Os pontos de lazer dos jovens cosmopolenses, dos anos 80 e 90, realmente deixaram saudade para muitos. Conhecidos como Ranchão, Cash Box, Roda Viva, Aquarius, Topázio, também teve a vez da Albatroz fazer sucesso e atrair muitos jovens aos fins de semana.
Uma das pessoas que promovia os eventos da conhecida Albatroz era Renato Trevenzoli, que, saudoso da época, relembrou:
O início
“A Albatroz teve início nos anos 80. Na verdade, o Cosmopolitano Futebol Clube montou em parceria com uma empresa de São Paulo. Mas, no começo, não tinha muito sucesso, íamos eu e mais meia dúzia de amigos aos sábados. Na época, conversei com o ‘Cavagnini’, o presidente do Clube na época, lembrei que o conhecido ‘Migueis’ tinha equipamento de som e fui trabalhar na discoteca. Foi aí que remontamos a Albatroz”, explicou Renato.
O trabalho
“Toda semana trabalhava muito, distribuía convites ‘free’, cortesias, até encher o local. E tudo foi dando certo, o espaço foi ficando cada vez mais cheio, até que o lazer naquele local engrenou… Aos sábados, tinha muita gente e passamos a divertir mais de 800 pessoas, aproximadamente, todo fim de semana”.
O ponto
“A Albatroz ficava localizada nas dependências do clube, porém, os convidados tinham acesso independente de serem sócios. O recinto, para quem não sabe onde ficava, era onde montam a tenda da discoteca atualmente, atrás da sauna, para o Baile do Havaí. O piso que tem lá até hoje era da Albatroz.
O local foi derrubado porque era feito de eucalipto e telha Eternit, passou-se a ter cupim e, por questão de segurança, risco de cair o telhado, foi derrubado. Ainda me recordo que o forro da Albatroz era feito de caixas de ovos. Nós passávamos fios de arame e fazíamos uma fileira, dava para amarrar uma ponta à outra… Era isso o material que fazia a acústica da casa…”
As dificuldades
“Eu não sabia quase nada de som. Na verdade, na época, eu trabalhava em banco, mas, meu irmão trabalhava na área de lazer e fazia discoteca na cidade de Itapira. Ele me ajudou bastante, gravava as fitas para mim já mixadas e eu tinha dois toca-fitas… Terminava um e já começava o outro. É engraçado lembrar que, depois de duas semanas, as pessoas já sabiam a música que vinha na sequência porque era toda semana a mesma seleção. Não havia essa modernidade de DJ, não peguei nem a época do CD”.
As atrações
“Também vieram muitas personalidades para agitar o pessoal. Trazíamos muitos da Rádio Educadora, de Campinas. Na programação a ‘Hora do Leite’, muito famosos na época também visitavam a Albatroz e o pessoal gostava. Pelo menos uma vez por mês, tinha uma atração para o pessoal, ou algum ator da Globo que estaria pela região e nós fazíamos de tudo para trazê-los, apesar de oneroso na época, pois, a maioria era do Rio de Janeiro, não havia muitos em São Paulo.
Os concursos de Top Model também levavam o pessoal à loucura por aqui… Às vezes, passavam meses rolando etapas de um concurso e aí trazíamos famosos para jurados”.
O triste fim
“Até os anos de 1996, quando fui presidente do Clube, ainda tinha a Albatroz. Mas, logo, o público queria evento todo fim de semana, passou a ficar mais exigente e não queria mais ir somente para dançar. Também vieram outras casas, os gostos mudaram bastante e o Topázio, uma nova casa na cidade, também chegou com tudo na época…”
Entre fotos e muitas recordações Renato finaliza que foi “Época muito boa, deixou muita saudade. O pessoal gostava muito, diferente do que é hoje. Os jovens não possuem mais opção de lazer no município, diferente da nossa época, que ficou marcada na história de Cosmópolis”.