Uma das doenças transmitidas pelos pombos é a criptococose, conhecida como “doença do pombo”. A infecção é causada por fungos que se proliferam nas fezes das aves
As reclamações dos moradores em relação à quantidade de pombos que fez da Rodoviária de Cosmópolis, um ‘lar’, é cada vez mais frequente. No local, é possível notar muitas destas aves até mesmo brigando por espaço nas marquises e parapeitos. Além disso, percebe-se o barulho de muitas delas no forro do Terminal, visto que, há muitos buracos que permitem a passagem e o abrigo perfeito para a proliferação das mesmas.
Comerciantes e trabalhadores do Terminal Rodoviário relatam não saber mais o que fazer. “Trabalho há mais de 10 anos aqui. Não desejamos que elas sejam exterminadas, mas, que desloquem ninhos, fechem buracos, para que procurem outro local, onde não há tanto fluxo de pessoas”.
Outro trabalhador do local, que preferiu ter sua identidade em sigilo, comentou que “algumas morrem no forro, não é possível realizar a remoção, acabam se decompondo, o cheiro é terrível, caem até larvas pelas beiradas. É uma situação deprimente e que precisa de soluções”.
Murilo Albuquerque Rosa é estudante e utiliza o terminal rodoviário de Cosmópolis diariamente. “Frequento a Rodoviária todos os dias devido a escola. A quantidade de pombas no local é muito grande, elas defecam e sujam por todo local. Isso acaba ficando bem incômodo e temo pelas doenças que podem ocasionar. Além disso, me preocupa ser um lugar frequentado por tantas pessoas, todos os dias, de vários lugares, de todas as idades. Acredito que deveria haver uma solução com mais urgência. Há anos está assim”.
Outra senhora se manifestou: “É perigoso, precisamos de medidas urgentes, os pombos são portadores de doenças gravíssimas. É nojento, fezes por todo o lado, altamente perigosas ao ser humano”, finalizou Ângela Ramos.
De acordo com o Ministério da Saúde
“Os pombos são aves que vivem com facilidade nas cidades, morando em edificações onde costumam fazer seus ninhos em telhados, forros, caixas de ar condicionado, torres de igrejas e marquises. Causam prejuízos por danificar as estruturas dos prédios. Por serem simpáticos e símbolos da paz, algumas pessoas gostam de alimentá-los com restos de comida, pão, pipocas, que são alimentos inadequados e prejudicam a saúde dos animais, além de viciá-los.
Como dificilmente são caçados por outros animais, sua população cresce muito rápido e o aumento de sua quantidade tornou-se um grave problema de saúde, pois, podem causar várias doenças graves que podem levar à morte ou deixar seqeelas, destacando-se:
– salmonelose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;
– criptococose: doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolados nos excrementos de aves, principalmente, pombos;
– histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);
– ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;
– meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
Entramos em contato com o setor de Comunicação da Prefeitura Municipal de Cosmópolis para obter respostas sobre a situação de Cosmópolis através das Secretarias de Vigilância Sanitária e Setor de Zoonoses e ela se posicionou da seguinte forma: “A Vigilância Sanitária informa que, paliativamente, fará uma limpeza manual no local na próxima semana para retirada de filhotes e ovos. Paralelamente, entrará em contato com a Secretaria de Serviços Públicos para efetuarem o bloqueio físico com serviço de alvenaria, o que acabará definitivamente com o problema”.
Médico Veterinário
“Vale lembrar que todas as doenças transmitidas ao ser humano pelas fezes da Pomba também
podem atingir os animais domésticos. Além disso, as aves, de um modo geral, pássaros e pombas, são os principais transportadores de carrapatos aos pets. Por isso, a alimentação dos animais, como ração e água, preferencialmente, deve estar acolhida em um local mais reservado do ambiente. As vasilhas não devem estar a mercê em áreas, garagens abertas e quintais, onde os proprietários não conseguem supervisionar o consumo”.
Por Chiquinho – Agropecuária Colibri
Medidas Preventivas – Não alimente os pombos
* Não alimentar os pombos para que eles tenham sua função na natureza e sua população permaneça controlada.
* Recolher sobras de alimentos de animais domésticos, aves de gaiola e criações, para não atrair pombos, ratos e baratas.
* O hábito de fornecer alimentos para pombos acarreta desequilíbrio populacional com proliferação excessiva dessas aves, desencadeando problemas para o meio ambiente e afetando a qualidade de vida das pessoas.
* As aves, na natureza, têm uma função muito importante de controlar os insetos e replantar as sementes das plantas que comem. Ao receber alimento, as aves deixam de buscar na natureza alimentos adequados à sua dieta, como grãos, frutos e insetos.
* A oferta ou escassez de alimentos influencia a reprodução dos pombos. Em locais onde há fartura de alimentos, ocorre aumento da reprodução e, portanto, aumento da população. Se há escassez, a população de pombos se mantém em equilíbrio.
Controle da contaminação ambiental:
*Proteger o nariz e a boca com máscara ou pano úmido e utilizar luvas quando for fazer a limpeza de locais onde estejam acumuladas fezes e ninhos de pombos.
*ANTES E DEPOIS DA LIMPEZA: Umidecer bem as fezes com solução desinfetante à base de cloro (água sanitária diluída em água, em partes iguais) ou quaternário de amônia diluídos em água em partes iguais.
* Impedir o acesso e entrada das aves nas construções, fechando os locais com tela ou alvenaria, após a desinfecção e limpeza do local.
* Proteger alimentos e água do acesso das aves e suas fezes.
Controle dos abrigos:
* Instalação de tela ou alvenaria nos vãos dos telhados para impedir a entrada dos pombos.
* Esticar fio de nylon ou arame nos locais de pouso, como beirais, muros, floreiras, numa altura de 10 cm de altura do local de pouso. Se o beiral for largo, esticar outros fios a cada 3 cm.
* Utilização de objetos pontiagudos (espículas metálicas ou plásticas), para evitar que as aves pousem ou façam ninhos.
* Aplicação de substâncias pegajosas (gel repelente) em camada fina para que o pombo evite o local.
* Modificação da superfície de apoio das aves para que fique com inclinação de mais de 60 graus.
* Objetos brilhantes e com movimento como festão de natal, bandeirolas, móbilis de CD e manequins de predadores (gavião, coruja), assustam as aves e as afastam do local por algum tempo.
* Produtos com odores fortes como creolina, naftalina ou formalina também afastam as aves por algum tempo.