Rafael Araújo da Silva é o personagem do “Minha Vida, Uma História” desta semana

O Sacerdote da casa Asé Lofa Lokan, casa de Cultura Religiosa Africana, de 36 anos, conta que é natural de São Paulo.
“Eu nasci em São Paulo no bairro de São Miguel Paulista e fui embora de lá para começar a viver no Litoral de São Paulo. Chegar mesmo em Cosmópolis, demorou. Pois, fui primeiro morar em Campinas e, logo após, fui para Paulínia e só depois vim morar em Cosmópolis. A minha vinda para cá foi por um motivo muito simples: A minha mãe já morava aqui, porém, eu nunca havia me interessado a vir para cá, pois eu sou acostumado a morar em cidade com praias e cidades grandes. Então, eu nunca havia despertado interesse para vir a uma cidade do interior.
Mas, como todos, tive alguns problemas pessoais, e como minha filha mora em Campinas, cheguei à conclusão que deveria morar perto dela”, começa.
“Em Campinas, fiz meus trabalhos espirituais que já faço há muitos anos. Sou iniciado no Culto dos Orixás desde quando eu nasci. Minha avó era sacerdotisa e meu avô, falecido, era sacerdote também. Então, no meio de onze tios e vários primos, eu fui o único a manter essa herança de família, esse amor pela cultura religiosa Africana.
Mas, isso não me atrapalhou de fazer as coisas que eu queria. Fiz algumas faculdades do meu interesse e trabalhei em vários lugares bons. Mas, houve um tempo que o meu amor pela minha religião se tornou imenso e não cabia mais dentro de mim, ou seja, eu não queria apenas continuar cultuando só para mim, eu queria passar isso para as outras pessoas. Até que decidi me tornar sacerdote, e assim foi”, explica Rafael.
Já sofri muito preconceito em Cosmópolis por causa da religião. Quero até deixar uma nota dizendo que a minha religião cultua o mesmo Deus de todos, mas, apenas usamos a cultura Africana para isso. Tirando esse fato, a cidade me abraçou muito, é uma cidade tranquila, onde eu gostaria de morar por muitos e muitos anos”, finaliza.