Troca da moeda, vários planos econômicos fracassados até a chegada do Plano Real, que mudou toda a economia
Recordar de uma época tão boa quanto os anos 80 e 90 é muito bom. Época diferente, de revolução tecnológica, fim da ditadura militar, entre outros grandes acontecimentos. Marcante também na economia do nosso país. Troca da moeda, vários planos econômicos fracassados até a chegada do Plano Real, que mudou toda a economia.
Como era difícil ir ao supermercado e ver a cada dia o mesmo produto com preço tão diferente a um mês anterior. Também foi uma época muito difícil para nós, consumidores, ter que ficar horas na fila do açougue aguardando o reabastecimento da carne.
O governo do presidente Sarney (1985-1990) buscou a todo custo a estabilidade econômica. O principal objetivo era conter a inflação dos preços. Época que as mercadorias nos comércios tinham reajustes frequentes.
Em 1986, entra em prática o Plano Cruzado, uma nova moeda, substituindo nossa antiga, o cruzeiro. Sob o comando do então ministro da fazenda Dilson Funaro, o principal objetivo era o congelamento dos preços. Para regular e fiscalizar os preços, foi criada a Tabela de Superintendência Nacional de Abastecimento e Preços (SUNAB). Como resultado, meses depois, começou a falta de mercadoria nas prateleiras. A carne foi um dos alimentos com mais falta. Os pecuaristas se negavam a vender seus produtos pelo preço estabelecido pelo governo, gerando esse impasse. Outros planos econômicos vieram. Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão, com o objetivo de controlar os gastos públicos, conter a forte inflação e renegociar a dívida externa. Uma nova moeda surgiu, o Cruzado Novo, mas as mudanças não surtiram efeito e, em março de 1990, a inflação alcançou 84,23% ao mês.
Em meados de 1990, assume o presidente eleito Fernando Collor, colocando em prática o Plano Collor, o mais polêmico. Anunciado pela Ministra Zélia Cardoso, o objetivo era conter a inflação. Ficou marcado por uma medida que traumatizou a população: o confisco dos valores depositados em poupança, conta corrente e no overnight.
O plano fracassou e ainda deixou um grande trauma na população.
Já no governo Itamar Franco, sob o comando do Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, foi criado o Plano Real, e foi instituída uma medida provisória de moeda de conversão, o URV, seguido de uma nova moeda, o Real. Esse plano econômico foi muito eficaz. Reduziu a inflação, aumentou o poder de compra dos brasileiros e remodelou os setores econômicos.
Difícil explicar à geração pós Plano Real como foi uma época apreensiva que vivemos. Os fatos econômicos são facilmente descritos, mas foi difícil vivenciar isso, principalmente no confisco das contas bancárias. Situação inimaginável para essa nova geração.