O Projeto Reviver, que atendia crianças em situação de vulnerabilidade, encerrou as atividades oficialmente na terça-feira (6).A instituição fechou as portas de forma triste, conseguindo, apenas agora, em fevereiro, realizar a confraternização de fim de ano.
O Projeto funcionava em um prédio, cedido, na Rua José Leoni, no Jardim Cosmopolita, desde 1997. No entanto, o trabalho assistencial já acontecia em outro local, desde agosto de 1994.
Segundo o Presidente da entidade, Linaldo Marco Nallin, o DindoNallin, “nós recebemos esse prédio da Prefeitura em 1997. A instituição funcionava lá desde então. Fizemos campanhas, terminamos o prédio e também fizemos algumas reformas”.
O prédio era cedido pela Prefeitura de Cosmópolis e, em agosto do ano passado, 2017, a direção da instituição foi informada que deveria deixar o local. Um decreto pôs fim à cessão do imóvel.
Segundo Dindo, o prédio foi devolvido para a Prefeitura no dia 30 de outubro e a confraternização de fim de ano, que estava sendo planejada, não teve tempo hábil de ser realizada.
“Devido a devolução do prédio, ficaram totalmente prejudicadas as comemorações de fim de ano das crianças, que perderam muitas doações, e o prédio ficou fechado sem atividade alguma”, completou Dindo.
Com a devolução do prédio, os pertences da entidade ficaram lá dentro. Somente agora, em fevereiro, que foi possível realizar a confraternização e a retirada dos bens.
Com o encerramento das atividades, diversos utensílios e móveis, que eram usados pelo Projeto, foram doados para as famílias das crianças atendidas.
Além das dezoito crianças, entre zero e quatro anos, atendidas pelo Projeto, as famílias passavam por orientações e atendimentos.
Dindo também disse, em entrevista, que não tem planos de continuar com o projeto. No entanto, ele ressalta que o trabalho voluntário, que deu origem ao projeto, continuará sendo feito.
O presidente também falou sobre o futuro das crianças atendidas. “Queremos, agora, que a Prefeitura nos dê a garantia de que essas crianças continuarão sendo atendidas”, finalizou Dindo.
Em nota, a Prefeitura de Cosmópolis se manifestou dizendo:
1-) O “Projeto Reviver” recebia subvenção mensal da Prefeitura Municipal de Cosmópolis. Os repasses eram regulados pela lei municipal n° 3851/17.
O parágrafo 1° da cláusula 4ª do texto legal diz que “a Prestação de Contas Parcial deverá ser apresentada às Secretarias competentes, mensalmente, até o 10º (décimo) dia útil do mês subsequente, por meio do Relatório Circunstanciado das Atividades Desenvolvidas no período, comprovando que os recursos financeiros recebidos foram aplicados nas ações previstas nos Planos de Trabalho e do Relatório Parcial das Receitas e Despesas, comprovando os gastos com a execução do objeto conveniado”.
O inciso II do mesmo parágrafo descreve que “a não apresentação da Prestação de Contas Parcial, nos casos específicos, acarretará na suspensão do pagamento da parcela subsequente até que a mesma seja regularizada, podendo incorrer na perda do recebimento da parcela caso acumule 2 (dois) meses sem o repasse por falta da prestação de contas parcial e ou, no rompimento do Termo”.
Como esta prestação de contas não foi realizada, a subvenção ao Projeto Reviver foi cortada, pois a entidade descumpriu a lei ao não prestar contas do dinheiro recebido do município.
2-) Além da subvenção mensal, a Prefeitura Municipal de Cosmópolis apoiava o Projeto Reviver com o fornecimento de merenda para as crianças, material de limpeza e a cessão de três funcionárias.
3-) A devolução do prédio só foi solicitada após o “Projeto Reviver” comunicar à Prefeitura Municipal de Cosmópolis sobre o encerramento das atividades.
4-) As 13 crianças antes acolhidas pelo Projeto Reviver agora são atendidas pela rede municipal de ensino. Este atendimento é feito de acordo com as necessidades específicas de cada uma.