Reforma em garagem e chuva podem ter influenciado na queda de sobrado

Apesar do susto, ninguém ficou ferido. A construção começou a dar sinal de que entraria em colapso cerca de 50 minutos antes de cair

Duas possíveis causas foram apontadas por familiares para a queda de um sobrado, na manhã de sexta-feira (3), no Jardim Beto Spana. Uma delas seria uma reforma, feita na entrada da garagem do prédio. A outra, a chuva, que pode ter pesado a estrutura, que não suportou e entrou em colapso.

A Defesa Civil de Cosmópolis e a Polícia Municipal foram acionadas para atenderem a ocorrência de desabamento da residência. O incidente aconteceu por volta das 10h30. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.

Segundo informações, registradas em Boletim de Ocorrência (B.O.), o proprietário do lugar disse que ouviu um barulho, pouco antes que a residência desmoronasse.

Os moradores do lugar foram retirados e ninguém ficou ferido.

Imagem mostra como estava a construção alguns meses atrás

Obra

Segundo informações, passados por familiares, uma obra estava sendo executada no andar térreo da construção.

Há cerca de um mês, um pilar, na entrada da garagem, havia sido retirado para a construção de um arco de sustentação. Com isso, a entrada do prédio teria um espaço maior, já que no térreo funcionava a oficina mecânica.

No entanto, a família alega que a obra já estava sendo feita há um certo tempo e que isso, apenas, não teria sido a causa da queda da construção.

Chuva

O outro ponto apontado pela família seria a chuva. Com o acúmulo de água, o peso da construção, segundo a família, teria aumentado.

A chuva na cidade começou por volta das 6h da sexta-feira. Os primeiros sinais de que a construção entraria em colapso foram repassados aos outros membros da família por volta das 9h50.

Barulhos foram ouvidos e algumas partes do reboco da garagem começaram a ceder.

Imediatamente, os outros ocupantes da casa foram avisados.

A queda total do prédio aconteceu cerca de 50 minutos após os primeiros sinais.

Piscina no 2º andar

Durante entrevista, concedida para a GAZETA, um dos pontos que a família decidiu esclarecer foi sobre a existência de uma piscina no segundo andar da construção.

Segundo a família, uma piscina chegou a ser construída sim no prédio. No entanto, já há alguns anos, ela foi removida, para dar espaço para a construção do terceiro piso.

No total, moravam naquela parte do prédio sete pessoas. Um número diferente chegou a ser divulgado. No entanto, parte da família mora em prédios ao lado, que compartilham parte da estrutura com o prédio que caiu.

Uma denúncia, feita de forma anônima, cerca de dois dias antes do prédio cair, dizia que no lugar estavam sendo ouvidos diversos estalos. Segundo a denúncia, isso seria uma indicação de que algo não estava normal no prédio.

Toda a área foi interditada e uma Perícia Técnica foi realizada pelo Instituto de Criminalística (IC).

A Secretaria de Segurança informou que já havia sido agendada uma visita técnica no lugar e a data já estava marcada. No entanto, a construção acabou desabando antes da visita.

Interdição

Além do local, onde o prédio caiu, outras duas casas ao lado também foram parcialmente interditadas. As casas compartilham parte da estrutura com o prédio que caiu.

Os moradores foram informados que podem continuar no lugar. No entanto, quando o restante da edificação for demolido, para a limpeza do terreno, as casas devem ser esvaziadas, para não correrem risco.

As famílias que ocupavam o prédio que caiu foram alojadas em alguns cômodos, que ficam ao lado e não têm ligação estrutural com o prédio que caiu.

Perícia

Na tarde de sábado, peritos, do Instituto de Criminalística (IC), de Americana, foram acionados e realizaram uma perícia técnica no local do incidente.

Um laudo pericial vai ser elaborado tentando apontar as causas da queda e confirmando ou não a tese levantada pela família.

Após a perícia, o local foi liberado para que a família iniciasse o trabalho de retirada do entulho.

Vai ser necessária a demolição da parte da frente do prédio, que permaneceu em pé. O trabalho deve ser demorado e deverá ser realizado com cautela. A estrutura é alta e pode desmoronar, causando uma nova queda.

Técnicos da CPFL também estiveram no local. O fornecimento de energia elétrica no prédio foi interrompido.

Alguns veículos, que ficaram na parte que não caiu, dentro da oficina, foram retirados.

Os desabrigados também receberam doações durante toda a semana.