Projeto ‘Amor Perfeito’ visa ajudar e dar apoio aos moradores de rua em Cosmópolis

Moradores em condições de rua despertam a compaixão de muitas pessoas, ou pelo menos, deveriam. Nesta época de inverno, essa compaixão se torna ainda maior devido à vulnerabilidade destes moradores em dias frios. Contudo, em Cosmópolis, Noelen Martins da Silva, de 31 anos de idade, está à frente do projeto ‘Amor Perfeito’ e que cuida diariamente dessas pessoas, independente da estação do ano. Conheça mais sobre o Projeto.

Projeto Amor Perfeito
O Projeto tem como foco principal os moradores de rua e dependentes químicos. Sem qualquer tipo de vínculo político ou finalidade lucrativa, o projeto ganhou este nome recentemente, após Noelen se doar por esta causa. “Eu trabalho com a população em condições de rua há oito anos aproximadamente. Comecei trabalhando na cidade de Campinas e, depois, em um projeto aqui mesmo na cidade de Cosmópolis”.

Experiência pessoal
“Não consegui parar mais! É uma população que tem um carinho especial meu. Com 16 anos de idade, tive uma experiência muito ruim, com drogas, com álcool e sei o que Deus fez na minha vida. E esta é a minha maneira de mostrar o que Ele fez e tentar fazer essas pessoas terem a mesma chance que eu tive. Não cheguei a me afundar no mundo das drogas como acontece com a maioria das pessoas que caem nesta cilada, não cheguei a ir para a rua, mas, foi o suficiente para entender o que faz uma pessoa ter vontade de abrir mão de tanta coisa na vida”.

Noelen na prática do projeto ‘Amor Perfeito’

Como funciona
“O projeto conta com voluntários fixos. Existem pessoas com quem eu posso contar sempre, pessoas que me ajudam a cozinhar, me ajudam a montar as marmitas e tudo mais. As ofertas surgem dos locais mais inesperados. Fui para a Bolívia fazer um trabalho com a população carcerária de lá e de forma completamente voluntária, de ‘mochilão’ e sozinha. As pessoas de lá acabam me ajudando no projeto daqui também, e como sou do Rio, recebo doações de pessoas de lá, da Bolívia, de pessoas que estão nas redes sociais e me veem pedindo algo e me ajudam, acabam se manifestando. Tenho uma conta separada somente para ofertas, porque sei, que se tiver algum dinheiro ali, ele não é meu. Eu sei que alguém doou e não quis se identificar”.

Alimentação
“E é desta forma que faço marmitas, alimentação, chocolate quente, levo algo para beber…”.

Motivação
“É muito difícil falar ‘Jesus te ama’ e deixar a pessoa com fome e com frio. Falo de Jesus, oro junto, ouço desabafos. Então, acredito que nem sempre, para evangelizar, é preciso dizer alguma coisa, é o intuito demonstrar Jesus com o exemplo. Existem dias que você não precisa levar ou falar nada, só precisa ouvir: em um dia, você será o ouvido de Cristo; no outro, o abraço de Cristo; no outro, você é a voz de Cristo… Então, é mostrar a eles que não estão sozinhos. É sair dali e mostrar que existe um apoio, alguém que acredita neles. O projeto é levar amor, abrindo a boca ou não, é mostrar com atitude esse amor, seja com abraço, alimento ou um cobertor”.

Rotina árdua
“Como eu trabalho e estudo, a rotina é complicada; então, acabo encaixando na agenda. Às vezes, saio do trabalho e já monto os lanches, coloco biscoitos, refrigerantes ou suco, e visito, vejo se precisam de algo, algum remédio, roupa, coberta. Eles já me conhecem e, então, eu vou passando pela rua e eles mesmos me chamam”.

Retorno
“Nem todos os dias estamos bem, e há dias em que eles trazem a paz que eu preciso, falar deles me emociona muito, porque já houve dias de eu achar que estava fazendo alguma coisa por eles e eu perceber que, na verdade, eram eles quem estavam fazendo por mim! Houve dias de eu estar fazendo as coisas, chegar lá desanimada e encontrá-los com aquele sorriso…”

Sem placas
“O projeto é levar o nome de Cristo sem placa alguma. Muita gente me ajuda em tudo isso, até pessoas que não são evangélicas. Então, no meio disso tudo, todos são tocados, todos que doaram uma roupa, uma oferta, um pacote de arroz, todos esses já são integrantes deste projeto. As pessoas me veem, mas, porque sou eu que coloco a cara para pedir, mas é só um rosto, é tudo de Deus e para Deus!”.

Noelen Martins da Silva
Noelen era moradora do Rio de Janeiro, veio para Cosmópolis há seis anos, quando se envolveu com o trabalho na região e especificamente no município. “Não consegui largar mais, queria ficar na região, sabia que eu tinha um ministério aqui, consegui um emprego aqui na cidade e larguei tudo, deixei tudo para trás e estou aqui, trouxe mudança sozinha para dar continuidade ao ‘Amor Perfeito’”.