O Rotary Club é uma instituição internacional que visa lidar com questões sociais de interação mundial. O grupo possui diversos projetos, dentre eles, o de intercâmbio cultural para jovens.
Segundo o oficial de intercâmbio do Rotary Club em Cosmópolis, Maurício Pelissari, tal projeto de incentivo cultural busca levar jovens de todo o Brasil para outros países com a pretensão de introduzi-los em uma nova cultura. “O nosso grande diferencial é que, ao passo que enviamos um jovem brasileiro para outro país, trazemos um jovem desse mesmo país para conhecer nossa cultura. É basicamente uma troca”, comenta.
Maurício ainda explica que o projeto é exclusivamente para adolescentes do ensino médio enquanto ainda estudam. “Dentro desse intercâmbio, pode-se escolher entre as duas modalidades existentes: o de longa duração, que inclui estudos e dura em torno de um ano, e de curta duração, que acontece, geralmente, no período de férias, durando de dois a três meses”, comenta.
“Ele acaba tendo um custo bem menor. Além disso, o intercambista vai contar com o auxílio de diversas famílias no local para onde for mandado”, continua.
Processo seletivo
Maurício explica que o processo de seleção funciona por meio de inscrições. “Apenas jovens de 16 anos (até agosto de cada ano) podem inscrever-se. Após essa etapa, cada clube faz avaliações com o jovem e sua família, introduzindo os mesmos sobre as questões de custos e apresentando-os a outros voluntários do projeto”.
Além disso, há a realização de um exame classificatório. Segundo o oficial, as inscrições ultrapassam o número de vagas, se vendo necessário o uso de classificação. “Nesse exame, avaliamos o adolescente por meio de uma redação sobre algum tema atual, prova de inglês a nível básico e uma avaliação de conhecimentos gerais, que foca, principalmente, em acontecimentos do Brasil e mundo. Ao final disso, ainda exigimos um diagnóstico psicológico para definirmos se o interessado e sua família estão aptos a se separarem e passarem a conviver com um novo membro”.
O jovem de maior colocação tem direito a escolha do país que deseja realizar o intercâmbio. “Oferecemos vagas em países de todos os continentes. Já tivemos jovens cosmopolenses na Índia, na África do Sul e em vários outros lugares!”, comenta.
Intercâmbio de longa duração
No projeto de longa duração, o jovem é logo direcionado a uma escola onde aprenderá a grade curricular do novo país. “Todos os gastos escolares do adolescente são inclusos no preço do intercâmbio, que varia de acordo com as atividades internas, como viagens pelo país e etc.”.
Já em Cosmópolis, o Colégio Objetivo é responsável por fornecer aulas aos intercambistas. “Eles são nossos parceiros de longa data e fornecem aos jovens recém-chegados uma bolsa gratuita, que exclui apenas o material e uniforme, que fará parte da despesa da família que o abrigará”.
Viagem a Índia
A estudante Livia Marques Simoni, 17 anos, afirma que sempre teve pretensões de viajar para outro país em um intercâmbio e, recentemente, voltou de sua estadia de 5 meses na cidade de Puni, na Índia. “Foi uma experiência muito diferente. A língua é muito difícil de entender. A comida é muito apimentada e as pessoas são muito fechadas. Meu programa era para passar 10 meses, mas, eu acabei ficando apenas cinco”, conta a jovem.
Lá, Livia foi recebida em uma escola de arte e comércio própria para estrangeiros. “Fui tratada como se fosse indiana mesmo. Eu não tive muito contato com os indianos da minha escola porque eu estava num grupo de brasileiros, mexicanos e americanos”, explica. “Com relação às matérias, são parecidas com as que aprendemos aqui”.
A estudante ainda afirma que teve grandes dificuldades para se adaptar aos costumes indianos. “Tem que ser forte para se adaptar e ter coragem. Não é fácil! Eu mesma passei por muitas dificuldades. Mas, apesar de tudo, aproveitei todas as viagens que tive e fiz muitos amigos com quem falo até hoje. Se eu tiver uma oportunidade de conhecer outro país, vou novamente!”.
Já aqui no Brasil, a mãe de Lívia, Tânia Simoni, passou uma temporada com uma hóspede tailandesa, segundo as normas do projeto do Rotary Club. “Os asiáticos por si só são diferentes, devido à cultura. A menina que esteve aqui é muito boazinha. Tentei deixá-la o mais à vontade possível, já que fui a primeira família que ela teve aqui. Houve algumas dificuldades, principalmente, com a língua, mas fomos nos adaptando. Eu a levei para o Rio de Janeiro, para o litoral Norte e para Gramado, no Natal Luz. Acredito que ela tenha aproveitado bastante”, comenta Tânia.
A intercambista tailandesa continua em Cosmópolis, mas, já hospedada na casa de outra família cosmopolense.