Qual é a relação entre a saúde física e a saúde mental?

Um organismo em estresse apresenta músculos tensos, principalmente rosto, pescoço e ombros

Sabe-se que praticar exercícios físicos com regularidade é bom para o corpo, mas o que talvez as pessoas não saibam é que também é uma das maneiras mais eficaz de melhorar a saúde mental. Exercícios físicos ou atividade física significa qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética e que resulta num gasto energético.
Nessas atividades também há, muitas vezes, o fator social, isto é, a interação com pessoas e ambientes. Não é preciso ser fanático por esporte para colher benefícios. Quantidades modestas de exercícios podem fazer a diferença. O exercício físico aumenta a capacidade cardiovascular, a consistência muscular, melhora a vida sexual e potencializa o sistema imunológico.
Mas, o que mais motiva as pessoas a se manterem ativas é que a maioria das pessoas sente uma enorme sensação de bem estar, devido a liberação dos neurotransmissores cerebrais do prazer. A tendência é sentir-se mais ativo ao longo do dia, dormir melhor à noite, sensação de relaxamento, melhoria na memória e humor, e até a melhora de pensamentos sobre si mesmo e sobre suas vidas, ou seja, o aumento da autoestima. Na saúde mental, diretamente pode ter impacto profundamente positivo no caso da depressão, ansiedade, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e sintomas do estresse.
Na depressão, os estudos mostram que os exercícios podem agir efetivamente tanto quanto a medicação antidepressiva, pois também promove algumas mudanças no cérebro, além de liberação de substâncias como a endorfina, uma das responsáveis pela sensação de bem estar, e isso sem o efeito desagradável dos efeitos colaterais da medicação. Os exercícios servem também de distração, mudança no ciclo de pensamentos negativos que alimentam a depressão.
No caso da ansiedade, é um tratamento eficaz e o benefício maior estará em focar atenção na atividade. Buscar notar, por exemplo, a sensação dos pés tocando o chão, o ritmo da respiração, o músculo que está sendo trabalhado no exercício específico, o vento batendo na pele.
Essa concentração ajuda interromper o fluxo de preocupações que chegam em pensamentos. Um organismo em estresse apresenta músculos tensos, principalmente rosto, pescoço e ombros, que consequentemente a pessoa terá dores nas costas, pescoço e cabeça. O estresse é, na verdade, um conjunto de sintomas que denunciam um ciclo vicioso entre a mente e o corpo. Exercitar é uma forma de quebrar esse ciclo, pois ajuda a relaxar os músculos e aliviar a tensão, por conta das endorfinas liberadas pelo cérebro.
Percebe-se, então, o quanto a mente e o corpo estão intimamente ligados. Quando o corpo se sente melhor, o bem estar mental será a resposta. Outro caso que os exercícios físicos regulares podem funcionar da mesma fo rma que se a pessoa estiver tomando medicações é no Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), já que os níveis de neurotransmissores no cérebro são aumentados e melhoram a concentração, a motivação, a memória e o humor.
O risco de uma vida sedentária deixou de ser uma preocupação apenas de saúde física ou meramente estética, pois o impacto do sedentarismo na saúde mental é igualmente devastador. E mais devastador é quando a pessoa se torna escrava da imagem corporal que é imposta pela sociedade.
Quando não se está bem com o corpo, também não se está bem emocionalmente. Pode haver uma compulsão nos exercícios físicos na busca do inalcançável corpo perfeito. Enfim, será necessário identificar se existe esse desequilíbrio, e buscar tratamento cuidando do físico e do psicológico.

Maristela T. Lopes Ramos
Psicóloga
CRP: 06/136159
Tel. 19 98171-8591
Rua Santa Gertrudes, 2063 – fundos