Puberdade precoce feminina

Normalmente, o corpo começa a se desenvolver dois anos a partir da primeira menstruação

Por definição, considera-se puberdade precoce feminina o surgimento dos caracteres sexuais antes dos 8 anos de idade, que são a telarca (desenvolvimento mamário) e pubarca (crescimento de pelos pubianos e/ou axilares) , ou a menarca (primeira menstruação) antes dos 9 anos.
A sequência normal do desenvolvimento sexual feminino é o surgimento da telarca (início do desenvolvimento das mamas) e a pubarca (aparecimento dos pelos axilares ou pubianos) e cerca de 2 anos depois se dá a primeira menstruação, chamada de menarca.
O diagnóstico é feito pelo exame físico, onde se observa as características de desenvolvimento sexual precoce acima descritas e da investigação da causa, que pode ser de origem no sistema nervoso central, na glândula adrenal ou ovariana incluindo aí alguns tumores como os cistos ovarianos.
Dentro dos exames utilizados para descobrir a causa, temos os exames de imagem, como ultrassonografia pélvica (para avaliação de útero e ovários), ressonância magnética de crânio (avaliando as glândulas produtoras de hormônios e alguns tumores do sistema nervoso central). RX de punho para avaliar idade óssea, onde se avalia a diferença entre a idade cronológica e a idade óssea no RX, e, caso exista diferença maior que 1 ano, há necessidade de tratamento para não comprometer a estatura final da menina.
O tratamento tem como objetivo bloquear o efeito hormonal que desencadeou a puberdade precoce, evitando os efeitos que pode causar, principalmente, na estatura final das meninas, pois esse estímulo pode levar ao fechamento das epífises dos ossos longos, que são responsáveis pelo crescimento e estatura final, antecipando essa etapa do estirão. Podem ser usados hormônios com esse objetivo; e em alguns casos que essa produção hormonal aumentada é causada por cistos ovarianos, recorremos a cirurgia.
O mais importante é que os pais observem o desenvolvimento físico da menina e, caso notem os sinais descritos acima, procurar seu ginecologista de confiança, que vai fazer o diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento para cada paciente.

Cláudio Márcio Dantas
Ginecologista
CRM 72958