Relação entre funcionários da Apae com alunos é motivo de gratidão

A presidente Edneia Dolores Santos Arrebola Fernandes e Aline Fernanda Carneiro de Moura, coordenadora

A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) tem uma unidade em Cosmópolis que atende portadores de Síndrome de Down e múltiplas deficiências. São 20 alunos acompanhados pela entidade.
A coordenadora pedagógica Aline Fernanda Carneiro de Moura, 39 anos, e a presidente da Apae, Edneia Dolores Santos Arrebola Fernandes, 62 anos, contam sobre a escola e a relação com os alunos portadores da Síndrome de Down.
“A Síndrome de Down não é uma doença, é uma alteração genética do cromossomo 21, e isso nada impede a pessoa de trabalhar, estudar, praticar atividades físicas e ter uma vida comum, assim como qualquer outra pessoa”, conta a coordenadora Aline.
A relação dos alunos com os funcionários e professores “é muito boa, não temos problemas de comportamentos e muito menos bullying”, acrescenta Aline.
Sobre a rotina na escola, “as atividades propostas para os alunos são adaptadas de acordo com a necessidade de cada um e a faixa etária. Na parte da manhã, encontram-se alunos de idade entre 4 e 18 anos, são trabalhados o currículo funcional e a alfabetização. Já na parte da tarde, a faixa etária dos alunos é de 15 a 29 anos, onde são trabalhados o currículo funcional, oficinas de artesanato, horticultura e culinária. Os alunos a partir dos 30 anos frequentam salas de centro de convivência, com aulas de oficina de artesanato, onde tudo o que é produzido é vendido na nossa vitrine/loja, e também educação especial para o trabalho; temos alunos inseridos no mercado de trabalho”, explica a coordenadora.
A Apae é uma escola de Educação Especial. “Seguimos as mesmas disciplinas de uma escola comum, porém, com o currículo adaptado”, esclarece Aline.
Os alunos aprendem também o artesanato, que é um dos focos da Apae; fazem a colheita dos legumes e vegetais na própria horta da entidade; e ainda aprendem a cozinhar.
Na quarta-feira, dia 21, no Dia Internacional da Síndrome de Down, os alunos foram na praça do Cerc, na Avenida da Saudade, vender os artesanatos e o tempero de alho que eles mesmos produziram, para divulgar os seus trabalhos e por em prática a atividade de vida diária. “Aproveitamos esses momentos para ensinar a eles como trabalhar com o sistema monetário e a comercialização dos produtos”, ponderam Aline e Edneia.
Elas contam que é muito gratificante trabalhar com eles. “Às vezes, quando chegamos em casa, nos deparamos com várias frustrações da nossa vida e, quando chegamos aqui, quando nos encontramos com eles, tudo isso some, e só nos deparamos com alegrias e paz daqui de dentro. A alegria que eles transmitem é contagiante! O que não falta neles é um sorriso no rosto”, comentam.

Gabriella Leite Damascena, de 22 anos

A coordenadora explica que os alunos com síndrome de down podem ser incluídos na rede regular de ensino, desde que estejam dentro da faixa etária da classe.
Conversamos também com a aluna Gabriella Leite Damascena, de 22 anos, que conta o quão divertido é estudar na Apae.
“Aqui eu tenho vários amigos, gosto muito de todas as pessoas daqui”, afirma Gabriela.
Gabi, como é chamada, conta que se sente muito bem estando lá, que gosta muito de todas as atividades que são feitas e que adora estudar. “Minha aula favorita é a de Educação Física. Amo fazer ginástica junto com meus amigos. E quando não estou aqui, gosto de assistir filmes junto com meus familiares e de passear na praça”.