A Páscoa está chegando, e muitas pessoas e famílias já foram às compras dos ovos de chocolate, costume comercial da data que perdura há muito tempo. Por serem muito calóricos, alguns mais preocupados com a saúde e com a estética têm medo de comer muitos doces e sair da dieta na data mais “saborosa” do ano.
A Nutricionista Dra. Patrícia F. Sousa Novais ressalta que o chocolate não é vilão nem mocinho da dieta: o verdadeiro vilão nessa história é a quantidade ingerida. “O chocolate é um alimento com alto teor de gordura e com alta concentração energética. Dessa forma, devemos ter atenção sempre ao consumo excessivo, uma vez que o excesso do chocolate pode aumentar o peso e aumentar o risco para o desenvolvimento ou agravamento de doenças cardiovasculares”, alerta.
Segundo a especialista, o chocolate do tipo amargo é o que apresenta maiores características benéficas, por conter em sua composição alto teor de cacau. “O cacau apresenta substâncias com ação antioxidante (flavonoides), podendo agir como protetor do envelhecimento e doenças cardiovasculares. Portanto, quanto maior o percentual de cacau no chocolate, maior o valor nutricional e fatores benéficos”, esclarece Dra. Patrícia.
Mas, então, qual a quantidade diária de chocolate que eu posso ingerir para não atrapalhar minha dieta e agravar doenças? E quanto de chocolate eu posso deixar meu filho ingerir por dia? De acordo com a explicação da Nutricionista, estudos indicam que a dose diária de chocolate deve variar entre 30g a 50g por dia, preferencialmente, após as refeições. “Entretanto, é importante ressaltar que, independente do ciclo da vida que o indivíduo se encontra (criança, adulto ou idoso), todos devem ser tratados individualmente, que podem ter esse valor reduzido de acordo com sua condição de saúde e necessidade nutricional. Vale reforçar que o ideal é sempre preferir os chocolates com maior teor de cacau”, recomenda a profissional.
Algumas pessoas se consideram amantes do chocolate branco, mas devem saber que ele não é a melhor opção na hora de escolher o chocolate. “O chocolate não contém cacau; em alguns casos, ele contém uma manteiga obtida a partir do cacau ou até mesmo apenas uma gordura hidrogenada, sem nenhum resquício de cacau em sua composição. Isso o torna altamente saturado, não sendo saudável por não apresentar as mesmas características benéficas do chocolate tradicional e aumentar componentes maléficos à saúde”, adverte a Nutricionista.
Os chocolates diet, apesar de parecerem uma alternativa mais saudável, acabam causando o efeito contrário, conforme explica a especialista. “É importante ressaltar que os chocolates dietéticos ou diet não têm açúcar, entretanto, têm mais gordura e, consequentemente, apresentam maior valor calórico que os tradicionais ao leite ou amargo. Portanto, se você está querendo reduzir uns quilinhos, fuja do chocolate diet”, aconselha Dra. Patrícia.
Inclusive, não adianta comprar chocolates com frutas achando que isso vai diminuir os efeitos negativos do chocolate em excesso. “As frutas no chocolate, via de regra, não modificam muito o valor nutricional dos chocolates. A melhor maneira para amenizar o alto teor calórico dos chocolates é, realmente, controlar a quantidade ingerida”, reforça a especialista.
Porém, nem tudo está perdido: existem ingredientes mais saudáveis que o cacau. Se você for fazer seus ovos de Páscoa em casa, você pode optar pela alfarroba, por exemplo. “A alfarroba é um fruto típico da costa do Mediterrâneo, apresenta cor marrom escura e sabor adocicado. Moído e torrado, pode ser utilizado como substituto do cacau para produção do chocolate. Também apresenta característica antioxidante. Outra característica positiva da alfarroba é apresentar naturalmente o sabor doce, não necessitando da adição de açúcar”, indica a profissional.
Além da alfarroba, os chocolates caseiros podem ser feitos utilizando produtos naturais, como cacau em pó, leite de coco e até mesmo mel. Basta ter criatividade para ter uma Páscoa doce, mas sem exageros!