.

As inscrições podem ser feitas até o dia 16 de agosto pelo link: http://t.uber.com/estagiarios