A autoestima é a definição clara que todas as pessoas têm seu próprio valor. A psicóloga Tatiana Paiva esclarece que a autoestima mostra quem realmente somos nos aspectos positivos e também naqueles onde surge a necessidade de aprimoramento. “É a sensação prazerosa de realmente gostarmos de quem somos e quem nos tornamos e nos aceitarmos. Também envolve o sentimento de capacidade combinado com o sentir-se amado”.
A autoestima é a peça fundamental da construção da saúde emocional, sendo formada desde o nascimento. “Quando o bebê ouve as primeiras palavras e quando se consegue as coisas por seu próprio esforço”.
A família e os amigos são influências positivas para uma criança, pois, irão ajudar a crescer, acreditando na capacidade individual e nas possibilidades de sucesso no futuro.
De acordo com a psicóloga Tatiana, os pais possuem uma maior responsabilidade na formação da autoestima dos filhos. “É preciso preparar a criança para os desafios que a vida lhe trará, ensiná-la a comemorar as vitórias e também a lhe darem com as frustrações”.
Por isso, os pais devem ter cuidado no comportamento quando há necessidade de correção e também com as palavras, que têm grande poder de motivação e também de destruição.
A especialista explica que existe um equilíbrio na forma de lidar com os filhos que deve ser buscado pelos pais, não sendo condescendente e também não muito rígidos. “Os pais devem sempre se lembrar que quem está ensinando o filho a se tornar um adulto são os próprios pais”.
A formação da autoestima leva anos de ensino e aprendizado e exige um grande esforço e empenho dos pais. “É importante uma compreensão especial quando a criança apresenta comportamentos inadequados, que trazem prejuízos, principalmente, para ela. Com certeza, é mais fácil criticar, mas não é o melhor caminho quando pensamos que ela está crescendo e aprendendo”.
Tatiana esclarece que a baixa autoestima traz insegurança, inferioridade, vergonha, timidez, dificuldades em começar ou terminar tarefas, prejudica as relações pessoais, rendimento escolar comprometido, podendo apresentar agressividade. “A baixa autoestima desencadeia uma série de comportamentos e sentimentos que interferem na sua estrutura emocional e comprometem a infância, adolescência e vida adulta”.
Em momentos como na escola, a criança lidará com frustrações, perdas e também com rejeições, quando não é reconhecida ou aceita por alguém ou por um grupo. “O equilíbrio e carinho da família são importantes para ajudá-la a reelaborar tais situações e superá-las”, afirma.
Outro ponto importante que Tatiana ressalta é a necessidade de aceitação dos adultos que as crianças precisam. “Elas buscam isso incansavelmente nos pequenos comportamentos, é uma necessidade para desenvolverem uma autoestima positiva”.
As crianças procuram carinho, aprovação e reconhecimento. Quando algum destes elementos é barrado, a criança sofre com isso e pode se sentir desadequada, afetando negativamente.
E para que isso não ocorra, é necessário que a criança receba elogios, para que se sinta importante, não apontando apenas os erros. “A comunicação entre pais e filhos deve ser transparente e carinhosa, sempre buscando estabelecer a relação de confiança e amor para que o filho busque nos pais seu aprendizado e sua recompensa”.
Dicas
Tatiana explica alguns comportamentos que podem ajudar no desenvolvimento da autoestima.
– Dedique tempo para seu filho, tempo de qualidade para brincadeiras e ensino;
– Sempre que corrigi-lo, seja paciente, evite gritos e agressividade;
– Não o compare com outras crianças, cada pessoa é única;
– Permita-o tomar pequenas decisões;
– Cuidado com os apelidos e ironias, ou palavras como burro, irresponsável, palavras que o insultem;
– Estabeleça limites de acordo com a sua idade, não ameace;
– Valorize os esforços e as conquistas – comemore;
– Não o super proteja, ele deve aprender que os comportamentos geram consequências;
– Dê importância às coisas que acontecem com ele, como se machucar, por exemplo.
Para finalizar, a psicóloga Tatiana esclarece que a criança não precisa ser perfeita, mas os pais devem sempre cultivar a satisfação pessoal, o orgulho pelas conquistas e sempre valorizar o potencial do filho, para que haja motivação.