Próteses são alternativas para substituir membros amputados

Variadas, elas se diferenciam de acordo com a amputação e a função de movimento desejada

Amputação é a remoção de uma extremidade do corpo mediante cirurgia ou acidente. Deve ser realizada até a altura do tecido saudável ou a remoção de uma parte do corpo na altura da articulação (desarticulação).
Tais amputações são necessárias quando não há expectativa de cura de uma parte enferma do corpo e isso coloca a vida do paciente em risco. As causas podem incluir complicações circulatórias, infecções, acidentes, câncer ou malformação congênita dos membros.
Nos casos mencionados acima, a necessidade de amputação, geralmente, é informada com certa antecedência. Mas, por outro lado, as amputações, às vezes, se fazem necessárias de forma totalmente inesperada, como em decorrência de ferimentos graves após acidentes.
Atuando há mais de sete anos em um Hospital de grande porte na cidade de Jundiaí, que é referência no atendimento de pacientes acidentados nas duas maiores rodovias do estado (Anhanguera e Bandeirantes), o Dr. Raul Casagrande relata que “a decisão de amputar um membro é sempre um momento muito difícil, tanto para o paciente e família quanto para a equipe médica, mas, certos procedimentos, às vezes, são necessários para salvar a vida dos pacientes”.

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Protese do goleiro chapecoense, Jackson Follmann (FOTO: Divulgação)

Um caso que repercutiu muito na mídia foi do Goleiro da Chapecoense, Jackson Follmann, que teve a perna amputada devido ao acidente com o avião que levava toda a delegação do clube.
A palavra “Prótese” vem do grego antigo prósthesis, e significa adição, aplicação ou acessório. É o componente artificial que tem por finalidade suprir necessidades e funções de indivíduos sequelados por amputações, traumas ou deficiências físicas congênitas.
O nível da amputação é decidido avaliando individualmente o paciente e sua patologia:

Amputação de pé
Existem mais de doze níveis diferentes de amputação na área do pé. Eles variam de uma amputação de dedo, uma amputação de meio-pé, até uma amputação na área do tarso.

Amputação transtibial
(Amputação da perna)
Na amputação transtibial, que é uma amputação na área da “panturrilha”, a amputação ocorre ao nível da tíbia e a fíbula.

Desarticulação do joelho
A desarticulação do joelho ocorre quando a amputação é exatamente ao nível do joelho, preservando todo o fêmur.

Amputação transfemoral (Amputação da coxa)
Em uma amputação transfemoral, que é uma amputação na área da coxa, o osso da coxa (fêmur) é cortado.

Desarticulação do quadril
Na desarticulação do quadril, a amputação é realizada na área da articulação do quadril. Como consequência desse tipo de amputação, a bacia terá que controlar a prótese.
Atualmente, existem vários tipos de próteses para pacientes que sofreram amputações de membros. Os preços desses componentes podem variar muito, iniciando a partir de R$ 3-4 mil até valores muito maiores, como próteses eletrônicas com valores aproximados em R$ 60-70 mil. Tudo depende das tecnologias embarcadas em cada equipamento.
Os materiais utilizados atualmente visam uma grande resistência e menor peso, para não sobrecarregar as outras articulações do paciente. Os materiais que ficam em contato com o paciente devem ser desenvolvidos sob medida e não podem causar reações adversas no coto da amputação. Na maioria das vezes, são revestidos por silicone e polietileno.
Dr. Raul Casagrande, que atua como Membro da Equipe de Cirurgia de Fêmur, Quadril e Pelve do HSVP em Jundiaí, diz que “o desenvolvimento de novas tecnologias está avançando muito. Atualmente, próteses são criadas através de impressão 3D, sendo confeccionadas sob medida para os pacientes, mesmo em amputações mais agressivas, como é o caso de desarticulações de quadril e hemipelvectomias”.
A adptação para prótese é um período que merece muita atenção. Primeiro, a ferida do membro residual precisa cicatrizar de modo adequado. Após algumas semanas, assim que esse processo for concluído, começará a fase de reabilitação propriamente dita. A duração é de, normalmente, seis meses. Nesse período, o paciente já deambula com a prótese, mas ainda está em processo de adaptação.
O momento em que poderá iniciar a reabilitação intensiva é decidido pela equipe de tratamento, com base no progresso de sua recuperação. Na fase de reabilitação, o paciente será preparado com o objetivo de usar uma prótese. A meta é proporcionar o máximo de mobilidade e independência, de modo que, no futuro, possa conduzir sua vida da forma mais normal possível. Entretanto, sua participação ativa é crucial para o sucesso da reabilitação. Sua motivação e seu nível de autoconfiança também podem contribuir significativamente.
Dr. Casagrande explica que “a amputação é um procedimento de última escolha, sendo reservado para os pacientes que não possuem mais condições de melhora ou quando a vida do paciente está em risco. A melhor prótese é sempre o seu próprio membro, porém, existem riscos em postergar a realização de um procedimento desse tipo”.

Dr. Raul M. Casagrande Ortopedia e Traumatologia Especialista em Cirurgia de Fêmur, Quadril e Pelve Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Título de Especialista em Cirurgia de Quadril (SBQ) Mestre em Ciências do Movimento Humano CRM 139.858 / TEOT 13.389 Centro Médico Cosmópolis Contato: (19) 3872.5909