Raiva animal: entenda o porquê da doença ser fatal

Mudança de comportamento, agressividade, agitação, desobediência e aversão a luz são alguns dos sintomas

A raiva é uma doença viral com quase 100% de mortalidade e considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para o ser humano através de contato com animal infectado. A transmissão ocorre quando há contato com a saliva de um animal doente, principalmente pela mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ ou lambedura.
Porém, é muito importante salientar que nem toda mordida de cão ou gato transmite a raiva. Para haver o contágio, é necessário que o animal seja portador do vírus.
Os principais transmissores são os animais silvestres, como morcegos, gambás e macacos, que contaminam cachorros, gatos e humanos de forma acidental.
As manifestações clínicas nos animais variam conforme a fase da doença e, na maioria dos casos, os sintomas se manifestam por um período bem curto, evoluindo rapidamente para óbito.
Dentre os sintomas mais comuns estão:
– Mudança de comportamento – agressividade, agitação, desobediência;
– Fotofobia – aversão a luz, o animal se esconde em locais escuros;
– Salivação excessiva – devido a paralisia dos músculos responsáveis pela deglutição;
– Anorexia – animal não come;
– Convulsão;
– Paralisia;
– Latido rouco.

Apesar de estar praticamente erradicada dos grandes centros urbanos, a preocupação e atenção com essa grave doença não pode deixar de existir. Atualmente, novos casos de raiva em animais e humanos vêm sendo notificados, o que deve aumentar os cuidados tanto das autoridades em saúde pública, médicos veterinários e tutores a fim de evitar o reaparecimento da doença.
No caso de acidente envolvendo mordedura de algum animal, o ferimento deve ser limpo com água e sabão abundantes e procurar assistência médica o mais rápido possível.
A limpeza deve ser cuidadosa, visando eliminar as sujidades sem agravar o ferimento. Em seguida, devem-se realizar cuidados gerais orientados pelo profissional de saúde, de acordo com a avaliação da lesão. O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico que avaliará o caso indicando ou não a aplicação de vacina e/ou soro.
Nos casos de agressão por cães e gatos, quando possível, observar o animal por 10 dias para ver se ele manifesta a doença.
Caso o animal adoeça, desapareça ou morra nesse período, informar o serviço de saúde imediatamente.
A raiva não possui tratamento, sendo uma doença 100% letal. A única forma de prevenção da raiva é a vacinação anual de cães e gatos, mesmo nas regiões urbanas, incluindo os animais de apartamento.
Filhotes de cães e gatos devem ser imunizados contra a raiva a partir dos 3 meses de vida e um reforço anual para animais adultos, ou seguindo o protocolo vacinal sugerido pelo médico veterinário de sua confiança.

Paula Bardou Fontana
CRMV/SP 30.001
Médica Veterinária da Colibri Animal Center
F. 3872-5448/ 3872-4747