Eflúvio se inicia por volta do terceiro mês após a cirurgia e pode se estender por até seis meses
Umas das reclamações mais frequentes de quem faz a cirurgia bariátrica é a queda de cabelos intensa, a qual chamamos de eflúvio telógeno. Essa é uma das condições que se dá devido ao estresse intenso que o corpo sofre ao fazer a cirurgia. Outro fator muito relevante à queda após a cirurgia é a dieta restritiva.
Para entender melhor o motivo disso acontecer, segue uma explicação bem simples e de fácil entendimento:
– Nosso sistema capilar age como uma reserva de fonte de energia e gasta muita energia para mantê-lo vivo. Quando ocorre um estresse intenso, como a bariátrica, nosso sistema fisiológico entende que aquela energia que está sendo depositada para gerar pelo (cabelo) deve ser doada a outros órgãos de maior importância para uma melhor cicatrização e recuperação do cirurgiado, pois, se não houver essa doação de energia, o organismo pode até entrar em colapso, devido a falta de energia.
Então, se pensarmos bem, nosso sistema fisiológico é uma fábrica criada por Deus que funciona de forma superinteligente, pois o cabelo, de uma certa forma, para o nosso organismo, é “supérfluo”.
O eflúvio se inicia por volta do terceiro mês após a cirurgia e pode se estender até seis meses – isso tudo depende muito de cada organismo, não é uma regra.
Além do estresse cirúrgico, o paciente que faz a bariátrica tem uma dieta super restritiva, da qual durante quinze dias só se alimenta de líquidos, e depois, mais quinze dias, só de alimentação pastosa, com baixa caloria.
Outra condição é a perda de peso repentina que a cirurgia acomete – isso faz com que o nosso organismo fique em alerta, economizando energia somente para os órgãos vitais de maior importância para o seu funcionamento.
A deficiência nutricional é um fator bem agravante após a bariátrica devido a técnica utilizada para fazer a cirurgia; dependendo da técnica, o organismo absorve menos nutrientes que deveria receber e esse fator contribui para a queda e má nutrição capilar.
A queda é quase que inevitável nesse tipo de cirurgia devido aos fatores acima mencionados e outros fatores, como pré-disposição de queda. Porém, se você está pensando em passar por essa cirurgia, pode seguir essas recomendações:
Fazer um acompanhamento com nutricionista junto ao endocrinologista e tricologista, passar por exames para ver como estão as taxas nutricionais e, se estiverem baixas, fazer reposição com uma boa alimentação e, se necessário, fazer suplementação de nutrientes.
Quanto ao tratamento pós-cirúrgico, seria interessante procurar um tricoterapeuta que trabalhe de forma integrativa. Se a queda continuar após seis meses de seu início, há uma série de fatores. A queda é inevitável, porém, se antes de fazer a cirurgia, o paciente procurar ajuda, terá mais sucesso na recuperação pós-cirurgia.
Devo lembrar também que não é somente a queda capilar que ocorre. Em muitos casos, devido à má absorção nutricional, a aste (fio de cabelo) em si fica enfraquecida também e essa condição não se trata somente com hidratação com cosméticos, deve ser tratada de forma integrativa e humanizada não só com o tricoterapeuta, mas com outros profissionais da saúde.